A análise de Duarte Gomes aos casos do Benfica-V. Guimarães
Nuno Almeida / Benfica-Vitória de Guimarães

Arbitragem A análise de Duarte Gomes aos casos do Benfica-V. Guimarães

NACIONAL03.09.202300:48

Bom trabalho de um árbitro competente, com muita qualidade e experiência

Experiência de Nuno Almeida permitiu-lhe ter um bom desempenho no Estádio da Luz.

Nota do árbitro: 7 Nuno Almeida arbitrou o Benfica-Vitória de Guimarães. André Narciso foi o VAR. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

4’- André Silva foi desarmado pelo pé de Otamendi, que tocou na bola sem cometer infração. Apesar da queda do avançado, o lance (na área encarnada) foi legal. A transmissão não passou qualquer repetição da jogada. 

8’- Jota Silva atirou ao poste da baliza de Samuel Soares, mas apenas depois de partir de posição irregular. Nuno Almeida esteve bem ao não interromper a partida, porque o Benfica saiu a jogar. 

11’- No momento do passe de Rafa para Di María, o argentino estava atrás da cortina defensiva adversária, logo em posição regular. Depois foi a infelicidade de Jorge Fernandes, que desviou inadvertidamente a bola para a sua baliza. Golo legal. 

17’-Tiago Silva viu cartão amarelo após entrada negligente sobre Rafa. Boa decisão. 

19’- Cartão vermelho bem mostrado a João Mendes. O jogador do Vitória não teve malícia nem usou de força excessiva, mas a negligência da sua abordagem (não teve em conta o possível perigo para Otamendi) teve como consequência um contacto físico que claramente colocou em risco a integridade física do argentino. Foi isso que validou a falta grosseira. Muito bem o árbitro. 

21’- Amarelo mal exibido a Bah. Nuno Almeida foi iludido pelo aparato na queda de Jota Silva. O lateral não foi negligente no contacto com o adversário. 

33’- Golo legal de Di María: Rafa, que fez assistência, partiu de posição legal e o argentino estava atrás da linha da bola. 

40’- Entrada por trás, muito dura e bem negligente, de Jota Silva sobre Rafa. A infração foi bem sancionada com advertência. 

45+1’- Remate de Musa terá desviado no braço direito de Villanueva, saindo depois pela sua linha de baliza. Mesmo que a bola tenha tocado na tal ‘zona proibida’ do seu corpo, o venezuelano estava de costas, em posição defensiva e nada fez para infringir. 

46’- Golo de Aursnes, na recarga a remate de João Mário, defendido por Varela. O médio português estava em posição legal (36 cms) quando Rafa lhe passou a bola. 

60’- Bem assinalada a rasteira de Otamendi sobre Nélson da Luz. O central nunca tocou na bola, apenas no adversário, derrubando-o. O lance foi corretamente sancionado com advertência por corte de ataque prometedor. A questão da clara oportunidade de golo (punida com cartão vermelho) nunca se colocou, porque o avançado driblou para trás (direção oposta à baliza encarnada), estava descaído à direita e tinha vários adversários ao seu lado, com possibilidade de ‘dobra’. 

77’- Golo bem anulado ao Vitória, após oportuna intervenção do VAR: Nélson da Luz finalizou depois da bola ser jogada pelo seu braço esquerdo. Mesmo que essa ação fosse involuntária, o lance teria que ser invalidado, porque nenhum jogador pode marcar nessas circunstâncias. Nota para a abordagem arriscada de Samuel Soares aos pés do adversário, que pareceu irrelevante face à conclusão irregular daquele. 

79’- Amarelo bem exibido a Handel após entrada negligente sobre Rafa. 

89’- Corte de Bah foi para as mãos de Samuel Soares, que agarrou a bola. O árbitro leu bem: não houve atraso deliberado do dinamarquês. 

90+4’- Afonso Freitas agarrou ostensivamente João Victor, impedindo a sua progressão de forma antidesportiva. Foi bem advertido. 

90+7’- A sensação inicial foi que Afonso Freitas levara corpo e braço, deliberadamente, na direção da bola, para a intercetar de forma irregular. Aí a inexistência de volumetria seria irrelevante. Mas com as imagens posteriores percebeu-se que o defesa fez a rotação do corpo e levantou o braço direito para se proteger do possível impacto e/ou tentar cortar o lance de forma legal. No exato momento do contacto, o braço estava dobrado e colado ao corpo do vimaranense. Foi correta a anulação técnica do penálti, apesar de não ser um lance claro e óbvio para VAR. Nota: a bola ao solo foi o recomeço correto, porque para o árbitro, o momento do contacto ‘bola/braço’ foi o determinou a decisão de assinalar a alegada infração. A materialização da interrupção (apito) ocorreu já com a bola fora do terreno de jogo, mas o espírito que prevalece é o do momento em que Nuno Almeida quis efetivamente intervir.