Sporting-Santa Clara 0-1 Os destaques do Sporting: Geny a tentar sair duma rua sem saída
Moçambicano tentou remar contra um destino que estava traçado: de os leões não terem sucesso; muitas unidades em sub-produção e outras num plano apenas razoável; Gyokeres com o seu mundo ao contrário
A figura: Geny Catamo (6)
Parecia que estava destinado que o Sporting não teria sucesso e o virtuoso moçambicano, ora jogando na esquerda na primeira parte ou na direita na segunda, andou num passinho mais acelerado para tentar sair de uma rua que não tinha saída, quanto a um mau resultado averbado em Alvalade pelo Sporting. Louve-se o esforço, pois, apesar de ter ficado longe duma nota elevada, nunca virou a cara à luta e foi colocando em sentido os defensores contrários, aproveitando a qualidade do pé esquerdo para, pelo menos, causar mossa no adversário. Entre o minuto 52 e o 54 ainda ficou perto da glória mas há dias em que o destino é mais forte do que tudo o resto… Para os leões, era uma dessas noites. E ainda houve aquele lance de dúvida na área do Santa Clara, aos 17 minutos, após mais uma boa incursão da esquerda para o meio.
4 Kovacevic — Continua a dar sinais de insegurança, tal como naquele passe muito mal medido que acabou nos pés de Vinícius. No golo, aí, não teve culpa, mas fica mais um indício negativo do bósnio.
5 Debast — Na primeira parte ainda apareceu em zonas adiantadas, até nem estava a ser dos piores do setor defensivo leonino mas como apareceu após lesão, João Pereira não quis forçar a nota com o belga e retirou-o do jogo.
4 Diomande — Uns quantos cabeceamentos a ameaçar o perigo mas é penalizado pelo erro clamoroso no golo dos açorianos.
4 Matheus Reis — Na primeira parte ainda fez um passe teleguiado para Quenda, dum lado ao outro do campo, mas fica ligado ao golo do Santa Clara, ao desentender-se com Diomande e a deixar Vinícius na carreira de tiro.
4 Quenda — Sem muitos dos laivos de irreverência que o caracterizam pelos tenrinhos 17 anos, ainda assim, tentou alguma coisa mas raras foram as vezes que conseguiu ultrapassar o seu opositor direto, não beneficiando, desta vez, de continuar como extremo de pé contrário, pois recebeu muitas vezes a bola para zonas interiores. Aquela área estava bem povoada pelos açorianos, pelo que os esforços se revelavam infrutíferos. Quando foi preciso tentar mudar alguma coisa, João Pereira retirou-o do jogo.
5 Hjulmand — O capitão costuma ser a alma da equipa mas esteve longe dos seus patamares ideais, gastando demasiado tempo em discussões estéreis com o árbitro e sem a preponderância de outros jogos para definir com sucesso os lances a meio-campo. Ainda assim, teve alguma importância no equilíbrio.
4 Daniel Bragança — Sem a capacidade de transporte de bola e de descobrir espaços, a equipa ressentiu-se muito do seu desacerto, pois o futebol leonino perdeu a habitual fluidez.
5 Trincão — Esteve uns patamares muito abaixo do que tem apresentado numa temporada em alta, voltando aos (maus) velhos tempos do Trincão complicativo com reviengas inconsequentes. Mas como o pé esquerdo tem qualidade ainda criou assomos de perigo entre linhas.
5 Gyokeres — Não foi por falta de tentativas mas andou demasiadas vezes lutar contra o mundo, que estava ao contrário do que lhe é habitual. Os consagrados também têm dias menos bons, e foi o que aconteceu com o sueco, que ainda desperdiçou um golo cantado, quando chegou atrasado a um cruzamento de Harder. Mas tem sempre uns laivos de perigo a cada arrancada.
4 Edwards — Voltou a ser aposta de João Pereira para o lado esquerdo do ataque, tal como tinha acontecido no jogo com o Arsenal a meio da semana, e voltou a mostrar-se apagado. Apesar da elevada técnica individual, nem na receção de bola esteve num plano razoável. Lento, complicativo e a tomar decisões incompreensíveis não resistiu e ao intervalo foi substituído. E toda a gente no estádio e que estava a assistir ao encontro percebeu a decisão do novo treinador dos leões. E ele, se calhar, também, tal a inoperância que demonstrou.
4 Maxi Araújo — Saiu do banco ao intervalo acrescentando muito pouco à equipa. Ainda tentou arrancar uma grande penalidade mas a decisão inicial do árbitro acabou por ser revertida.
5 Harder — Entrou com vontade de mudar o estado de coisas mas nem sempre com o discernimento ideal. Ainda cruzou uma bola a que Gyokeres chegou atrasado mas, de resto, foi de coração sem cabeça. Tentou muito rematar, mas não conseguiu enquadrar qualquer chuto à baliza. Louve-se o esforço. Fica isso.
5 St. Juste — Não foi por ele que as coisas correram mal mas também seria difícil, tendo em conta o tempo que esteve em campo.
5 Gonçalo Inácio — Quando entrou o treinador pretenderia aproveitar a sua capacidade de passe mas já chegou tarde.
— Morita — Sem qualquer impacto no jogo.