Barão orgulhoso do Olivais e Moscavide: «Quisemos sempre ter os pés bem assentes no chão»
Ítalo Phelipe e Fabrício Simões celebram o golo apontado pelo Olivais e Moscavide ao Sporting, pela Taça de Portugal em futebol. Foto: Maciej Rogowski/Imago.
Foto: IMAGO

Barão orgulhoso do Olivais e Moscavide: «Quisemos sempre ter os pés bem assentes no chão»

NACIONAL22.10.202300:11

Técnico do conjunto lisboeta confessou não estar surpreendido com a «excelente imagem» deixada pelos seus comandados, que mantiveram sempre o foco e humildade na preparação da partida ante o Sporting

Após ter tido a oportunidade de defrontar o Sporting como treinador de um conjunto que milita na 1.ª divisão distrital da AF Lisboa como o Olivais e Moscavide, Ricardo Barão era um treinador orgulhoso da prestação dos seus jogadores que, reconheceu, não o surpreendeu, tendo explicado que «quisemos sempre ter os pés bem assentes no chão» para preparar um jogo bem conseguido que, no fim, o conjunto lisboeta acabou mesmo por fazer perante um poderoso oponente.

Que comentário faz à prestação da sua equipa frente ao Sporting?

Acho que conseguimos fazer o que tínhamos planeado para o jogo e fizemos uma grande primeira parte, depois claro que com o cansaço e o passar do tempo, também com as entradas dos jogadores frescos do Sporting…o problema é que não treinamos todos os dias ou de manhã e o terreno também estava pesado e houve um bocadinho de sofrimento, acabámos com quatro ou cinco jogadores com cãibras. 

Acho que demos uma excelente imagem e quando o jogo estava quase a acabar, com 2-1, tentámos ir à procura da felicidade e íamo-la conseguindo. Acho que por todo o trabalho que aqui fizemos o 2-1 era mais justo.

Sonhava estar 40 minutos a vencer o Sporting e só ver confirmada a derrota no último lance do jogo?

Este sonho foi a exibição com que fomos sonhando durante a semana, ou durante estes três meses em que trabalho com este grupo de jogadores, que são fantásticos. Acho que com a vontade que eles sempre tiveram de assimilar tudo o que tivemos para passar durante a semana era de esperar que fizéssemos hoje aqui uma grande exibição, não quis passar muito isso para fora porque sabemos depois que, com as expectativas, podemos sair defraudados e com uma má exibição aqui, e uma goleada de seis ou sete a zero, poderia ser complicado para nós para o resto da nossa época. Quisemos sempre ter os pés bem assentes no chão e correu tudo perfeitamente bem na primeira parte.

O jogo foi em campo neutro. Se o jogo tivesse sido em Moscavide, o desfecho poderia ter sido outro?

Não, disse isso antes do jogo: os meus jogadores têm um caráter muito grande e jogando em casa ou fora, e mesmo que tivéssemos jogado em Alvalade iríamos jogar da mesma forma que o fizemos aqui hoje, com muita personalidade, a também querer, em momentos, ter a bola. Sabíamos que iria ser difícil, mas vocês não iriam ver aqui uma equipa com o objetivo de ter o autocarro à frente da baliza – viram uma equipa a defender muito baixo, mas nunca, quando defendeu baixo, a tentar dar o chutão na frente.

Fosse aqui, em Alvalade ou em Moscavide, acho que iríamos jogar sempre da mesma maneira. Agora, há sempre a lei do mais forte e em caso de dúvida as coisas são quase sempre para o mesmo lado. Não estou com isso a dizer que o árbitro teve influência no resultado, mas houve muito lance dividido no meio-campo que ia sempre para um lado, se calhar porque era mesmo, mas fico com a ideia que era sempre e isso fez com que na segunda parte fôssemos indo para trás.

No próprio segundo golo do Sporting, acho que há uma falta a nosso favor, o árbitro dá a lei da vantagem e bem só que acabámos por não ter vantagem e numa transição o Sporting acaba por fazer o 2-1. Se calhar, se não tivéssemos sofrido aí o 2-1 de certeza que o Sporting não tinha abrandado, teria acelerado ainda mais e teríamos levado três ou quatro…

Na antevisão ao encontro, falou sobre o que este poderia proporcionar ao Olivais e Moscavide no futuro. Acha que este jogo pode ser encarado como uma aprendizagem para o campeonato distrital que irão continuar a disputar?

A nossa ideia hoje, de vir jogar para a Taça de Portugal contra um grande, era a de não só mostrar o que o Olivais e Moscavide faz, mas também mostrar o que se faz na 1.ª Divisão distrital de Lisboa. Temos muitas dificuldades em ganhar os jogos, mesmo jogando como fizemos hoje com o Sporting e deixo até um recado para os dirigentes da primeira e segunda ligas, que às vezes procuram muita gente jovem noutros continentes e se por vezes olhassem para as divisões de baixo há muitos jogadores e treinadores com qualidade.