Do inesquecível Nadal ao irresistível Gyokeres
Rafael Nadal, um dos mais talentosos e vibrantes tenistas de sempre, despediu-se com emoção dos 'courts'. Viktor Gyokeres, um dos avançados do momento na Europa, só poderá tornar-se a transferência mais cara do futebol português
Comecei muito novo a gostar de ténis, de Bjorn Borg, Ivan Lendl, Mats Wilander e Stefan Edberg, e a apreciá-lo com Pete Sampras, Roger Federer, Novak Djokovic e Rafael Nadal. Mas só Rafa me fez vibrar. As razões para essa distinção são coisas que, por provirem de tão fundo no âmago, não se tornam revelantes partilhar…
Por isso, e também por não conseguir igualá-las no mérito, fico-me por uma breve seleção das incontáveis expressões de homenagem, nas redes sociais, ao tenista espanhol que conquistou 92 títulos, incluindo 22 de Grand Slam, após retirar-se oficialmente dos courts na última segunda-feira, aos 38 anos. Algumas comovem, pelo menos quem tinha Rafael Nadal nos píncaros como exemplo maior de um desportista.
Os organizadores de Roland-Garros, ‘major’ francês que Rafael Nadal conquistou 14 vezes, tornando-se, de longe, recordista, dedicaram-lhe uma expressão inspirado na do patrono, o próprio Roland Garros (alegadamente, original de Napoleão Bonaparte), que é lema do torneio parisiense: «A vitória pertence ao mais tenaz», e acrescentou-lhe: «E a lenda pertence ao Rei da terra batida». Ou ainda, da mesma autoria, focando as lágrimas de Nadal no momento da despedida: «Não chores porque acabou, sorri por aconteceu».
«A poeira baixa, a lenda permanece», aludindo ao pó de tijolo, a superfície em que o tenista natural de Manacor foi incomparavelmente dominante, é a honraria a Rafa Nadal atribuída pela Taça Davis, competição em que o maiorquino se despediu, derrotado no seu derradeiro encontro, após 29 vitórias consecutivas em singulares (outro recorde) antecedidas por tão-só uma derrota, na estreia, em 2004, com apenas 17 anos de idade. Nadal não esqueceu a coincidência com humor. «Perdi o meu primeiro encontro na Taça Davis e perdi o meu último, é um ciclo que se fecha». No emocionado discurso de despedida ressalta a seguinte frase do grande campeão espanhol: «Os títulos, os números, estão lá. As pessoas provavelmente sabem-nos. A maneira como gostaria de ser lembrado é mais como uma boa pessoa de uma pequena vila em Maiorca».
Se Gyokeres não trouxer ao Sporting a transferência mais elevada de sempre do futebol português é porque os dirigentes do clube leonino não a negociarão como deve ser
Outro assunto do momento: Viktor Gyokeres. Se o avançado sueco não trouxer ao Sporting a transferência mais elevada de sempre do futebol português é porque os dirigentes do clube leonino não a negociarão como deve ser. Já não se trata dos 100 milhões da cláusula de rescisão, mas de que clube proporá o valor mais alto, arrematando o jogador em autêntico leilão que se perspetiva. Porque é do mais valioso e valorizável jogador no futebol em Portugal desde Cristiano Ronaldo e Luís Figo que se trata. Não menos. Perante a concorrencial procura que se avizinha, e se acotovelará, o Sporting poderá estabelecer o preço que bem entender. Ou alguma coisa estará errada…