Capitão John McGinn fala da estreia na Liga dos Campeões e nas expetativas do clube para esta época
«É um momento emocionante para todos. É um pouco estranho ver o emblema da Liga dos Campeões na camisola, mas estamos a gostar. É tudo aquilo por que trabalhámos. Também é uma boa distração ter pelo meio jogos do campeonato, porque temos nos concentrar no objetivo principal, que é tentar melhorar a posição da época passada», avisa o capitão John McGinn, antes de refletir sobre o calendário na prova milionária: «O jogo com o Celtic é, na verdade, um pouco mais incómodo do que as pessoas pensam. Se estou feliz por ser em casa? Sim, porque os pedidos de bilhetes estão a chegar. É um jogo emocionante, mas defrontar Bayern e a Juventus em casa, além do Bolonha, serão noites muito especiais no Villa Park. É uma recompensa por todo o trabalho árduo e o esforço que fizemos ao longo das últimas épocas.
O médio escocês espera «ir até ao fim», embora sinta um que a exigência é bem menor do que na época passada, quando os villains caíram nas meias-finais da Liga Conferência. Na época passada havia um pouco mais de expetativa e pressão sobre os jogos europeus. Quando chegámos ao torneio, aceitámos e assumimos que éramos os favoritos para ganhar a competição. Não o conseguimos, por isso agora o foco e a expetativa são um pouco diferentes. No entanto, a expetativa que existe no vestiário é nos qualificarmos diretamente e tentar evitar o playoff. Vamos encarar cada jogo como vier. O sorteio podia ter sido muito pior e também muito mais fácil ao mesmo tempo, mas não tenho a certeza de que o botão seja tão favorável se o passarmos por novo sorteio. Aprendemos muitas lições com a Liga Conferência. Tivemos muitas lesões, porém conseguimos realizar boas exibições e talvez apenas nas meias-finais tenhamos sentido a questão. A experiência irá ajudar-nos e nesta temporada o grupo tem muito mais força em certas posições para estarmos mais bem preparados para o calendário.»
Unai Emery pegou numa equipa a lutar pela permanência, levou-a à Liga dos Campeões pela primeira vez na história, 42 anos depois da conquista da Taça dos Campeões Europeus, e tornou-se figura central de todo o projeto
McGinn não se escusou a falar sobre a sobrecarga de jogos do futebol moderno. «É um tema muito importante e já vivi os dois lados da moeda. Quando estávamos a meio da tabela, sem jogarmos muitos jogos, estávamos desesperados por jogar mais, participar e ter sucesso. Há uma parte que está a ficar um pouco fora de controlo, especialmente o Campeonato do Mundo de Clubes na próxima época. É claro que temos muita sorte em sermos bem pagos por fazermos um trabalho que adoramos. Ninguém está a fugir disso. Mas, por vezes, o lado mental das coisas precisa de ser desligado. No início, quando entrámos nas competições europeias, pensei: ‘Que os jogos continuem a vir’, mas torna-se difícil quando se está em mais de 70 jogos por época e depois ainda há a seleção. Não há muito tempo para descansar, por isso é preciso um equilíbrio um pouco maior e há muita gente a insistir nisso. Estamos a apoiar essa ideia. Claro que queremos ser bem sucedidos e adoramos jogar futebol, mas o equilíbrio tem de ser correto. É mais o lado mental a este nível, que obviamente traz altos e baixos incríveis ao mesmo tempo, por isso, é assim e, no final da época, só queremos largar tudo. Contudo, as equipas que vão disputar o Campeonato do Mundo de Clubes não vão ter tempo para fazê-lo. A saúde das pessoas é o mais importante e espero que consigamos chegar a esse ponto de equilíbrio. Infelizmente, nas pausas internacionais, o Pau [Torres, colega de equipa espanhol] recebe um pouco mais de vitamina D do que eu quando vai para fora.»
A Liga dos Campeões não tira, no entanto, o foco do principal objetivo: a Premier League. «Não sei quem vai ganhar o campeonato. Todos os anos, cada equipa melhora e tenta aproximar-se do Manchester City e acabar com o fosso que eles criaram ao ganharem tantas vezes seguidas. Por isso, nós, e muitas outras equipas, vamos tentar reduzir essa diferença. É a melhor liga do mundo. As equipas que falharam anteriormente tornam-se ainda mais determinadas a tentar recuperar o lugar. Por isso, provavelmente ganhámos um pouco mais de respeito. A época passada foi provavelmente uma pequena surpresa para muitos, mas nesta época já não o seremos, o que torna tudo mais difícil. Obviamente, com as novas regras financeiras, não podemos usar o cartão de crédito dos donos para resolver os problemas. É preciso ter cuidado com as decisões. Isso traz os seus próprios desafios e será certamente um desafio muito maior esta época para mantermos essa posição de Liga dos Campeões, mas estamos entusiasmados», conclui.