«Continuam a achar que uma mulher não consegue liderar um balneário cheio de homens»

Emma Hayes, selecionadora dos Estados Unidos da América, sublinha que a treinadoras femininas têm legitimas competências para liderar equipas masculinas e pede escrutínio aos dirigentes sobre a questão

A questão sobre o escasso número de mulheres a orientar equipas de futebol masculinas voltou a ser tema de debate após as mais recentes declarações de Emma Hayes, a atual selecionadora da equipa feminina dos Estados Unidos da América.

Em entrevista à BBC Sport, a treinadora do Chelsea nas últimas 12 épocas abordou a questão e salientou que tudo se deve pelo simples facto que os atuais dirigentes ainda não acreditam na capacidade de uma mulher liderar um balneário de homens.

«Já disse isto um milhão de vezes: conseguem encontrar uma piloto, uma médica, uma advogada, uma bancária, mas não conseguem encontrar uma treinadora a trabalhar no futebol masculino, a liderar homens. Isso só mostra que ainda há muito trabalho a ser feito», começou por dizer Hayes, acrescentando que os atuais dirigentes devem ser escrutinados sobre essa decisão.

«Para mim, as perguntas têm de ser feitas a quem está nos altos cargos. As pessoas continuam a achar que uma mulher não consegue liderar um balneário cheio de homens. Eu coordeno 25 homens todos os dias, que é o meu staff. Nunca pensei que os jogadores fossem um problema. Acho que os jogadores querem é ser orientados. Se o melhor disponível for uma mulher têm de aceitar tal como outra coisa qualquer», concluiu.

Recorde-se que Emma Hayes foi a vencedora do prémio de melhor treinadora do mundo, em 2021, e até ao momento contabiliza um currículo caracterizados por oito títulos da Premier League feminina e pela conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2024, já a comandar a seleção norte-americana.

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