Direção do Benfica remunerada: Jaime Antunes explica como vai ser

NACIONAL25.10.202417:37

Vice-presidente e administrador-executivo da SAD sublinha a importância da proposta integrada na alteração de estatutos e lembra «o travão» representado pela «comissão de remunerações»; podem estar em causa verbas anuais a rondar o milhão e meio de euros

Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica responsável pelas infraestruturas, que acumula agora o cargo de administrador-executivo da SAD, concedeu entrevista à televisão do clube e aflorou uma das alterações estatutárias propostas.

«Estes estatutos reforçam substancialmente o poder dos sócios, o Benfica tem de ser sempre líder da SAD, qualquer Direção que queira mudar isso, só poderá fazê-lo mudando estes estatutos», começou por explicar, antes de falar de «um dos pontos» propostos.

«É uma alteração cultural no Benfica, a possibilidade de remuneração dos órgãos sociais e especificamente da Direção. Não é possível continuar com um modelo destes, este modelo em que as pessoas não podem ser remuneradas significa que muitos sócios que gostariam de ser legitimamente dirigentes do Benfica não poderão fazê-lo devido à vida pessoal, profissional, familiar. Porque, obviamente, as pessoas têm de viver e de trabalhar para ter a sua remuneração. Ora, o Benfica, uma organização desta dimensão, um grupo empresarial que em norma fatura perto de 300 milhões de euros por ano, não se compadece com pessoas a trabalhar por amor, é impossível e insustentável», justifica Jaime Antunes.

«Esta alteração que se propõe nos estatutos vai permitir alargar muito a possibilidade de muitos sócios se candidatarem no futuro. É muito importante fazer isso e criar essa possibilidade. E está prevista nos estatutos uma comissão de remunerações que é eleita pelos sócios em simultâneo com a eleição dos órgãos sociais. São os sócios que vão eleger a comissão de remunerações e a comissão de remunerações é que vai definitir o tipo de remunerações da Direção», acrescenta o dirigente.

Jaime Antunes explica ainda que há um teto que não pode ser ultrapassado: «Ainda por cima fez-se um limite, com remunerações dos órgãos sociais não se pode gastar mais de 0,5 por cento da faturação consolidada do grupo Benfica no ano anterior. É um travão para que não haja um dia alguém que tenha lógica despesista em relação a isto.»

Hipoteticamente, se o Benfica faturar 300 milhões de euros num ano, as remunerações referidas poderão rondar o milhão e meio de euros.

Importa ainda referir que quem for remunerado numa sociedade não poderá ser remunerado na Direção e quem for remunerado na Direção não poderá ser remunerado numa sociedade.