Lateral-esquerdo fala-nos sobre a carreira no Legia, que em janeiro exereceu cláusula de compra do seu passe por 2,5 milhões de euros
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Entrevista A BOLA Rúben Vinagre: «É mais difícil jogar na Polónia no Legia do que no Sporting em Portugal»

NACIONAL26.03.202510:10

No Legia, Vinagre vive um dos melhores momentos da carreira mas não coloca de parte a hipótese de um dia voltar a Portugal, seja para que clube for... Em Varsóvia tem um treinador português, o lateral apresenta Gonçalo Feio

— Esta época são já 37 jogos, um golo marcado e 10 assistências pelo Legia. É a sua melhor época?

—  É difícil responder mas acho que é uma das minhas melhores épocas. Acho que também me favorece a forma como a equipa joga, mas acho que tive outras temporadas em que também me senti igualmente bem. Mas sem dúvida está a ser uma época muito boa.

 — O que é que encontrou na Polónia que permite esse desempenho? 

— Encontrei tempo de jogo e pessoas que acreditaram muito em mim. O mister insistiu muito para que eu fosse e mostrou a forma como a equipa jogava e senti que era aquilo que eu queria, uma equipa para dominar e isso favorece as minhas características. Acabou por ser um casamento perfeito.

Lateral vive um dos melhores momentos da carreira, é titular induscutível no Legia
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— Falou do treinador, português, Gonçalo Feio. Foi ele que ligou, foi ele que o convenceu a ir? 

— Sim. 

— Tinha dúvidas? 

— Na altura, não é que tivesse dúvidas, mas estava com algumas coisas em cima da mesa para ir jogar em ligas superiores, Espanha, Alemanha, Bélgica também… Não queria sair do radar das principais ligas, mas o mister ligou-me, explicou-me o projeto, explicou-me a ideia de jogo dele, a crença que tinha em mim. 

— E que projeto é esse? O Legia não está nos lugares mais acima no campeonato — é 5.º — mas está na Taça, está na Liga Conferência

— Estamos na final da Taça, nos quartos da Liga Conferência e no campeonato.  Estamos a lutar por tudo.

— Projeto de clube grande...

— Exatamente. 

— Isso foi aliciante, poder estar num clube onde se pode lutar por títulos?

— Sem dúvida, foi isso: o facto de estar nas competições europeias, o facto de estar a lutar para ganhar todos os jogos, isso era uma coisa que queria. 

— Até onde pode ir o Legia na Europa?

— Sou muito ambicioso e acredito muito. Temos um jogo muito difícil contra o principal candidato, o Chelsea, mas acredito muito na minha equipa, no que os nossos treinadores preparam. Portanto, vamos ver. 

— Como é que é o campeonato polaco, até comparando com o nosso? 

— Vou-lhe ser sincero: em Portugal joguei no Famalicão e no Sporting e posso dizer que é mais difícil jogar no campeonato polaco no Legia do que jogar no Sporting em Portugal. Porque há uma diferença muito grande para as outras equipas. Lá, o campeonato é muito mais equilibrado.

— Essa diferença para os grandes não existe na Polónia? 

— Não. Temos quatro/cinco equipas que são muito boas, mas temos sempre dificuldades a jogar com as equipas mais abaixo, porque é um estilo de jogo muito físico, faz-me lembrar muito o Championship de Inglaterra. É um campeonato que tem muito potencial. Deveria estar mais acima no ranking. Temos duas equipas nas competições europeias ainda... Tenho amigos meus, ferrenhos do Sporting, que vão lá ver e dizem que ficam surpreendidos com a qualidade do jogo.

— Até pelo ambiente fervoroso, às vezes até ultrapassando limites…

— Adoro, adoro! É muito difícil uma equipa ir à nossa casa e dominar o jogo, porque se há um sítio onde se sente o peso do 12.º jogador é ali. 

— Aconselharia, então, uma ida para o campeonato polaco a outros jogadores portugueses? 

— Sem dúvida. Principalmente a jovens que queiram dar o salto. 

— E a nível financeiro é seguro?

— É estável, muito equilibrado financeiramente e desportivamente. É um campeonato que vai crescer.

— Onde é que se vê a jogar na próxima época? 

— Tenho contrato com o Legia, estou feliz lá. Por isso, vamos ver.

Não é prioridade do lateral um regresso à Liga Portuguesa, mas também não está descartado...
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— Fala-se de interesse do mercado alemão…

— Vamos ver o que acontece. É uma decisão que vai ser de todos. 

— O que é que ainda sonha para a sua carreira? 

— Tenho muita coisa para fazer. Para já, gostava de levar taças para o Legia. Há títulos para ganhar.

Temos quatro/cinco equipas que são muito boas, mas temos sempre dificuldades a jogar com as equipas mais abaixo, porque é um estilo de jogo muito físico, faz-me lembrar muito o Championship de Inglaterra. É um campeonato que tem muito potencial. Deveria estar mais acima no ranking. Temos duas equipas nas competições europeias ainda... Tenho amigos meus, ferrenhos do Sporting, que vão lá ver e dizem que ficam surpreendidos com a qualidade do jogo.

— Onde se vê a jogar aos 30? 

— Difícil. Mas espero estar de volta às melhores ligas do futebol. 

— E um regresso à Liga portuguesa? 

— Não está colocado de parte, mas acho que é muito difícil.

— Já confessou o amor ao Sporting. Mas jogaria noutro clube ou a ideia de voltar ao Sporting ainda existe? 

— Jogaria noutro clube, sim. 

— Quão importante foi a passagem pelo Famalicão

— Foi muito importante. Muito importante. Foi depois de uma fase difícil no Olympiakos. Senti-me muito feliz por jogar lá.

— Ir para equipa de menor dimensão foi visto como passo atrás na carreira?

— Quando é para jogar e para mostrar rendimento, nunca vejo como um passo atrás. É um passo ao lado. Se calhar até um passo à frente, porque foi isso que depois fez as coisas prosseguirem na minha carreira. Perguntam muitas vezes se o Legia foi um passo atrás e eu não acho que tenha sido, porque as coisas estão a correr bem.

«Clubes portugueses devem estar atentos a Gonçalo Feio»

No Legia, Rúben Vinagre é treinado por um treinador português, Gonçalo Feio, 35 anos. «É muito ambicioso, muito atento aos detalhes. É muito forte taticamente e depois gosta muito de aprender e de evoluir, de saber o que é que os jogadores sentem. É muito próximo dos jogadores», assim o apresenta o lateral-esquerdo.

Rúben Vinagre e Gonçalo Feio num jogo do Legia (IMAGO)

Devem os clubes portugueses estar atentos a Gonçalo Feio? «Sem dúvida. Ainda por cima é muito jovem. Sem dúvida que os clubes em Portugal têm de estar atentos», avisa Rúben Vinagre.