Nos Jogos Olímpicos de Londres, Jorge Paula teve oportunidade de estar com o ídolo e mentor, mas a história em torno do encontro com o basquetebolista torna a ocasião ainda mais interessante
Jorge Paula, atleta olímpico dos 400 metros barreiras e atual personal trainer de Florentino Luís, médio do Benfica, é um homem do desporto e também tem paixão pelo basquetebol. Kobe Bryant, um dos melhores basquetebolistas de sempre, falecido em janeiro de 2020, fazia parte do seu imaginário, até ao dia em que se cruzaram, nos Jogos Olímpicos de Londres, a caminho da final dos 100 metros, onde estava um senhor chamado Usain Bolt.
Jorge Paula é um dos mais rápidos barreiristas portugueses de sempre nos 400 metros, esteve nos Jogos Olímpicos de Londres e agora é 'personal trainer' de jogadores importantes. Em exclusivo, revela o trabalho que faz com o médio dos encarnados e como ajudou e foi ajudado por Nélson Semedo
— Tem uma foto com Kobe Bryant, quer contar-nos a história dessa imagem?
— É uma foto muito especial para mim. Sempre disse isso às pessoas que me rodeiam. Se eu pudesse escolher uma pessoa no mundo para conhecer, essa pessoa seria o Kobe Bryant. Não só pelo jogador que foi, mas acima de tudo pela mentalidade. Sou um apaixonado pelo basquetebol, era um super fã dos Lakers e adorava o Kobe Bryant. Sempre tentei perceber quem ele era e cedo percebi através da sua história, do seu compromisso com o treino. Nos Jogos Olímpicos de 2012, há coisas que ficaram para sempre. Uma delas é essa imagem com o Kobe. Em 2008, em Pequim [nos JO], pedi a um atleta para levar uma camisola que eu tinha dos Estados Unidos para o Kobe Bryant assinar. Mas sempre que ele entrava na Aldeia Olímpica era uma multidão à volta dele. Facilmente 300, 400 pessoas rodeavam-no. O meu colega não teve a possibilidade de aproximar-se dele, com alguma tristeza minha. E nunca pensei poder ter a possibilidade de conhecê-lo pessoalmente, até que chegou o dia... Quando é lançada a data dos eventos nos Jogos, há um dia que é especialmente procurado, que é a final dos 100 metros. Toda a gente quer saber quem é o homem mais rápido do mundo. E daí, o meu espanto, ao ir pela pista de aquecimento, para ir direto ao estádio, e vejo a equipa [de basquetebol] dos Estados Unidos a ir também… Quando vi o Kobe Bryant, não consegui suster as lágrimas. Foi emoção muito forte para mim, porque ele é, realmente, um mentor, foi extraordinário. Poder estar ali com ele, poder tirar aquela fotografia, guardá-la, foi, sem dúvida, a medalha que eu tirei dos Jogos Olímpicos.