Espanha Daniel Alves concede primeira entrevista na prisão

Daniel Alves está detido há praticamente cinco meses, acusado de violação numa discoteca de Barcelona a 30 de dezembro. Agora, desde a prisão de Brians 2, deu a primeira entrevista, dizendo que apenas ele e a mulher que o acusa sabem o que aconteceu, pedindo perdão à mulher, Joana Sanz.  

O jogador foi detido a 20 de janeiro e desde então o contrato com os mexicanos do Pumas foi rescindido e a mulher, Joana Sanz, entrou com processo de divórcio.

Ao longo destes meses Daniel Alves deu várias versões sobre o que aconteceu numa das casas de banho da discoteca Sutton naquela noite – o que terá sido suficiente para não lhe ser concedida liberdade condicional -  e na entrevista ao jornal La Vanguardia defende a sua inocência quanto a uma violação mais uma vez, embora admita uma relação sexual na discoteca.

Embora tenha inicialmente afirmado não conhecer a queixosa, as provas de videovigilância levaram Alves a confessar ter tido uma relação sexual, que descreveu como «consensual». Exames hospitalares revelaram vestígios de esperma no corpo da jovem, e análises científicas detetaram-no nas roupas da alegada vítima e no chão do WC.

«Nessa madrugada, quando a mulher com quem tenho um problema sai da casa de banho atrás de mim, fico um pouco na minha mesa. Não fico muito tempo porque já é tarde. (…) Ao sair da discoteca, sei pelas imagens que passo perto de onde a mulher está a chorar. Não a vi. Se a tivesse visto chorar, teria parado para perguntar o que se passava. E naquele momento, se algum responsável pela discoteca me pedisse para esperar porque a jovem alegou que eu a tinha agredido sexualmente, não ia para casa. Naquela mesma noite tinha-me apresentado na esquadra para esclarecer o que aconteceu. Estou a dar a entrevista porque até agora tem-se contado a história com um relato assustadiço de medo e terror, mas ela sabe o que aconteceu. Entrei atrás dela e a porta esteve sempre aberta», relata.

Daniel Alves continua e mantém que a relação foi consentida – e diz até que perdoa a acusadora.

«Mas ninguém me disse nada, saí da Sutton – discoteca que frequentava desse 2008 e onde conhecia toda a gente - tranquilo. Em casa, com a minha mulher a dormir, tomei banho porque tive vergonha da minha infidelidade. Ensaboei-me com raiva e dormi noutra cama. Devia voltar para o México daí a dois dias, mas alguns meios de comunicação social começaram a publicar que uma jovem tinha acusou Dani Alves de agressão sexual», explica, dizendo que consultou a advogada e, na ausência de uma queixa formal, ficou livre para viajar.

«Perdoo-a. Não sei se dorme de consciência tranquila à noite nem porque fez tudo isto, mas perdoo-a. Eu durmo, estou tranquilo», diz, deixando recados à discoteca, aparentemente por ter tornado o caso público: «Era um local onde ia quando queria tomar um copo com a minha mulher, os meus amigos. Conheço todos os funcionários, os responsáveis ??da sala, e achei que gostavam de mim. O meu comportamento sempre foi exemplar. E é por os conhecer há tantos anos que não entendo como agiram naquela manhã.»

Ficam, então, palavras para a mulher, que tornou público em março que ia pedir o divórcio. «A única pessoa a quem tenho de me desculpar é a minha mulher, Joana Sanz. A mulher com quem casei há oito anos, com quem continuo casado, e com quem espero continuar a viver toda a minha vida. Já lhe pedi perdão pessoalmente aqui, na prisão, mas tenho de o fazer publicamente, porque a história é pública, a ofensa é pública e ela merece essas desculpas públicas. Têm sido dias muito duros para ela. Sei que não me enganei ao casar com ela. Embora talvez ela se tenha enganado comigo», fecha.