Jogo insípido
Francisco Conceição é um desequilibrador nato (Pedro Sarmento Costa/LUSA)

O MISTER DE A BOLA: Jogo insípido

NACIONAL05.05.202418:33

Vítor Vinha analisa a vitória do FC Porto em Chaves

 

1 Pergaminhos
GD Chaves ligado às máquinas na luta pela manutenção e FC Porto num combate aceso pelo terceiro lugar, defrontaram-se na cidade transmontana, à procura da felicidade. Ambas as equipas iniciaram o jogo em sistemas idênticos: guarda-redes, quatro elementos no sector mais recuado, três jogadores no miolo e três elementos na frente de ataque. Até ao minuto 24, o equilíbrio foi nota dominante. Apenas se vislumbraram alguns fogachos ofensivos por parte dos dragões, com os flavienses a tentarem chegar rapidamente à baliza de Diogo Costa, mas sem grande perigo. Por um lado, imperou o nervosismo do Desportivo de Chaves, próprio de quem tenta sobreviver na Liga. Por outro, o Porto entrou apático, lento de processos e sem grande chama na busca pela vitória.

2.Momentos decisivos
A partida ficou resolvida em dois momentos. À passagem do minuto 24, a falta cometida por Essugo à entrada da área antevia um lance perigosíssimo para a equipa de Moreno. Com a ansiedade a demonstrar necessidade latente de pontos, foram vários os jogadores a protestarem de forma veemente. Júnior Pius excedeu-se e viu o primeiro cartão amarelo. Livre directo, superiormente executado por Francisco Conceição, a inaugurar o marcador. Quatro minutos depois, Júnior Pius pisou Alan Varela, viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho. A partir daqui os flavienses remeteram-se ao seu reduto. Tentaram equilibrar-se: primeiro defendendo em 4x4x1 e, na segunda parte, em 5x3x1. Num ou noutro lance, conseguiram sair com perigo para o ataque, mas sem incomodar, verdadeiramente, a baliza azul e branca.

3,Ritmo de treino

A vencer por 1-0 e em superioridade numérica, esperava-se um FC Porto mais acutilante e incisivo. Sérgio Conceição alterou a dinâmica ofensiva perante as facilidades. Com a expulsão, os dragões instalaram-se no meio-campo adversário, numa espécie de 2x2x6. João Mendes a dar largura pela esquerda e, ora Francisco Conceição, ora Martim Fernandes, davam largura pela direita, com muita gente por dentro para ferir a defensiva flaviense. O Porto marcou mais dois golos e somou  oportunidades para dilatar o resultado. Outras notas de destaque: a estreia de Gonçalo Sousa, jovem de 17 anos; novo jogo seguro de Martim Fernandes; e onze jogadores da formação - parabéns FC Porto - na ficha de jogo.

4.Destaques
Francisco Conceição desbloqueou o marcador e somou alguns apontamentos que mereciam melhor finalização por parte dos companheiros de equipa. Dá a sensação de que, na hora de desequilibrar, a bola tem de chegar, obrigatoriamente, aos seus pés. É um dos protagonistas da época portista. Taremi assistiu Evanilson para o segundo golo e converteu a grande penalidade que fechou o resultado. Para um jogador que vai sair no final da época, terem deixado Taremi marcar o penalti é um sinal de reconhecimento por tudo o que fez ao serviço dos azuis e brancos. Destaque merecido.