José Manuel Pinto, ex-guarda-redes do Barcelona, hoje é cantor e instrutor de zumba (Fotos: IMAGO)
José Manuel Pinto, ex-guarda-redes do Barcelona, hoje é cantor e instrutor de zumba (Fotos: IMAGO)

Pós-carreira que mais surpreende: polícias, padres e zumba (com fotos)

INTERNACIONAL21.03.202509:25

Depois do futebol, o que fizeram os jogadores? Casos de novas carreiras e grandes transformações... até no corpo

Há de tudo: comentadores de TV (em boa dose), proprietários de restaurantes (muitos) ou de outros espaços comerciais e/ou serviços (bastantes) E depois há quem tenha pegado no conhecimento, networking e juntando-se às pessoas certas, criando negócios de sucesso, como é o exemplo relatado recentemente pelo The Sun sobre a riqueza gerada por Louis Saha após ter criado a empresa AxisStars, uma plataforma com o objetivo de gerir carreiras e ligar atletas e celebridades a parceiros de confiança, cujo valor de mercado ascende a 5,1 mil milhões de euros.

Mas o caso do antigo colega de Cristiano Ronaldo no Manchester United surpreende mais pelos valores do que pela atividade em si, há no entanto outras situações de pós-carreira mais surpreendentes: investigadores policiais, wrestlers e até padres. É esta a lista que se segue:

George Weah – Bola de ouro em 1995, um dos melhores jogadores africanos de sempre, deixou saudades por todos os clubes por onde passou. Usando da sua enorme notoriedade no seu país, tornou-se, em 2018, presidente da Libéria, cargo que exerceu até 2024. Também na Europa, e mais recentemente, assistimos a um caso semelhante: Mikheil Kavelashvili antigo jogador do Manchester City, foi eleito, em dezembro, primeiro-ministro da Geórgia.

Faustino Asprilla – Avançado de grandes recursos, foi estrela do grande Parma dos anos 90 do século passado, clube pelo qual venceu duas Taças UEFA. Viria a ser figura de proa do Newcastle. Foi uma das figuras da grande campanha da Colômbia no Mundial-1994, nos Estados Unidos da América. Entre os vários negócios que montou, destacam-se dois: produção de cana de açúcar e de preservativos com a marca Condom Tino.

José Manuel Pinto – Ficou conhecido pelo longo cabelo, ora preso num rabo de cavalo, ora com rasta, e por ter sido o eterno suplente de Victor Valdés no grande Barcelona de Pep Guardiola (jogou nos catalães de 2008 a 2014). Ainda em jogador já se dedicava à música, tendo fundado uma produtora. Quando pendurou as luvas, apostou tudo na carreira de cantor foi na condição de produtor que conquistou um Emmy latino. Mais recentemente tornou-se instrutor de zumba, somando mais de um milhão de seguidores no Instagram, onde publica os seus vídeos que põem a gente a mexer.

Ray Wilson – Lateral-esquerdo inglês que jogou, entre outros, no Everton, foi campeão do Mundo em 1966 pela Inglaterra. Depois de terminar a carreira dedicou-se, durante alguns anos, à atividade de agente funerário a trabalhar por conta própria.

Philip Mulryne – Internacional pela Irlanda do Norte, fez parte do plantel do Manchester United no final dos anos 90, embora praticamente sem jogar. Terminou a carreira em 2008, iniciando os estudos teológicos. Tornou-se padre a 8 de julho de 2017, exercendo o cargo em Belfast

Arjan de Zeeuw – Central neerlandês que fez carreira na Grã Bretanha na década de 90 e na primeira do século XXI, atuando em clubes de fim de tabela da Premier League ou do Championship, como Coventry, Wigan ou Portsmouth. Retirou-se do futebol aos 39 anos e apesar de ter o curso de médico optou por integrar a polícia, em Alkmaar, no departamento de investigação.

Kevin Francis – Chegou a ter o título de jogador mais alto do campeonato inglês nos anos 80, graças aos seus 2,01 metros. Deixou a sua marca no Stockport e Derby County, tendo regressado ao Canadá, terra natal, onde iniciou uma carreira de polícia, em Calgary.

David Hillier – Fez 143 jogos pelo Arsenal, entre 1988 a 1996. Depois de pendurar as chuteiras tentou a carreira de treinador, mas não teve sucesso, dedicando-se a outra atividade: tornou-se bombeiro em Bristol.

Daniel Agger – Foi internacional pela Dinamarca por 75 vezes a jogou apenas em dois clubes: Brondby e Liverpool, para onde se transferiu na época seguinte à conquista da UEFA Champions League por parte dos reds. Fanático pelas tatuagens (fez a primeira aos 15 anos, numa viagem a Paris) o ex-central tornou-se tatuador profissional e investiu num negócio ligado ao ofício, em Copenhaga.

Gaizka Mendieta – Internacional espanhol por 40 ocasiões, finalista vencido da Champions por duas vezes, sempre ao serviço do Valência, tornou-se DJ profissional após o final da carreira de futebolista. O gosto surgiu-lhe pela primeira vez ainda como jogador do Middlesbrough, de Inglaterra. Uma atividade que foi seguida também pelo antigo internacional francês, Djibril Cissé.

Jody Craddock – Antigo jogador de clubes como Wolverhampton ou Sunderland, dedicou-se de forma profissional à pintura depois de pendurar as chuteiras. Criou um estúdio em casa e é visto a vender as suas obras em feiras de arte espalhadas por Inglaterra.

Vinnie Jones – Para as gerações mais novas será mais surpreendente a carreira anterior como futebolista devido à atividade constante no cinema, embora menos visível nos últimos anos. Membro do crazy gang, a equipa do Wimbledon que venceu a Taça de Inglaterra em 1988. Numa era em que o futebol britânico era canela até ao pescoço, o médio defensivo destacou-se por ser um dos mais violentos em campo, tendo transportado a aura para Hollywood, onde encaixou que nem uma luva nos papéis de gangster.

Tim Wiese – Antigo guarda-redes, foi uma referência do Bremen, de 2005 a 2012. Terminou a carreira em 2017 e o corpo começou a mudar para se adaptar a outro grande desafio: o wrestling profissional.

Curtis Woodhouse – Jogou no Sheffield United, Birmingham ou Hull City, mas havia outro desporto que o faria mexer-se: o boxe profissional. Aliás, chegou a praticar, oficialmente, os dois desportos. Viria a tornar-se campeão inglês de pesos leves. Mas nunca esquecendo os relvados: a carreira de treinador também é algo que o move.

Gravesen – Chamavam-lhe ogre em Espanha e Ronaldo Fenómeno diz que foi o pior jogador com quem jogou. O antigo médio defensivo dinamarquês que jogou no Real Madrid tornou-se jogador profissional de póquer no pós-carreira, tendo ganhado milhões de dólares em Las Vegas. Mas tal como ganhou, também perdeu e voltou à Dinamarca, agora exercendo o cargo de comentador televisivo.

Anders Fostervold – O antigo médio norueguês fez a maior parte da carreira no Molde, onde jogou, entre outros, o benfiquista Aursnes ou Erling Haaland. Terminou a carreira em 2001 e apostou de seguida no ciclismo, especializando-se no contrarrelógio.