Verdes e brancos em grande forma recebem tricolores de confiança elevada e no melhor ciclo da época, marcado por três vitórias consecutivas
O Sporting, a única equipa ainda sem derrotas nesta edição da Liga, recebe este domingo, na 10.ª jornada, o Estrela da Amadora, equipa que não perde fora de casa há quatro jogos – soma duas vitórias consecutivas e não sofreu golos nos três últimos jogos.
Alvalade tem-se revelado esta temporada fortaleza leonina no campeonato: são cinco vitórias em cinco jogos – Vizela (3-2), Famalicão (1-0), Moreirense (3-0), Rio Ave (2-0) e Arouca (2-1) – 11 golos marcados e apenas três sofridos. E procuram os leões recuperar a liderança isolada, depois de terem sido alcançados pelo Benfica, que venceu no terreno do Chaves (3-0) e soma os mesmos 25 pontos dos leões, embora com mais um jogo.
O encontro com Estrela reveste-se de particular importância para os de Alvalade porque antecede a deslocação ao Estádio da Luz, dérbi com o Benfica referente à 11.ª jornada, no próximo domingo às 20.30 horas – pelo meio há receção ao Raków, da Polónia, na 4.ª jornada do grupo D da Liga Europa.
Nos cinco últimos encontros do campeonato, os leões marcaram sempre, pelo menos, dois golos e somam cinco vitória consecutivas – Moreirense, Rio Ave, Farense (3-2), Arouca e Boavista (2-0).
Arredado do escalão principal há 14 anos, o Estrela da Amadora reencontra os leões depois de derrota por 1-2 no dia 25 de abril de 2009. Pelos tricolores marcou Marcelo Goianira e pelos leões Hélder Postiga e Liedson, por sinal o melhor marcador nos duelos entre as duas equipas, com nove golos.
Os verdes e brancos venceram os três últimos jogos com os estrelistas, a última vitória amadorense aconteceu em 2005/2006, em Alvalade, por 2-1, num histórico de 34 jogos, com 22 vitórias leoninas (11 em Alvalade), quatro triunfos estrelistas (três na casa do leão) e oito empates.
A bola começa a rolar quando forem 20.30 e a essa hora o céu estará pouco nublado e a temperatura será de13 graus. O relvado de Alvalade tem-se apresentado em excelentes condições, mesmo em dias de chuva.
O Sporting
Os verdes e brancos vêm embalados depois de vitórias no Bessa (2-0) para o campeonato e na Taça da Liga, 4-2 ao Farense a meio da semana. A época corre de feição aos de Alvalade, onde os adeptos começam a sonhar com o título.
Rúben Amorim não vai poder contar com Geny Catamo, marcador de um golo no Bessa mas agora a contas com lesão. Para o seu lugar chamou Geovany Quenda, jovem de 16 anos que esta época já marcou cinco golos em nove jogos pela equipa sub-23. Quenda não será titular, como titular não deverá ser desta vez Gonçalo Inácio, não por estar em risco de falhar o dérbi – tem quatro cartões amarelos e ao quinto tem de cumprir jogo de castigo – mas por uma questão de gestão de esforço, pois na quinta-feira jogou no meio-campo e correu mais do que está habituado. Assim, numa defesa que não pode contar com St. Juste, a contas com virose, deve Diomande retomar o lugar à direita do trio, devolvendo o centro a Coates e com Matheus Reis outra vez no lugar de Gonçalo Inácio à esquerda. A baliza, que na Taça da Liga foi de Israel, volta a Adán.
Se vir amarelo, central falha dérbi com o Benfica; treinador, porém, explica que eventual poupança será por questão física; Hjulmand e Bragança no onze; luta entre Edwards, Paulinho e Trincão por vaga ao lado de Gyokeres e Pedro Gonçalves; St. Juste e Esgaio com virose
Nas alas, Ricardo Esgaio, também com virose, deve recuperar para assumir um papel mais conservador na direita; na esquerda o mais ofensivo Nuno Santos será o titular. Sem Gonçalo Inácio no meio-campo e sem Morita ainda lesionado, o miolo será novamente de Daniel Bragança mas agora com a companhia de Hjulmand, que volta ao onze depois de descansar com o Farense.
Na frente, o goleador Gyokeres tem lugar cativo, tal como Pedro Gonçalves. No lugar que falta para completar o trio de ataque corre Edwards em vantagem, mas com Trincão e Paulinho também na corrida.
Figura: Pedro Gonçalves. Podia ser Gyokeres, goleador na moda que ainda na quinta-feira fez hat-trick com o Farense, mas é Pote, médio que Rúben Amorim transformou em avançado e que passeou classe na última jornada, no Bessa. Marcou o 2-0 de calcanhar e leva já três golos (sem penáltis) e três assistências esta temporada. Com ele, na frente ou no meio-campo, Rúben Amorim pode sempre contar. Porque mesmo quando parece alheado do jogo não está, está só perto de a qualquer momento inventar uma jogada, marcar um golo.
O treinador
«Este Estrela da Amadora não sofre muitos golos, joga defensivamente num 5x4x1, muito compacto, tem jogadores na frente muito fortes, por norma tem jogado o Kikas mas acho que desta vez vai jogar o Ronaldo Tavares, um jogador mais possante, tem dois alas muito rápidos e vão procurar as transições e nós vamos ter de ser muito inteligentes em ter a bola, mas sempre preparados para correr para trás. Porque acho que vai ser isso o jogo. Temos de rodar a bola rápido, de ter todos um bocadinho de calma, nós, os adeptos, porque vai ser um bloco muito compacto que nos vai dificultar sobretudo no início do jogo. O que temos de fazer é continuar a jogar bem. Vai ser difícil contra equipa que sabe muito bem o quer do jogo.»
Confiança elevada na Amadora naquele que é o melhor ciclo da época, marcado pelas três vitórias consecutivas (Casa Pia, Vila Meã na Taça de Portugal e Famalicão). Segue-se o líder Sporting e a fasquia da exigência sobe ao ponto mais alto.
Os estrelistas levam otimismo para Alvalade, mas não podem contar, por lesão, com Pedro Sá, Regis, Pedro Mendes, Bruno Brígido, Gustavo Henrique e Alioune Ndour.
A figura: Kialonda Gaspar. O central internacional angolano é referência em todo o campeonato e dele depende o sucesso da organização defensiva dos tricolores. Estará, muito provavelmente, incumbido da marcação a Gyokeres…
O treinador
«O nosso objetivo é realizar um jogo completo em todos os momentos, não só que a baliza fique inviolável mas também que possamos jogar e ter momentos de transição ou de contra-ataque. O Sporting está num bom momento e tem excelentes jogadores, está muito bem orientado há várias temporadas, não é fácil defrontar uma equipa que tenha estes argumentos mas é um momento de avaliação e perceber a etapa em que estamos.»
Tricolores reconhecem o poderio dos leões, mas consideram ter armas para discutir o resultado e pontuar em Alvalade depois de já terem defrontado os restantes 'grandes'