A vantagem sobre o FC Porto que raramente a águia teve

Benfica A vantagem sobre o FC Porto que raramente a águia teve

NACIONAL04.04.202317:28

A Liga não está propriamente ao rubro, pois a diferença pontual entre os dois primeiros classificados, Benfica e FC Porto, é tal modo dilatada que, para já, o que está mesmo ao rubro é a luta pelos segundo e terceiro lugares. Porém, um Benfica-FC Porto, seja na Luz ou no Dragão, é sempre jogo de altas emoções.


É o que se espera do clássico de sexta-feira na Luz, pelas 18 horas: Schmidt versus Conceição, Vlachodimos e Diogo Costa nas duas balizas, Otamendi e Marcano como mais experientes das duas defesas, João Mário e Otávio a liderarem os meio-campos e na frente, como principais candidatos a chegar aos golos, Gonçalo Ramos e Mehdi Taremi.


A vantagem do Benfica é clara e impressionante. Perdeu até agora apenas sete pontos (empates em Guimarães e na receção ao Sporting e derrota em Braga) contra nada menos de 17 do FC Porto (empates em casa de Estoril, Santa Clara, Casa Pia e SC Braga e derrotas ao terreno do Rio Ave e nas receções a Benfica e Gil Vicente). A diferença de dez pontos é absurda e raríssima de acontecer.


Há quase 12 anos, desde 14 de maio de 2011, que ninguém liderava a Liga com vantagem desta dimensão. Aconteceu na última jornada de 2010/2011, quando o poderoso FC Porto de André Villas Boas terminou com 84 pontos contra apenas 63 do Benfica de Jorge Jesus: 21 pontos de diferença entre primeiro e segundo.

Porém, se tentarmos encontrar uma vantagem assim por parte dos encarnados, verificamos que aconteceu apenas por cinco vezes nos últimos 50 anos. E três delas (1973, 1976 e 1977) quando o FC Porto ainda não era o poderoso FC Porto de 1982 para cá. E só uma (2010) nos últimos 34 anos, o que diz bem da dificuldade que o Benfica tem sentido neste período, ao contrário do que aconteceu nas décadas de 60 e 70, para fazer campeonatos quase imparáveis e com vantagens tremendas sobre o FC Porto.


A maior diferença aconteceu a 1 de abril de 1973, quando o FC Porto recebeu o Benfica na jornada 24 com 19 pontos de atraso (seriam 31 se a vitória valesse, como agora, três pontos). As águias eram líderes destacadíssimas da prova e os dragões estavam na 4.ª posição, ainda atrás de Belenenses e V. Setúbal. Os azuis e brancos, comandados por Fernando Riera e com jogadores como Pavão, Oliveira, Herédia e Flávio, obrigaram os encarnados, treinados por Jimmy Hagan e com Simões, Artur Jorge, Nené e Eusébio, a perder os primeiros pontos nesse campeonato: 2-2, golos de Nené, Herédia, Eusébio e Flávio.


Em 1975/1976 e 1976/1977, ainda antes do FC Porto começar a tornar-se no potentado que atualmente é, o Benfica teve avanços de 21 e 11 pontos (a três pontos por vitória), respetivamente, à entrada das jornadas 30 de 1975/1976 (derrota na Luz por 2-3, golos de Toni, Vítor Baptista, Ademir e Júlio (2), a 30 de maio de 1976; Mário Wilson e Monteiro da Costa a treinadores) e 29 de 1976/1977 (triunfo na Luz por 3-1, golos de Chalana, Pietra (2) e Taí a 22 de maio de 1977; John Mortimore e José Maria Pedroto a treinadores)


Doze anos mais tarde, a 12 de março de 1989, os encarnados deslocaram-se às Antas na jornada 29 com 12 pontos (igualmente a três por vitória) de vantagem  e tudo terminou num empate a zero (treinadores: Artur Jorge e Toni). Finalmente, a 2 de maio de 2010, quando foi até ao Dragão na jornada 29, o Benfica de Jesus estava com 11 pontos de vantagem sobre a então equipa de Jesualdo.