Álvaro Pacheco: «Tivemos mais que oportunidades para resolver o jogo muito mais cedo»

Treinador do V. Guimarães lamentou a falta de eficácia, mas enalteceu a conquista dos três pontos; elogios para o trabalho coletivo dos seus jogadores; aproximação ao 4.º lugar não diz nada ao técnico.

Terminar o jogo com algum sofrimento sendo que dominou de início ao fim, como analisa a partida?

- Tivemos mais que oportunidades para resolver o jogo muito mais cedo. Tenho de salientar a postura dos meus jogadores, tínhamos o objetivo de regressar aos triunfos aqui em casa e conseguimos. Muito agressivos e não deixando o Famalicão sair a jogar pelos seus médios e também pelo seu jogo por fora. Com bola tivemos um jogo posicional fantástico e fomos criando oportunidades em cima de oportunidades. Na primeira parte, o 1-0 foi curto e depois na segunda fomos com a intenção de fazer o segundo. Não nos expusemos tanto, mas fomos audazes, corajosos e tivemos oportunidade para fazer o segundo. Se fizessemos o golo, tal como o jogo corria, o resultado até podia ter sido mais dilatado. Mesmo depois de falhar o penálti, mantivemos a concentração. Num lance, o Famalicão enviou a bola ao poste, o que seria injusto para os meus jogadores.

A equipa teve uma quebra aos 60 minutos e as substituições foram algo tardias. Sentiu que não precisava de refrescar?

- Tivemos algumas saídas em que não fomos muito capazes, mas saímos sempre. Também mérito do adversário que foi permitindo menos espaço. O João Mendes e o Jota estiverem a fazer o jogo posicional, com bola e sem bola, foram muito inteligentes, aproveitando o trabalho do Handel e do Tiago Silva. Estavam bem e tínhamos o jogo controlado. Não faço as substituições por acaso e senti que eles estavam a ser capazes. Depois sim, senti necessidade de refrescar. Os jogadores que entraram estiveram muito bem, agressivos e acutilantes e é isto que se quer.

Espreme os jogadores ao máximo. Kaio César voltou a entrar motivado, acha que merece mais minutos? O penálti falhado deixou mais tenso, no final?

- Falhar o penálti faz parte, ninguém gosta e o Adrian [Butzke] de certeza que não queria falhar. As incidências da vida tornam-nos mais fortes e foi isso que lhe disse. O falhar faz parte e isto tem de o motivar para ser mais forte. É um jogador que vai ser importante para o Vitória. O Jota e o Mendes naquilo que era o plano de jogo estavam perfeitos. Foi uma partida muito tática, com e sem bola tínhamos de identificar bem os momentos. Eles estavam a entender isso na perfeição. O Kaio é um jogador diferente, pois bem de outra realidade e tem de entender que é um jogo coletivo, vai ser importante, tem qualidade, mas tem de perceber melhor o jogo. Quando o Famalicão meteu mais gente na frente e o Kaio ia ter mais espaço, aí sim tinha de entrar. Pela disponibilidade e inteligência que tem, em pouco tempo vai entrar mais tempo.

Mais um golo de Jota Silva. Algum recado para o selecionador nacional?

- Um abraço ao Roberto Martínez, está a fazer um trabalho fabuloso. O Jota acredito que pode ser convocado pela qualidade que tem e pelas característica que tem pode acrescentar à Seleção Nacional. É importante para os jogadores perceberem que no Vitória podem ter essa oportunidade, como há aqui mais que merecem estar nas respectivas seleções. A resiliência, as incidências que passou na vida tornaram-no no jogador que é hoje. Vamos esperar por dia 15, mas acredito muito que possa ser convocado.

Volta a aproximar-se do 4.º lugar, mas mantém o discurso do jogo a jogo?

- Estamos num clube ambicioso com uma mentalidade de campeão. Aqui joga-se sempre para ganhar e a oportunidade que temos é de vencer o próximo jogo. A nossa filosofia é sermos melhores, estarmos sempre preparados para conquistar os três pontos no próximo jogo. Mentalidade de campeão que é a que praticamos todos os dias. Uma semana de trabalho para poder disputar os próximos três pontos.

Houve alguma indicação para ser o Adrian Butzke a bater o penálti?

- Temos um grupo fantástico que vai fazer história. Foi uma decisão do grupo e do Tiago Silva. Tenho um grupo diferenciado. São estes pormenores que nos fazem diferentes e estes valores que nos vão levar mais longe.