Portimonense: «Não é fácil treinar tantos anos e jogar tão poucas vezes»
Vinícius Silvestre no jogo com o Estoril Foto: Portimonense SAD

Portimonense: «Não é fácil treinar tantos anos e jogar tão poucas vezes»

NACIONAL01.11.202300:00

Vinícius Silvestre, o melhor em campo para A Bola no jogo com o Estoril, concorda com Paulo Sérgio, que afirmou que lhe faltava baliza. O guarda-redes tem aproveitado a ausência de Nakamura e fala da sua primeira experiência na Europa.

No domingo, frente ao Estoril, o Portimonense obteve a primeira vitória em casa para o campeonato e também não sofreu golos, o que não acontecia há mais de seis meses. O guarda-redes Vinícius Silvestre esteve em destaque e foi elogiado no final pelo treinador Paulo Sérgio. Contratado neste verão ao Palmeiras – assinou por três épocas – Vinícius Silvestre tem aproveitado a ausência de Nakamura por lesão, para ir conquistando técnicos e adeptos do clube algarvio. Vinícius deseja ainda que o bom momento tenha continuidade no sábado, em Braga

- Como tem sido esta ‘aventura’ em Portimão? Quando chegou, esperava agarrar a titularidade?

«A adaptação foi tranquila, a questão da língua ser a mesma ajuda muito. O clube também tem uma estrutura muito boa, todos os funcionários também me receberam muito bem e a respeito da titularidade, sabia da grande época que o Nakamura tinha feito, mas vim para ‘brigar’ pela posição.»

- Jogar na Europa era o seu objetivo?

«É o sonho de qualquer jogador! Vim para Portugal, tive muito boas referências, inclusive do Abel (Ferreira), que me ajudou muito também a tomar essa decisão. Eu tenho muitos sonhos, primeiro fazer uma grande época e depois ‘galgar’ uma carreira aqui na Europa.»

- Com o Estoril fez a melhor exibição com a camisola do Portimonense

«Acredito que sim. Não digo pelas defesas, mas pela equipa. Estávamos a precisar de um jogo sem sofrer golos, foi muito importante. Espero que isso nos dê confiança e que todos possamos tornar isso um hábito e melhorar cada vez mais.»

- No final do jogo, o treinador Paulo Sérgio disse que lhe faltava baliza, ou seja, precisava de jogar mais. Concorda com essa opinião?

«Concordo, mas ao mesmo tempo entendo a decisão do Abel (Ferreira), que passou pelo Weverton, pelo (Marcelo) Lomba… Todos os guarda-redes que passaram pelo Palmeiras eram muito bons e infelizmente não tive a oportunidade de jogar. Sempre respeitei as decisões e dei o meu melhor. Agora estou a jogar e a ter minutos aqui na Europa e isso é muito importante. Na vida de um guarda-redes temos que ter uma virtude que é muito difícil para o ser humano, que é a paciência. Não é fácil treinar como aconteceu comigo tantos anos e jogar tão poucas vezes. Concordo com ele e acho que um guarda-redes tem que jogar, independentemente da idade, e tenho tentado fazer isso da melhor forma possível.»

- Foi importante para si não sofrer golos pela primeira vez nesta temporada?

«Para mim foi muito marcante, porque no início do campeonato sofremos muitos golos e foi muito difícil. Mas sempre trabalhamos muito, o mister cobra sempre isso, pois independentemente do resultado, a nossa performance tem que ser boa. E acho que isso vem melhorando ao longo do tempo. Temos conseguido vitórias fora de casa e acho que faltava ganhar em casa e não sofrer golos. Isso foi muito importante, agora é manter e melhorar cada vez mais.»

- Que significado é que teve para si e para a equipa não terem sofrido golos pela primeira vez nesta época? 

«Dá muita confiança e ânimo para trabalhar cada vez mais. Temos falado muito, confiamos muito na nossa defesa e no nosso ataque, porque a melhor defesa começa no ataque, e os atacantes ajudam bastante a marcar. Foi muito importante não sofrer golos e tomara que isso se torne um hábito, trabalhamos para isso, até porque nenhum guarda-redes gosta de sofrer golos e eu não sou diferente.» 

- A primeira vitória em casa é importante para a equipa estabilizar e obter os objetivos a que se propõe?

«Muito importante, porque fazíamos grandes jogos fora, mas precisávamos de convencer e vencer em casa. Isso vai ser fundamental para o campeonato. Agora temos um encontro muito importante fora (em Braga) e esperamos fazer um grande jogo, embora sabendo das dificuldades que vamos encontrar. Mas estamos preparados, porque também precisamos vencer uma equipa de expressão. Esse é o nosso próximo objetivo e vamos trabalhar muito para isso.» 

 

- Está agora melhor preparado para discutir a titularidade com Nakamura, quando ele estiver bom? 

«Assim que cheguei ao Portimonense percebi o quanto as pessoas o respeitam e eu também vi nele um companheiro muito carismático, uma pessoa muito boa e para mim é um privilégio estar a disputar a posição com ele. Infelizmente ele aleijou-se, mas tenho a certeza que vai voltar ainda melhor e quem ganha com isso é o Portimonense, por ter bons guarda-redes ao serviço da equipa.»

- Que expectativas para o jogo de sábado com o SC Braga, um clube que está na fase de grupos da Liga dos Campeões?  

«É um privilégio podermos jogar contra uma equipa que está a disputar a Champions League. O próximo jogo é sempre o mais difícil, mas esse vai ser muito especial, em virtude de estarem nessa competição. Vamos tentar alcançar a vitória para podermos ‘ganhar corpo’ no campeonato e alcançar o nosso objetivo da época.»

- Tem alguma referência em relação a jogadores e à equipa do SC Braga?

«Tantas! O Matheus, guarda-redes brasileiro, vem fazendo uma grande época, os extremos e os atacantes também, eles são muito rápidos. Formam uma grande equipa, mas esperamos fazer um grande jogo.»

- Ainda mantém contacto com as pessoas do Palmeiras, o treinador Abel Ferreira ou outros elementos da equipa técnica?

«Mantenho o contacto e tenho muito carinho e torço muito por eles, assim como eles torcem muito por mim e me ajudaram muito em todos os sentidos, como ser humano e como jogador.  Procuro manter contacto com todos eles, porque são pessoas extraordinárias.»

- Eles estão ao corrente do que tem feito no Portimonense?

«Sim. Mandam-me mensagens e sempre me elogiam e há uma troca nesse aspeto, porque eles também têm feito um trabalho muito importante lá e eu estou sempre a elogiar. Estou muito feliz pelo que eles têm feito no Palmeiras.»