Treinador do Arouca diz que «nesta altura a classificação não significa nada»
Gonzalo García recorda início de época idêntico na Croácia, que terminou com a melhor classificação de sempre do NK Istra. Foto: Lusa

Treinador do Arouca diz que «nesta altura a classificação não significa nada»

NACIONAL16:20

Gonzalo García desvaloriza atual 16.ª posição e possível queda para o último lugar. Treinador garante que o grupo está tranquilo

É na antepenúltima posição, com apenas três pontos, que o Arouca viaja para o Algarve para disputar tremendo duelo com o Farense, equipa conduzida por José Mota que ainda não se estreou a pontuar no campeonato. Não obstante reconhecer as dificuldades do desafio, o treinador Gonzalo García relativiza a atual posição dos lobos na classificação (16.º) e confia na melhoria de processos da equipa para obter um resultado positivo no encontro da 6.ª jornada.

«O Farense algum dia terá de pontuar, mas espero que não seja esta semana. Confio que isso não acontecerá. Será seguramente uma partida difícil, será uma equipa que, tal como nós, quererá muito a vitória. É uma equipa fisicamente forte e com um futebol mais direto do que o de outras equipas com quem já jogámos. Vamos estar preparados para o jogo», começou por referir o uruguaio na antevisão ao encontro que terá lugar no domingo, em Faro.

A derrota em terras algarvias agravará a posição da equipa, não sendo de excluir mesmo a hipótese de queda ao último lugar, questão que Gonzalo García desvaloriza, apontando antes para os objetivos finais da época.

«Não tinha pensado nisso, não tenho olhado muito para a classificação, porque estamos ainda nas primeiras jornadas. É importante começar bem, mas os primeiros quatro ou cinco jogos não determinam toda a época. Não estou preocupado, pois nesta altura a classificação não significa nada. Neste momento, o mais importante é o processo, é o trabalho que estamos a fazer para melhorar o desempenho da equipa. Na Croácia (ao serviço do NK Istra) estive na última posição nos primeiros quatro ou cinco jogos e acabámos por fazer a melhor época da história do clube (5.º lugar). Estamos a trabalhar muito melhor e também mais tranquilos», frisou Gonzalo García, que analisou ainda a capacidade produtiva da equipa, que nesta altura conta apenas dois golos marcados.

«Uma equipa trabalha como um todo, pensamos na estrutura da equipa e em jogar da melhor maneira possível para que os avançados tenham boas opções para fazer golos. Mas, claro, trabalhar para fazer golos é normal. Tem havido muitas mudanças nas posições do ataque, o Jason tem sido o único que fez todos os jogos, mesmo o Sylla não jogou de início o último jogo. Todos os outros trocaram por um ou outro motivo, umas vezes por opção técnica, mas a maioria das vezes por outros motivos. Estaria preocupado se não chegássemos com bola e com qualidade ao último terço. Estamos a consegui-lo e, excetuando o último jogo, difícil, com o Sporting, em que tivemos apenas uma oportunidade clara, podíamos ter feito mais golos nos jogos com o Rio Ave e o Nacional. Temos qualidade e vamos continuar a trabalhar para melhorar esses aspetos», referiu, deixando ainda a sua visão sobre o avançado turco Guven Yalcin, reforço de créditos firmados que chegou ao Arouca emprestado pelo Génova e sobre quem recai a hipótese de vir a render a estrela da equipa que foi Cristo González.

«No Génova ele não teve jogos, chegou depois da pré-epoca e está a adaptar-se. O Yalcin é mais um segundo avançado, tem um estilo diferente do de Cristo e estamos a trabalhar com ele para que tenha mais minutos e, obviamente, para que jogue quando for possível. O Henrique Araújo estava a crescer muito e a lesão que sofreu é um problema, pois obriga-o a parar. Estamos a trabalhar com os jogadores que temos. Os jogadores têm qualidade, têm de continuar a trabalhar a parte mental para mostrarem a sua qualidade. São situações que requerem tempo, os jogadores são pessoas. É desafiante e ainda mais gratificante para um treinador ver qualquer jogador recuperar a confiança e retomar o seu caminho.»

Gonzalo García foi ainda sensível à dramática semana vivia pelas populações e pelos bombeiros portugueses e à iniciativa da Fundação do Futebol de doar 200 árvores autóctones por cada golo marcado na 6.ª jornada.

«Foram dias loucos, eu não tinha bem a noção da dimensão do que se estava a passar. Obviamente, espero que possamos ajudar, marcando muito golos.»

Ainda a braços com significativo grupo de unidades entregues ao departamento médico, Gonzalo García está privado dos contributos de Matías Rocha, Galovic, Quaresma, Kouassi, Pedro Moreira, Busquets, Vitinho e Henrique Araújo.