Portimonense: «Vamos encontrar um FC Porto num momento muito bom»
Paulo Sérgio. Foto: LUÍS FORRA/LUSA

Portimonense: «Vamos encontrar um FC Porto num momento muito bom»

NACIONAL07.03.202420:25

Paulo Sérgio, treinador dos algarvios, deixou muitos elogios ao momento dos dragões, mas acredita que com trabalho poderá conquistar algo positivo.

Paulo Sérgio vê um FC Porto mais confiante nas suas capacidades, do que há umas semanas atrás, estando «num momento muito bom».

O treinador do Portimonense na antevisão ao encontro com os portistas – que se realiza nesta sexta-feira (18:45h) no Portimão Estádio - apontou para as exibições com o Arsenal e com o Benfica para validar a sua conclusão, mas crê que se a sua equipa tiver um «coletivo muito grande» poderá complicar a vida ao dragão.

Face à ausência de Pedrão, por castigo, Paulo Sérgio não revelou se vai mudar a estratégia, jogar com dois ou com três centrais como habitualmente o faz diante dos grandes, pois isso seria estar a dar «vantagem» ao adversário.

- Que FC Porto espera depois desta goleada ao Benfica?

«Obviamente que o último resultado do FC Porto trará mais confiança ao grupo e a tudo o que o envolve. Nós temos mais uma partida em que estão três pontos em disputa, em que temos toda a obrigação de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tentar tirar alguma coisa dessa mesma partida, não é diferente dos outros. Desde que aqui estou já houve várias vezes em que tornámos as coisas bastante difíceis ao FC Porto, mas também sabemos que há trinta e não sei quantos anos que o Portimonense não vence o FC Porto. Não é fácil, são níveis completamente diferentes, mas é nossa obrigação tentar criar uma estratégia e uma ideia, em que todos acreditemos que será possível tirar alguma coisa deste jogo, seja um ponto, seja os três. É entrar para dentro de campo para trabalhar por isso durante todo o tempo de jogo.»

 

- A ausência do Pedrão, habitual titular, vai mexer com a estratégia? Atendendo a que nos clubes grandes a ausência de um jogador não mexe com isso…

«Nós temos as nossas alternativas também. Temos essa ausência do Padrão que costuma jogar praticamente sempre comigo, e temos que encontrar uma alternativa. Foi isso que trabalhámos durante a semana. Já houve outra partida que ele falhou durante a época por acumulação de cartões amarelos e temos que encontrar alternativa e solução para competir. Foi isso que fizemos durante a semana, preparámos outro elemento na posição dele para lhe dar mais sensações e a confiança para poder ter um bom desempenho. E é isso que vamos à procura no jogo de amanhã.»

 

- A última vitória em casa foi a 12 de janeiro, frente ao Farense, mas o FC Porto, nas duas últimas deslocações também não ganhou, perdeu em Arouca e empatou em Vicente. O que isso traz para o jogo?

 «A única coisa que me diz é que temos que insistir, temos que procurar. Houve jogos que nós não vencemos por demérito, outros por infelicidade, com muitas ocasiões de golo, com falta de eficácia. Cada jogo tem a sua história, meter assim tudo num grupo, numa amálgama, diz muito pouco ou reflete muito pouco do que realmente se passou. Cada jogo tem a sua história. é óbvio que nós sabemos que não temos obtido os pontos que que desejaríamos, mas é como digo, somos nós e mais quantos? Isto é um campeonato muito junto, muito perigoso, todas as equipas roubam pontos umas às outras. Nós também já fomos roubar fora. O campeonato é isto e quem não souber lidar com isto - é isso que eu chamo sempre a atenção aos nossos - mais facilmente perde o rumo e torna as coisas mais difíceis para si próprio. Pezinhos no chão, sabemos das dificuldades que o campeonato nos traz, eu pelo menos acho que as enumerei aqui sempre desde o primeiro dia, não é surpresa para mim estar nesta luta, sabemos do nosso potencial, sabemos também das nossas dificuldades, portanto, muita consciência daquilo que está a ser feito para a mente se manter positiva e o trabalho ter alegria todos os dias para conseguir chegar ao dia da competição e estar apto a competir e brigar pelos pontos. É dessa forma que nós vamos conseguir aqueles que nos fazem falta. Não é entrar em espirais negativas ou a ligar a ruído. Não, isso não pode entrar aqui, porque isso só dificulta, não ajuda nada.»

- O jogo é mais importante para o Portimonense?

 «Não, é importante para os dois, obviamente que cada um com os seus objetivos. É um jogo importantíssimo para os dois.»

 

- Este é provavelmente o melhor FC Porto da temporada, não só pelo jogo com o Benfica, mas também com o Arsenal, com outra grande exibição. Se calhar era melhor outro FC Porto

 «O FC Porto fez grandes exibições na Champions. Nós só temos a última do Arsenal que foi um belíssimo jogo por parte do FC Porto, mas o que trouxe o FC Porto até aqui na Champions, foram grandes exibições e momentos competitivos muito, muito fortes. Na sequência, o resultado com o Benfica. É, obviamente, uma equipa hoje mais confiante, a acreditar mais, do que talvez há algumas semanas antes. Portanto, vamos encontrar um FC Porto num momento muito bom.»

- Depois do jogo com o Arsenal, no seguinte o FC Porto foi empatar a Barcelos. Agora, depois desta vitória gorda e dilatada frente ao Benfica, pode acontecer mesmo aqui em Portimão?

 «Eu espero que sim. É para isso que nós acreditamos e trabalhamos, mas de certeza que o Sérgio (Conceição) terá chamado a atenção para isso também.»

- O Galeno e o Francisco Conceição, que têm estado em foco no FC Porto, vão merecer alguns cuidados especiais? Ou o FC Porto vale pelo coletivo?

«Estas equipas grandes criam todo o tipo de dificuldades. A atenção que eles vão merecer não é diferente daquela que o extremo do Vizela deveria ter merecido na semana passada e o do Estoril, na semana que vem. Portanto, há um conjunto de competências nos momentos defensivos e ofensivos, porque se nós conseguirmos também obrigá-los a correr para trás, eles ficam com menos vontade às vezes correr para a frente. Isto é um jogo de braço de ferro, de equilíbrios e quanto mais competentes nós formos em tudo aquilo que são as funções e as missões de cada um, mais próximo estaremos de poder competir com uma equipa, com um adversário que obviamente tem muito mais qualidades e mais potencial que o nosso. É equilibrando todas estas coisas e com sentido coletivo muito grande, que se pode complicar a vida às equipas mais fortes.»