Bruno Lage, treinador do Benfica, assinala que «os tempos mudaram»
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Mais fôlego para quatro no Benfica

NACIONAL25.03.202511:39

Num plantel ainda a pagar fatura da sobrecarga de jogos, última semana foi importante especialmente para alguns

O Benfica já foi eliminado da UEFA Champions League, mas ainda paga a fatura de meses a jogar praticamente de três em três dias. Há vários jogadores que lutam para atenuar as consequências do excesso competitivo, dependendo depois das características de cada um a forma como recuperam entre jogos.

Há quatro jogadores que vinham evidenciando algumas dificuldades e foram merecendo gestão mais atenta para não potenciar o risco de lesões — o defesa-central Tomás Araújo, o lateral-esquerdo Álvaro Carreras e os médios-centro Orkun Kokçu e Fredrik Aursnes. Juntos, somando também o tempo de utilização pelas seleções, têm 16.687 minutos de competição esta época. Seguramente agradeceram a recente pausa FIFA e as folgas no Benfica. Há outros jogadores que também esticam o momento de forma, como Akturkoglu, Pavlidis ou Otamendi, mas estes quatro são casos evidentes de desgaste nos últimos meses.

O mais utilizado de todos no plantel, mas sem lesões e sempre com rendimento alto, é Carreras, que beneficia de não estar a jogar pela seleção. Tem 22 anos, jogou a qualificação para o Europeu de sub-21, no final do ano passado, e espreita agora uma chamada à seleção principal de Espanha. Dos 44 jogos do Benfica em 2024/25, Carreras esteve em 41, 39 na condição de titular, 3.574 minutos em campo (3.754 com jogos de seleção), 3 golos e 5 assistências. Carreras, que festejou o aniversário no domingo, terá respirado na última semana para atacar o que resta da temporada.

Outro jogador que terá conseguido fazer o mesmo é Aursnes, que fechou a porta da seleção — apesar do selecionador norueguês, Stale Solbakken, admitir que continua a tentar convencer o médio a regressar — precisamente, explicou o próprio, para descansar e aproveitar coisas além do futebol. No Benfica, Aursnes é o terceiro mais utilizado do plantel, atrás de Trubin, Otamendi e Carreras. O nórdico fez, esta época, 40 jogos pelo Benfica, 38 como titular, 3.210 minutos em campo, 1 golo marcado e 6 assistências.

Caso mais delicado é o de Kokçu, médio que em campo tem sido chamado a tarefas mais abrangentes, a defender e a atacar, que o têm desgastado. Fez 41 jogos, mas foi suplente utilizado em 36 — 3.148 minutos de jogo (3.689 com os das seleções), 10 golos e 6 assistências. Kokçu foi titular (marcou 1 golo) na vitória da Turquia frente à Hungria (3-1) da passada quinta-feira, para a Liga das Nações, mas viu cartão amarelo, completou série e falhou o segundo jogo da seleção por castigo. Volta, portanto, relativamente menos desgastado aos trabalhos no Benfica.

Finalmente, e talvez o caso mais suscetível desta análise: Tomás Araújo. O central está desgastado e foi poupado de ir à Seleção de Portugal para que recupere. Fez 35 jogos pelas águias, todos a titular, joga como lateral-direito (Bah, o habitual titular, está fora do resto da época por lesão) e o lugar obriga-o a rotinas e movimentos diferentes, o que contribui para menor fulgor do jogador. Tomás Araújo foi substituído nos últimos quatro jogos do Benfica, em três deles ao intervalo e cedo na segunda parte, e não é por acaso.

A paragem para as seleções, ou pouca utilização, como foi o caso de Kokçu, possibilitam acreditar que Bruno Lage contará com os quatro jogadores mais habilitados para as exigências da reta final da temporada.