«Não há dois Pedros Gonçalves»

Sporting «Não há dois Pedros Gonçalves»

NACIONAL15.06.202320:03

É um dilema com que lida ainda hoje. É um finalizador por natureza, mas é no meio campo, sempre dentro do jogo, que se sente mais confortável. Pedro Gonçalves esteve no programa Futebol Arte, da Sport TV+, e falou um pouco do seu trajeto futebolístico, frisando que é o mesmo jogador em campo independentemente da posição que ocupa.


«Posso ser um oito e jogar mais para a equipa, ou ser um 10 e resolver mais jogos. Entendo isso, mas não há duas imagens minhas, não há dois Pedros Gonçalves em campo», sublinhou, confessando que Amorim, no primeiro ano de Sporting, o queria utilizar como falso 9: «O mister contratou-me para jogar como falso 9, com dois alas rápidos. Mas na pré-época fizemos um jogo com o Farense e não correu bem e o mister deve ter visto isso. Gosto mais do meu espaço entre linhas, mas se tivesse de escolher era um falso 10 que pudesse ir buscar a bola e chegar à área.»


Aliás, Pedro Gonçalves até recordou um episódio vivido com o treinador logo na primeira época. «Já tinha marcado uns 14 golos e disse ao mister que não me sentia bem a jogar à frente. O mister perguntou: ‘Tens 14 golos e não te sentes bem?’. E eu respondi: ‘Estou a falhar muito no jogo contemporâneo, no passe e na decisão. Quero jogar mais recuado’. No jogo seguinte, com o Famalicão, o mister colocou-me a jogar como médio centro e o João Mário mais adiantado. Nesse jogo, até marquei um golo de pé esquerdo. E no final ele disse-me: ‘Agora não sei o que fazer, se te coloco atrás ou à frente?’. Eu gosto mais de jogar recuado, mas se à frente eu decidir, nem eu sei. Se fizer 20 jogos 10 à frente e outros 10 no meio campo sinto-me realizado», prosseguiu o extremo, falando ainda da sua facilidade de remate. «O que os guarda-redes me dizem é que quando a bola está em cima do corpo consigo rematar de forma espontânea. E nesses segundos eles falham os apoios e não chegam à bola», disse o extremo, confessando que os defesas cada vez mais  encurtam espaços de manobra.


E as bocas aos rivais? «É aquela provocação de jogo. Sinto-me mais concentrado e ativo. Se ficar calado é mau sinal», concluiu.