Duarte Gomes analisa a arbitragem do Farense-FC Porto
Trabalho globalmente competente de João Pinheiro no Estádio São Luís
João Pinheiro viajou até ao Algarve, onde dirigiu o SC Farense - FC Porto que se disputou no Estádio de São Luís, em Faro.
O internacional bracarense recebeu o apoio, à distância, de António Nobre (AF Leiria), que desempenhou a função de vídeo árbitro.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
8' A bola tocou na anca e cotovelo esquerdo de Balde, quando o algarvio dividia lance com Wendell. O contacto foi legal, porque aconteceu na sequência de movimento natural do jogador algarvio. Esteve bem a equipa de arbitragem ao nada assinalar.
13' João Mário viu a bola tocar-lhe no braço após dominá-la com o pé/perna. Não houve movimento deliberado, apenas ressalto inesperado. Boa decisão do árbitro bracarense ao não sancionar o lance, apesar de alguns protestos de jogadores adversários.
25' Gonçalo Silva viu, com justiça, o primeiro amarelo da partida após derrubar Galeno, impedindo-o de prosseguir ataque prometedor para o interior da sua área Decisão correta do árbitro da partida.
29' Balde arrastou a perna esquerda para zona de risco, onde estavam os pés de Evanilson. Para sua felicidade, acabou por jogar apenas a bola. É justo sublinhar que a ilusão das primeiras imagens ofereceu-nos a mesma visão que Pinheiro teve in loco: que haveria infração passível de pontapé de penálti. Esteve muito bem o VAR a alertar o seu colega de campo, corrigindo decisão inicial.
33' Foi a abordagem de risco de Fábio Cardoso que o traiu: entrar à bola com daquela forma, com um dos braços bem levantados quase na vertical, é sempre movimento arriscado, tão arriscado que nem o desvio anterior, no peito do central, anulou a existência de infração. Nestes casos, as indicações são para sancionar. Pontapé de penálti foi bem assinalado pela equipa de arbitragem.
35' Golo legal do FC Porto: quando Galeno fez a assistência vitoriosa para Evanilson, o avançado brasileiro estava em posição legal. Esteve bem o árbitro assistente ao validar o lance.
41' Golo de Alan Varela com três jogadores azuis e brancos em fora de jogo posicional, mas que não interferiram no jogo (significa tocar/jogar a bola) nem impactaram na ação defensiva dos seus adversários. Excelente análise do árbitro assistente.
58' Decisão correta da equipa de arbitragem, neste caso ao assinalar novo pontapé de penálti: Alan Varela não se apercebeu da presença de Mattheus e acabou por rasteirar o adversário ainda dentro da sua área. A infração, que não justificou sanção disciplinar, foi bem analisado por João Pinheiro.
63' Evanilson foi derrubado por Falcão, mas a bola sobrou para a frente, em boas condições, para Galeno. O árbitro esteve bem ao aplicar a vantagem. A infração anterior não justificou ação disciplinar, como pediram alguns jogadores.
65' Talocha tocou na bola com o braço direito, que estava ao longo do corpo e em posição normal para o seu movimento defensivo. A bola acabou por sair pela sua linha de baliza. Esteve bem o árbitro ao indicar que o jogo devia recomeçar com pontapé de canto.
71' Galeno estava em posição irregular quando a bola lhe foi passada por Pepe. O avançado do FC Porto cruzou depois para Pepê finalizar com sucesso. Esteve mais uma vez bem o árbitro assistente a analisar, no momento certo, lance de elevado grau de dificuldade.
74' Evanilson atingiu, com o braço esquerdo, o rosto de Gonçalo Santos. A infração foi bem assinalada tecnicamente, mas justificou advertência (a punir gesto negligente). João Pinheiro errou ao não atuar a esse nível.
84' Bola tocada por um jogador do Farense bateu no corpo do árbitro bracarense e continuou na posse da equipa algarvia. A bola ao solo, bem efetuada, deveu-se ao facto daquele contacto poder iniciar um ataque prometedor, um dos três motivos que, nestas circunstâncias, também justifica a interrupção do jogo.
Nota - 7