Selecionador nacional está 'sob brasas' depois da exibição e derrota ante a Dinamarca, em Copenhaga
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Muito bem, Martínez, já não falta tudo

OPINIÃO23.03.202509:35

Selecionador de Portugal reconheceu exibição pobre na Dinamarca; foi o primeiro passo; o seguinte, e mais difícil, é pôr a equipa a jogar à bola

O primeiro passo está dado. Roberto Martínez reconheceu que Portugal fez uma má exibição na Dinamarca. Encontrou razões, mas não desculpas. Assumiu que hoje a Seleção vai ter de ser bem melhor do que foi na quinta-feira para seguir para a final four da Liga das Nações.

Parece pouco? Parece o mínimo? Talvez. Mas é estranho como tantos treinadores tentam tapar o sol com uma peneira e defender o indefensável. Como o próprio Martínez fez durante o Euro 2024, quando procurava ocultar o que se via à vista desarmada, a falta de qualidade do futebol da Seleção, com os números de um apuramento para os oitavos de final com duas vitórias, pouco convincentes, nos dois primeiros jogos, sobre Chéquia e Turquia (incluindo a reta final do jogo com os turcos, seguir-se-iam 360 minutos, ou seis horas, sem marcar qualquer golo, mas ninguém diria pela forma como o selecionador defendeu na altura o rendimento da equipa...).

Agora, pelo menos, Martínez parece ter visto um jogo parecido com o que viram os adeptos. É, como dizia, o primeiro passo. Falta o segundo, o mais importante: assegurar-se de que a triste figura da Seleção não se repete hoje em Alvalade.

Esse é o passo mais importante mas também o mais complicado. Com Martínez no banco, Portugal ainda não tem uma grande vitória, daquelas que afirmam a Seleção na Europa. É também verdade que não tem uma grande derrota, o jogo de Copenhaga foi o primeiro de caráter oficial que perdeu, porque mesmo a eliminação no Euro-2024 com a França foi nos penáltis. Benesses dos sorteios, Portugal tem andado a jogar com equipas da segunda divisão europeia. A Croácia em renovação, que a equipa das Quinas superou na primeira fase da Liga das Nações, terá sido a equipa mais forte que bateu, com a história do jogo a sorrir-lhe em setembro passado, na Luz, e um empate em Split em novembro com o primeiro lugar do grupo já garantido.

Pode Portugal ser hoje melhor do que foi na Dinamarca? É quase uma obrigação. Será suficientemente bom para passar? Só se for consideravelmente melhor. Ainda não tivemos oportunidade de ver uma Seleção Nacional tão boa assim contra um adversário com a qualidade do de hoje. Que Martínez e sus muchachos não deixem escapá-la.