Morreu Salif Keita: Sporting já reagiu
Salif Keita morreu este sábado aos 76 anos na capital do Mali, Bamako, e o antigo futebolista, apesar de apenas ter estado três épocas no Sporting e de ter chegado a Alvalade à beira dos 30 anos, deixou lastro na nação leonina.
Keita foi recrutado pelo Sporting ao Valência no início da época 1976/1977, vindo a constituir um ataque que contemplava ainda nomes como Manuel Fernandes e Jordão, sendo considerado um dos melhores estrangeiros de sempre da história leonina. De leão ao peito, apenas conquistou uma Taça de Portugal, na época 1977/1978, erguendo o troféu na condição de capitão de equipa por ausência de João Laranjeira.
Mas a história de Keita foi feita de muito mais episódios do que os apenas leoninos, pois apesar de ter nascido num bairro pobre de Bamako, bem cedo revelou a sua habilidade para o futebol, destacando-se no Real Bamako, e em 1963 com apenas 16 anos, chegou à seleção principal do seu País, pela qual totalizou 13 jogos e 11 golos.
As exibições no Mali não passaram despercebidas e foi descoberto por um emissário do Saint-Étienne, que era na altura a melhor equipa de França. Viajou para terras gaulesas para uma experiência e agradou tornando-se num elemento importante de uma grande equipa dos verts, e conquistando um tricampeonato e duas Taças de França, entre outros prémios individuais, como a Bota de Prata do Campeonato francês de 1970/71, quando marcou 42 golos. Foi dele a primeira Bola de Ouro Africana, conquistada em 1970.
Após um desentendimento com a a Direção do Saint-Étienne, transferiu-se para o Marselha, mas numa altura em que havia limitação ao número de estrangeiros que os clubes podiam inscrever, foi pressionado para se naturalizar como francês, recusando-se a fazê-lo. Decidiu, então, rumar ao Valência.
Chegou a Espanha envolto em alguma polémica, mas rapidamente calou os que puseram em causa o seu valor e carácter, com boas exibições e golos, que conquistaram os adeptos dos ches que o apelidaram de Pérola Negra do Mali.
Seguiu-se o Sporting e, depois de Alvalade, rumou aos Estados Unidos para uma experiência no New England Tea Men, terminando a carreira em 1980.
Já afastado dos relvados, em 2005, foi eleito presidente da federação maliana de futebol e em 2007 ascendeu a ministro delegado do primeiro-ministro.
Morreu este sábado, aos 76 anos, mas fica a memória e a lenda.
O Sporting já reagiu:
«O Sporting Clube de Portugal manifesta o seu pesar pela morte de Salif Keita, antigo avançado maliano que chegou ao Clube em 1976 e jogou de Leão ao peito durante três temporadas. Aos familiares e amigos, as mais sentidas condolências, não deixando de enaltecer e agradecer os anos de dedicação e devoção ao Clube», pode ler-.se na publicação nas redes sociais.