O MISTER DE A BOLA Dragão brilhante
Álvaro Magalhães analisa o FC Porto-Barcelona
PLANO BEM MEDIDO
O FC Porto num sistema tático de 4x2x1x3, num jogo inglório. O domínio do Barcelona só durou os primeiros cinco minutos da partida, nos quais os dragões não tocaram na bola, fruto da posse dos catalães. A partir daí foi brilhante, e muito jogou o FC Porto— colocaram em prática um plano bem medido, sobretudo pela forma rápida, muito vertical, como trabalhavam o jogo ofensivo. Eustáquio, Baró, Pepê, Galeno conseguiam progredir, e só a má definição no último terço impediu que o guarda-redes dos espanhóis sentisse ainda mais perigo. Nesta primeira as oportunidades foram divididas, apesar do manifesto défice de envolvência nas proximidades da área portuguesa. Ferrán Torres, que saiu do banco, mudaria tudo com uma desmarcação lateralizada, entre os centrais do FC Porto, após uma perda de bola de Baró, que até estava a fazer um bom jogo. Nesta fase, há a lamentar uma grande penalidade não marcada de Koundé sobre Taremi.
ESPERANÇA EFÉMERA
No segundo tempo só deu FC Porto, com muito mais dragões que catalães, que não se mostraram muito confortáveis num contexto de transição rápida. Sem asfixiar, o FC Porto criou cinco ocasiões de golo, sendo a mais flagrante de Pepê isolado, com o defesa do Barcelona, Koundé, a desarmá-lo no limite, aos 53 minutos. Já numa altura em que o FC Porto jogava com muito coração, mas com poucas pernas, a esperança renasceu no Dragão com um golo anulado e um penálti revertido. Esperança efémera. O final do jogo doeu muito aos dragões, em especial a Baró, mas o futebol é assim, e na vida estas coisas acontecem. O jogo vai trazer novas oportunidades e felicidades para a sua equipa. Neste lance, infelicidade para o FC Porto.
GRANDE EQUIPA
O FC Porto vai certamente conseguir chegar à fase seguinte da Liga dos Campeões, pois demonstrou muita qualidade e foi uma fortaleza como equipa, demonstrando que tem uma grande equipa e as contratações foram de qualidade, estando a construir uma grande equipa individualmente e coletivamente, à imagem do seu treinador e dos seus adeptos.
O DESTAQUE PEPÊ
Há a destacar o coletivo, mas temos sempre alguém a destacar, e individualmente sublinharia Pepê como o melhor do jogo – disponibilidade até ao limite da sua condição física. No Barcelona, João Félix jogou aquilo que o FC Porto deixou, parecendo-me que passou ao lado do jogo. João Cancelo ficou muito limitado pelo cartão amarelo, mas conseguiu controlar-se – o FC Porto poderia ter aproveitado melhor este fator, carregando mais jogo pelo lado do português, com Galeno a poder tirar mais dividendos da limitação do português, forçando mais a falta. Uma grande exibição à FC Porto, com apoio dos adeptos à sua volta, que foram fantásticos.