Fábio Vieira: a somar minutos para levantar voo no FC Porto

Foi titular e jogou mais de uma hora contra o Sintrense; entrou nos últimos 30 minutos frente ao Hoffenheim, quando estava 1-0; criativo está cada vez mais sólido e com fome de protagonismo

O próximo ciclo de cinco jogos em 13 dias, que começa segunda-feira com Aves SAD e termina na Luz,  frente ao Benfica, a 10 de novembro, é um exame exigente à resistência dos jogadores do FC Porto. É também uma oportunidade para  outros que procuram um lugar ao sol, leia-se no onze, mostrarem ao treinador que estão à altura do desafio.

Nesse capítulo, depois de Tiago Djaló ter desfeito as dúvidas quanto à resposta física que seria capaz de dar, depois de muito tempo sem competição - operado uma rotura do ligamento cruzado do joelho direito a 14 de março de 2023, ainda no Lille, voltou 15 meses depois para fazer 16 minutos pela Juventus, num jogo da Taça de Itália -, chegou a vez de Fábio Vieira mostrar a sua fibra, numa altura da época em que tem somado mais tempo de jogo. Contra o Sintrense atuou 64 minutos e saiu após ter sido atropelado por um adversário, com queixas ao nível da anca. No triunfo do FC Porto sobre o Hoffenheim, foi lançado a meia hora do final, quando os azuis e brancos tinham uma vantagem de apenas um golo.

Não fosse a lesão muscular na coxa direita sofrida a 10 de setembro passado, que adiou a sua estreia pelo FC Porto e fê-lo perder os jogos frente ao Farense, V. Guimarães e Bodo/Glimt, talvez já estivesse plenamente integrado na dinâmica de um meio-campo onde só mesmo Alan Varela e Nico González são unidades indiscutíveis.

Sem um ’10’ definido

A necessidade de um criativo vem sendo gerida por Vítor Bruno com a utilização de Eustáquio e Varela como pivots e o avanço de Nico González para as costas de Samu. Iván Jaime é outra opção, mas o seu rendimento flutuante faz com que não crie raízes na equipa, e, nessa medida, apesar de ter partido com atraso, Fábio Vieira vai dando sinais de que está cada vez mais pronto para lutar pela vaga na equipa.

Quando? Só o treinador terá a resposta a essa questão, sendo que no fim da partida com o Hoffenheim, Vítor Bruno mostrou-se muito satisfeito como todos os suplentes entraram. Na realidade, apenas Fábio Vieira jogou o tempo suficiente para fornecer uma amostra  fiel ao técnico dos azuis e brancos: Zé Pedro jogou seis minutos, Gonçalo Borges e Namaso entraram no tempo de compensação.

O criativo cedido pelo Arsenal admitiu que tem sido «uma luta diária» alcançar o nível físico que lhe permita, em campo, expor toda a sua qualidade e ser preponderante no FC Porto. «Pessoalmente estou cada vez melhor. Tive uma fase muito complicada, desde cirurgias e de lesões musculares, tem sido uma luta diária. Estou cada vez mais feliz e confiante por poder ajudar este clube», juntou.

Se mais nenhum azar físico o condicionar, a série de jogos que os dragões enfrentam até ao clássico na Luz podem trazer um Fábio Vieira mais sólido e também de estatuto reforçado na equipa. O Aves SAD é um adversário duro a jogar em casa, onde ainda não perdeu na Liga. Soma dois triunfos, os únicos que tem no campeonato, contra o V. Guimarães e Rio Ave, e dois empates, diante do Nacional e Farense.

Marcou poucos golos, três, mas sofreu apenas um, e, em tese, será mais osso duro de roer para os azuis e brancos. Um desafio que pede um FC Porto não só dominante como capaz de furar a compacta linha defensiva do adversário. E quem melhor que Fábio Vieira para, de bola corrida ou parada, decidir um jogo? A dúvida é a mesma de sempre: a titular já, ou ainda tem de esperar ainda um pouco pela sua vez?