Copa América: pancadaria, recordes e a ameaça colombiana a Messi
Colômbia não perde há 28 jogos e é séria ameaça à Argentina na final da Copa América. James Rodríguez, em grande, bateu recorde de Messi, o treinador que voltou aos 'cafeteros' depois de sair para dar lugar a… Carlos Queiroz
Caiu o romantismo de Bielsa. Caiu o favorito Uruguai. Caiu o sonho de Darwin Núñez e Luis Suárez o veterano que ainda atirou uma bola ao poste, mas acabou em lágrimas e com algumas cenas evitáveis com alguns adversários, mas também com um abraço a uma das grandes estrelas desta competição, James Rodríguez. É certo que a Argentina continua a ser superfavorita para a final da Copa América, mas atenção a esta Colômbia invencível e com um Luis Díaz num momento incrível de forma.
O resultado, já se sabe, deixou o Uruguai em pranto. Depois de ultrapassar o Brasil, o Mundo falava na possibilidade de haver o duelo mais aguardado, entre o campeão do mundo e da América do Sul, a Argentina, e de uma formação do Uruguai comandada por Bielsa, um treinador que apaixona adeptos com futebol positivo e de ataque e que prometia fazer das estrelas como Fede Valverde ou Darwin Núñez uma armada invencível.
A frustração chegou na madrugada de anteontem em Portugal e depois da dor da derrota imagens que correram mundo com cenas de violência entre Darwin Núñez, avançado do Liverpool que passou pelo Benfica e alguns adeptos nas bancadas. O jogador terá ido proteger alguns familiares, mas acabou por ser atingido por alguns golpes e responder com outros. Foi a imagem da queda, de um final dramático e doloroso.
Luis Díaz, companheiro de Darwin Núñez no Liverpool aparece a confortar o companheiro e amigo antes destas cenas lamentáveis, mas não é por isso que é uma das figuras desta Copa América 2024 é pelo rendimento que tem tido: um sério candidato a ser o melhor jogador do torneio, por muito que Lionel Messi ainda seja um desequilibrador.
O trabalho do argentino Néstor Lorenzo tem sido absolutamente excecional e não apenas porque fez cair o poderoso Uruguai e está na final da Copa América, o que já não acontecia desde 2001, a jogar em casa, tendo nessa altura batido o México por 1-0, com golo de Ivan Córdoba. 23 anos depois o sonho ganhou força e principalmente pelo excelente momento de dois jogadores que já passaram pelo FC Porto, o maestro James Rodríguez e o explosivo Luis Díaz, que na meia-final, com a Colômbia a jogar com menos um durante toda a segunda parte por expulsão do lateral Daniel Muñoz por agressão a Ugarte, antigo jogador do Sporting,
Refira-se que por esta altura os adeptos do São Paulo andam loucos por não entenderem como James Rodríguez consegue ter este brilho intenso com a camisola da seleção e no clube brasileiro não consegue mostrar a sua classe.
Na Colômbia, é o craque que sempre foi e com a assistência nesta meia-final para o golo de Jefferson Lerma soma seis passes para golo, novo máximo na competição, já que o anterior recorde era de Messi, que tinha cinco. Será que é apenas a primeira conquista ao astro argentino?
Mas voltemos ao homem que formou esta equipa que não sabe perder, com muita veterania, com jogadores míticos como Luis Suárez e o próprio James Rodríguez, mas com futebolistas mais jovens de inegável talento, como Richard Rios (joga no Palmeiras de Abel Ferreira e curiosamente até aos 18 anos foi jogador de futsal, tendo também sido internacional nessa modalidade), ou Kevin Castaño, de 23 anos. Foi jogador de classe média, apesar de ter estado nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1998, e no Campeonato do Mundo de 1990, em Itália, onde a Argentina acabou por ser derrotada na final pela Alemanha, com o capitão Diego Armando Maradona a acabar lavado em lágrimas. Na carreira de treinador nada de fulgurante até esta fase dourada na seleção da Colômbia.
Seleção da Colômbia onde já havia estado antes, como adjunto de José Pékerman, com quem já tinha trabalhado no Leganés de Espanha, na seleção da Argentina e nos mexicanos do Toluca e Tigres. Depois sim, chegaram aos cafeteros para orientarem a equipa nos munidas de 2014 (quinto lugar) e 2018 (nono lugar), mas acabaram ambos por sair em 2019, no momento da chegada do português Carlos Queiroz.
Agora, o momento mais alto da carreira, como treinador principal. Se bater a Argentina soma 29 jogos sem perder, tem a qualificação para o Mundial, e poderá conquistar a Copa América pela segunda vez na história da Colômbia.
TÍTULOS POR PAÍS
Argentina – 9
Uruguai e Chile – 7
Brasil e Peru – 6
Equador – 3
Bolívia e EUA – 2
Colômbia, Paraguai e Venezuela - 1