Benfica 'à espera' de Di María
Argentino está há 5 jogos seguidos sem marcar, rendimento também caiu e disso se ressente a equipa; tem sido substituído com mais frequência
Depois de um arranque de época fulgurante (com 4 golos marcados nos primeiros 5 jogos oficiais), Ángel Di María perdeu algum do seu brilho nos últimos desafios. O avançado campeão do mundo pela Argentina marcou o seu último golo a 31 de outubro, no 2-0 contra o Arouca da fase de grupos da Taça da Liga — o extremo saiu aos 56 minutos, possivelmente porque era somente a sua segunda utilização depois de ter sido obrigado a parar devido a lesão muscular contraída no jogo com o Inter em Milão, a 3 de outubro.
Di María continua o ser o máximo goleador da águias: 7 golos
Di María continua a ser o melhor marcador dos encarnados, com 7 golos no conjunto das competições — seguem-se Rafa e João Mário, os dois com 6 golos cada um —, mas o astro sul-americano ficou em branco frente ao Chaves e ao Sporting na Liga, contra a Real Sociedad e o Inter de Milão na Liga dos Campeões e, finalmente, no jogo realizado frente ao Famalicão na Taça de Portugal. Esta é uma tendência que foge à promessa do jogador no início de 2023/2024.
Porém, mais inquietante do que o jejum de golos do extremo será a quebra de rendimento das suas exibições, evidência que suportará o facto de estar ser substituído mais vezes. Nesta última sequência de partidas, Di María saiu aos 71 minutos do jogo com o Chaves, aos 85 do desafio com a Real Sociedad e aos 88 no jogo da passada quarta-feira, com o Inter, na Luz. Fez os 90 minutos com o Sporting e com o Famalicão, mas, não jogando mal, que dificilmente é possível, o argentino não deixou marca profunda no relvado.
A seleção
Pelo meio deste período, a 17 e a 22 de novembro, Ángel Di María esteve a representar a sua seleção na qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026 - jogou 37 minutos na receção ao Uruguai e 12 minutos na impactante vitória por 1-0 conseguida no Brasil, com o golo a ser marcado pelo também benfiquista Nico Otamendi. Com 35 anos, e sendo avançado, pela posição que ocupa muito massacrado com faltas dos defesas, é natural que Di María esteja a sentir o peso da competição e de ter de repartir a carreira entre as exigência no Benfica e seleção.
Para a equipa das águias, a perda de influência de Di María nos jogos acaba por ser mais evidente porque coincide com a ausência de David Neres, extremo brasileiro que sem dúvida é outros dos jogadores mais diferenciados do plantel (tem um golo e 4 assistências em 12 jogos desta época), mas que recupera depois de ter sido operado ao joelho esquerdo. Neres voltará a competir apenas no próximo ano.
O futuro
Olhando um pouco mais à frente, Di María termina contrato no final desta temporada e no próximo verão haverá muito para decidir. «Assinou por uma época, mas vamos ver, tenho de esperança de o convencer [a Di María] a algo mais», partilhou Rui Costa, numa entrevista que deu à BTV no início de setembro. Mas o desejo confessado pelo presidente do Benfica não deverá ser fácil de realizar ou deverá, pelo menos, ter de aguardar por informação importante.
Assinou por uma época, mas vamos ver, tenho de esperança de o convencer [a Di María] a algo mais.
Di María anunciou que se vai afastar da seleção argentina depois da Copa América do verão de 2024, mas faltará saber qual a condição física do jogador para, depois de mais uma prova internacional, continuar a jogar ao mais alto nível; e faltará, principalmente, conhecer a vontade do jogador. Da Argentina chegam sinais de que o Rosario Central, emblema onde Di María se formou, está determinado e convencido que o terá de volta no próximo verão. Por outro lado, o jogador também não esclareceu a sua preferência. Por agora, aos benfiquistas resta esperar que volte o Di María entusiasmante mas também eficaz.