Entrevista A BOLA: «Guardo o Sporting no coração»

Sporting Entrevista A BOLA: «Guardo o Sporting no coração»

NACIONAL23.07.202322:15

Na hora do adeus, é com tremendo carinho que Joelson Fernandes, extremo de 20 anos, fala do clube que o formou. Diz que esperava ter tido mais oportunidades, mas realça tudo o que aprendeu e os amigos que deixou em Alvalade, de treinadores a jogadores. O próximo desafio dá pelo nome de Hatayspor, recém-promovido à primeira liga turca.

— Como é que têm sido os primeiros tempos no Hatayspor? Como é que estão a decorrer os trabalhos de pré-época?

— Está a ser uma experiência top, encontrei um ambiente fantástico, excelente mesmo, os treinos são muitíssimo difíceis, mas estamos a preparar-nos bem. São treinos muito exigentes, os turcos trabalham muito forte e todos os dias há dois treinos. São sessões fisicamente muito exigentes, trabalhamos muito a parte física, ginásio, estamos a fazer uma pré-época muito forte.

— Porquê a escolha pelo futebol turco quando havia ofertas alemãs e neerlandesas em cima da mesa?

— Escolhi este clube porque o mister mostrou-me que confia muito em mim. Falou comigo, disse-me para vir para aqui, senti uma ligação forte. É uma equipa que me vai dar muitas oportunidades para jogar. Havia outras equipas, é verdade, mas a ligação com o mister foi forte e sinto que aqui posso mostrar-me em vez de poder ficar parado. Aqui é o sítio ideal para mostrar a minha qualidade.

— A equipa chegou este ano ao principal escalão turco. Qual é o objetivo?

— Ainda não falámos muito sobre isso. Estamos a preparar a época, mas penso que o objetivo é manter a equipa no top, de certeza absoluta.

— Este é um ano de aprendizagem e adaptação ou a sua ideia é entrar já a jogar?

— Aprender, aprendemos todos os dias, mas em relação à adaptação… Quero é agarrar esta oportunidade com unhas e dentes e mostrar o meu futebol. Isto é um mês ou dois e tenho de estar pronto para tudo.

— Falou com Volkan Demirel. O que é que o treinador lhe pediu?

— Ainda não me pediu nada especificamente. Vamos começar agora com os jogos e o que ele me diz é que a liga turca é difícil, muito física, que tenho de tocar simples, encarar o adversário e ir com tudo. No fundo, fazer o que tento fazer sempre. A competitividade aqui é muito forte, os turcos são duros, temos de jogar simples e rápido e ir para cima deles.

— Mas estava à espera de sair já do Sporting?

— Na verdade não estava à espera que facilitassem como facilitaram. Mas falámos, aceitaram e fico feliz por isso.

— A determinada altura parecia ser aposta, chegou a fazer a pré-época com Marcel Keizer. Esperava ter tido mais oportunidades?

— Esperava, admito que esperava. Todos os jogadores esperam oportunidades, querem mostrar-se, mas infelizmente tive poucas oportunidades. Mas quero dizer que fico muito feliz com as oportunidades que tive e aprendi muito. E só tenho de agradecer sempre ao Sporting por tudo o que lá passei.

— A época passada fez apenas um jogo pelo Basileia, regressou ao Sporting, jogou pela equipa B e de sub-23 e não pôde sair em janeiro. Ficou desiludido?

— Não, desiludido não fiquei. É o que digo, na altura voltei para o Sporting, joguei pela equipa B e pelos sub-23, e estava feliz à mesma. E fui-me preparando para a possibilidade de poder sair, sabia que isto podia acontecer, como aconteceu. Mas aproveitei ao máximo cada momento que vivi no Sporting.

— Sai do Sporting triste com alguém em especial?

— Não, nem um pouco. É como digo, nunca fiquei triste por não jogar ou jogar pouco. Agradeço todos os momentos, as convocatórias, aproveitei ao máximo e saio de consciência tranquila. Tudo o que passei guardo no coração. O Sporting ajudou-me muito por tudo o que fez por mim… Cada vez que for a Portugal vou visitar os treinadores e colegas. Esteja onde estiver, visitarei sempre os muitos amigos que lá deixei. É isso que conta. A amizade. E tenho lá muitos amigos, penso que tenho sempre a porta aberta. Quando voltar, visitarei a malta.

— Quer deixar uma mensagem aos adeptos do Sporting, que sempre o apoiaram?

— Um obrigado a todos aqueles que acreditaram em mim mesmo quando não jogava. Muito obrigado a todos. Guardo tudo no fundo do meu coração, guardo o Sporting no coração. Só me lembro de lhes dizer uma palavra: obrigado.