Rui Borges: «Faltou sermos mais agressivos na hora de finalizar»
Técnico do V. Guimarães lamentou a falta de frescura, pois isso condicionou a tomada de decisão dos seus jogadores; treinador considerou o triunfo justo e ficou feliz com os jogadores que entraram na equipa
Rui Borges estava contente com mais um triunfo do Vitória, no final do encontro com o Estoril (1-0), no entanto falou da falta de frescura, pois a equipa tem jogado de três em três dias e de como isso tem condicionado as tomadas de decisão dos seus jogadores. O treinador ficou radiante com as entradas de Mikel Villanueva e Telmo Arcanjo no onze, assim como com os jogadores que saltaram do banco, pois acrescentaram algo à equipa.
Que análise faz ao jogo, com uma entrada um pouco descaracterizada e depois um resultado que peca por escasso?
- Não foi descaracterizada, foi o Mikel e o Telmo que entraram de novo, de resto foi quem tem jogado. Algo precipitados, na primeira parte, demoramos a entender que o jogo estava por fora, não fizemos combinações. Passe interior, onde o adversário tinha mais gente, que era o que eles queriam. Corremos porque quisemos, pois se tomássemos melhores decisões, ao jogar mais pelos corredores, não era necessário correr tanto. Levamos logo dois amarelos, cedo, com as tais transições. Chegamos ao golo com mérito, através de bola parada. Não nos criaram perigo. Fomos sentindo alguma falta de frescura, que é fruto do acumular de jogos. Mesmo assim fomos criando situações, com acelerações pelo corredor, faltou sermos mais agressivos na hora de finalizar. Percebemos que não estávamos tão frescos e estivemos mais compactos. Uma vitória justa.
- A exibição de Chucho Ramírez torna a sua vida difícil para definir o principal avançado da equipa?
- Aqui têm de trabalhar para jogar. Aqui tem de estar toda a gente ligada. Isso deixa um treinador feliz, pois quem entra dá resposta, quer seja por 50 ou 60, ou mesmo 90 minutos. Principal sou eu que sou o líder, o resto tem de dar ao sapato para jogar. É natural que com o passar dos jogos não vamos estar tão frescos, mas mesmo assim continuamos a criar perigo. O que importa agora é que se recupere para quarta-feira.
- Para o jogo de quarta-feira já tem alguma perspetiva?
- Vou agora olhar para a equipa bósnia, estive preocupado com o Estoril. Tenho de olhar e perceber como podemos ser superiores. Estamos no playoff e ambos querem entrar na fase regular e, por isso, vai ser muito complicado. Adversário difícil, pois vai ser uma equipa que vai dar a vida para entrar na próxima fase, mas deste lado também vai estar uma disposta a dar a vida. Deixar um apelo para que os adeptos encham o estádio, num horário complicado, mas que se envolvam todos para nos darem força e nos empolgarem. Os adversários que aqui chegam têm de perceber que é difícil levar daqui qualquer coisa.
- O que pode ainda melhorar? A finalização?
- Foi o caso. Aí também se dá conta da frescura que precisamos. O Telmo foi titular passados 14 meses, tem treinado muito bem. Notou-se o cansaço mais na tomada de decisão. Falhamos mais passes que o normal, não só hoje, mas também na quinta-feira. Faz parte e o mais importante é que errem e depois reajam. Desde que esteja lá a atitude, para mim é o que importa.
- Quando começou a jogar pelos corredores melhorou e aproveitou bem as bolas paradas. Foi isso que pediu?
- Só trabalhamos na pré-época, agora com esta quantidade de jogos, é difícil adquirir comportamentos. Andamos a recuperar só. Estão numa fase de maturação, os jogadores têm uma ligação muito própria e isso nota-se em campo. Manu entrou muito bem e deixou a equipa mais tranquila. Jogos a ganhar, sem sofrer golos, cada vez mais vai ser difícil manter isto. Naquilo que é básico a equipa tem dado resposta. Estão a aceitar a mensagem e estou tranquilo nesse sentido.