Messi lembra: «Quando falhei aquele penálti queria matar-me»
Messi foi um dos jogadores que desperdiçaram grandes penalidades no desempate da final da Copa América de 2016, com o Chile

Messi lembra: «Quando falhei aquele penálti queria matar-me»

INTERNACIONAL24.06.202423:25

Argentino recorda grande penalidade desperdiçada na final da Copa América de 2016; Não coloca data para pendurar as botas, mas admite que está perto de acontecer

Depois de a Argentina se ter estreado na Copa América 2024 com uma vitória frente ao Canadá (2-0), Lionel Messi, que assistiu para o segundo golo, recordou a sua carreira, até aos dias de hoje, e também o momento onde percebeu que era um jogador... especial.

«Desde muito pequeno sempre fui diferente, pelo que fazia e pelas pessoas que me vinham ver. Embora eu não tenha percebido, eu entendi quando fiquei mais velho, mas tenho claro de que nasci assim porque Deus me escolheu. Tentei aproveitar para tirar o máximo proveito disso, mas não fiz nada para ser o jogador que era quando era criança, para além de tudo o que fiz depois para melhorar», disse, em entrevista ao canal Clank.

O argentino revelou ainda a primeira conversa que teve com Pep Guardiola, que acabava de chegar ao Barcelona, onde lhe pediu para participar nos Jogos Olímpicos de 2008 pelo seu país, competição que acabou por ganhar:

«Com Guardiola aprendi muito… comecei a entender muito mais sobre o jogo, posse de bola e como gerir os jogos com bola. Quando ele chegou, começámos a pré-temporada e havia um pouco de barulho sobre se eu ia ou não aos Jogos de Pequim. Como não estávamos bem, ficámos dois anos sem ganhar nada, os problemas vieram. Tínhamos de entrar na Liga dos Campeões e eu estava meio impedido porque queria jogar os Jogos Olímpicos. Tivemos uma conversa e ele é uma pessoa muito inteligente. Disse-me para manter a calma, que íamos apurar-nos para a Liga dos Campeões e disse-me para ir aos Jogos, para ganhar, para aproveitar e depois íamos ter um ano muito bom para desfrutar.»

Lionel Messi com Mascherano a celebrar a conquista dos Jogos Olímpicos 2008 (Imago)

Já sobre a sua primeira internacionalização, em que acabou por ser expulso muito rapidamente, explicou que foi um dos momentos mais complicados da sua carreira: «Na minha estreia lembro-me que toquei duas ou três bolas no máximo. Não era vermelho, foi um momento muito difícil para mim. Entrei no balneário morto, a chorar. Eles apoiar-me muito e Kily González disse-me para manter a calma porque o mesmo tinha acontecido a ele e ele acabou por jogar muito na seleção. Scaloni também disse que me fez o primeiro passe na seleção… não me lembro, não vi, mas todos me apoiaram muito.»

Para além de tristezas, o jogador do Inter Miami também falou sobre alegrias, incluindo a maior: a final do Mundial 2022, onde conseguiu o primeiro troféu de seleções a nível internacional: «Quando errei o meu penálti… [Chile, final da Copa América de 2016] eu queria matar-me. Naquele primeiro penálti contra a França pensei em ter calma, não me trair, não me precipitar, não rematar rápido, não mudar a forma como eu tinha vindo a rematar, até porque, ainda por cima, o Mbappé marcou primeiro. E foi isso que fiz.»

Por fim, questionado sobre quando será o seu final de carreira, o avançado não quis dar uma data: «Vai ser até quando tiver de ser. Continuo a gostar do dia a dia, a jogar à bola. E quando eu não for mais profissional, vou continuar a jogar à bola com os meus filhos. É o desporto que mais amamos, com que nos identificamos mais desde crianças. Continuarei até quando Deus quiser, como sempre e como tudo.»