ANTEVISÃO Inglaterra-Eslováquia: equipa-desilusão quer evitar surpresa

Formação dos Três Leões não convence adeptos, ansiosos de um futebol atrativo e eficaz. Eslovacos querem fazer história e prometem ferir o adversário

Inglaterra e Eslováquia estão em momentos diferentes. A primeira procura o sempre elusivo título de campeão europeu, mas vem de uma fase de grupos desinspirada, apesar do 1.º lugar final. A segunda já atingiu a melhor classificação de sempre num Euro e, ao entrar em campo na Veltins Arena em Gelsenkirchen, não terá nada a perder.

Ambas as equipas já sabem que, se passarem esta eliminatória, a Suíça estará à espera nos quartos de final, depois da vitória deste sábado sobre a Itália. Mas o foco, claro, ainda está neste jogo que começará às 17.00 horas.

Na fase de grupos, a Inglaterra marcou apenas dois golos (houve quatro terceiro classificados da fase de grupos que marcaram mais). Um foi um belo cabeceamento de Bellingham contra a Sérvia, outro nasceu de um disparate do dinamarquês Victor Kristiansen que Kane aproveitou. Mas a inaptidão inglesa vai ainda mais longe.

A equipa fez apenas 11 remates à baliza em toda a fase de grupos, durante a qual Phil Foden somou mais passes para Pickford (três) do que para Kane (um). A adaptação de Alexander-Arnold ao meio-campo não resultou e a de Kieran Trippier a lateral esquerdo retira muito potencial ofensivo à equipa nesse flanco.

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Acima de tudo, o futebol de Inglaterra é entediante, previsível e extremamente inconsequente do ponto de vista atacante. Será que uma mudança de paradigma pode começar com um miúdo de 19 anos?

A experiência de colocar Alexander-Arnold a médio só durou dois jogos, nos quais nem jogador nem equipa saíram beneficiados. Depois, Conor Gallagher não tirou o melhor partido da oportunidade de ser titular com a Eslovénia e foi substituído por Kobbie Mainoo ao intervalo. O jovem do Manchester United assumiu o risco, só falhou um passe em 34 tentativas e refrescou o ataque britânico. «Sentimos que a forma como controlou a bola nos ajudou», disse Southgate após o jogo.

O selecionador nunca teve medo de apostar em jovens jogadores e, por isso, dada a sua exibição convincente, Mainoo tem a possibilidade de ser titular por Inglaterra.

Do lado da Eslováquia, o maior objetivo já foi alcançado – chegar aos oitavos de final depois de ficar no 3.º lugar do Grupo E (o tal em que todas as equipas terminaram com os mesmos pontos). Se vencer a Inglaterra, não só o fará pela primeira vez (perdeu cinco jogos e empatou um contra este adversário), como também chegará aos quartos de final de um Euro pela primeira vez – e tem armas para o fazer.

No guardião Dubravka e no central Skriniar, a equipa dispõe de uma dupla experiente e de dois líderes da linha defensiva. O meio-campo de Kucka, Lobotka e Duda é batalhador e não dá uma bola como perdida. Na frente, há o talentoso Ivan Schranz (também importante no apoio defensivo) e que tem tantos golos neste Europeu quanto Inglaterra (dois). E, por fim, o conhecido dos portugueses Bozenik, avançado do Boavista, ele que poderá enfrentar alguém que admira: Harry Kane.

O que disseram os selecionadores

Gareth Southgate identifica os perigos do adversário.

«A Eslováquia pressiona alto, é agressiva na defesa, temos de encontrar uma forma de ultrapassar essa pressão, por isso, vai ser o teste mais difícil possível. Precisamos de encontrar o nosso próximo nível, que acreditamos que podemos. Não viemos aqui apenas para sair do grupo. Viemos aqui para tentar ganhar o torneio e precisamos de jogar a um nível suficientemente elevado para vencer um adversário muito, muito forte», disse à UEFA.

Já o selecionador da Eslováquia, Francesco Calzona, não quer conceder a iniciativa de jogo ao adversário, como explicou também à UEFA.

«Esta equipa sempre ditou o ritmo do jogo desde a minha chegada. Nunca deixámos que os nossos adversários tivessem a iniciativa. Quando o faziam, era por curtos espaços de tempo. É claro que a Inglaterra é uma das favoritas para o torneio. Não vai ser fácil, mas vamos dar o nosso melhor para nos sairmos bem e queremos voltar a dar alegrias aos adeptos.»

Onzes prováveis

Inglaterra: Jordan Pickford; Kyle Walker, John Stones, Marc Guéhi, Kieran Trippier; Kobbie Mainoo, Declan Rice; Bukayo Saka, Jude Bellignham, Anthony Gordon; Harry Kane.

Eslováquia: Dubravka; Peter Pekarík, Denis Vavro, Milan Skriniar, Dávid Hancko Juraj Kucka, Stanislav Lobotka, Ondrej Duda; Ivan Schranz, Róbert Bozeník, Lukás Haraslín.