FC Porto-E. Amadora, 2-0 A análise de Duarte Gomes à arbitragem

Gestão menos conseguida em jogo com muitas faltas, mas sem erros relevantes

Miguel Nogueira dirigiu o FC Porto/Estrela da Amadora de ontem. Luís Ferreira foi o VAR.

O árbitro lisboeta já mostrou ter qualidade. É forte fisicamente, relaciona-se bem com os jogadores e tem feeling para a função. Ontem não fez uma gestão exemplar do jogo, permitindo momentos quentes que poderia ter evitado. Será um bom exercício rever a partida e perceber onde poderia ter sido mais preventivo/proativo, de forma a evitar tantas infrações (demasiadas ontem) e ter outra acutilância disciplinar.

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

12' Golo bem validado a Nico, na sequência de pontapé de canto da direita. Se a bola tocou/desviou (?) na perna de Samu, a legalidade do lance seria à mesma inatacável, porque o avançado espanhol estava em posição legal.

17' Bola cruzada por Igor Jesus levou inesperadamente a direção da baliza adversária, sendo agarrada por Diogo Costa antes de chegar à sua "linha de golo". Tudo certo.

19' Kikas levantou o braço a indicar que Nehuen Peréz teria dominado a bola com a mão na sua área, mas não teve razão. O desvio foi feito com a coxa direita e o avançado do Estrela da Amadora estava em posição irregular, tomando parte ativa antes desse toque. Nunca haveria penálti, apenas fora de jogo.

33' Danilo reentrou em campo sem autorização do árbitro, formalismo legal que obrigou Miguel Nogueira a exibir-lhe o cartão amarelo. O jogador visitante tinha saído por ação de jogo, mas recebeu assistência médica fora das quatro linhas.

40' Falta mais dura, ao estilo de tesoura, de Stephen Eustáquio sobre Rodrigo Pinho. Lance no limite para a advertência.

42' Galeno, após pisar a bola e ficar para trás no lance, optou por derrubar Danilo Veiga para impedi-lo de ficar com posse de bola. Nova infração no limite sem intervenção do árbitro lisboeta.

44' Fábio Vieira mostrou-se surpreendido e discordante pela infração sancionada, o que não se percebe: é que o médio do FC Porto tocou com o joelho na coxa de Drame e de seguida pisou-lhe o pé esquerdo. Não terá sido negligente (tentou sempre a bola), mas fez mesmo falta. Bem o árbitro, apesar do coro de assobios no Dragão.

54' Namaso partiu de posição irregular, disputando lance com Drame na área do Estrela. O jogador inglês (e companheiros) pediram falta para penálti mas, em nossa opinião, sem razão: o central francês foi ao solo, não jogou a bola com o braço nem derrubou o inglês, apesar do contacto. O foco esteve sempre na bola. Como na opinião do árbitro não houve motivo para castigo máximo, o VAR não se pôde pronunciar sobre o fora de jogo inicial (só por si esse é um lance que não cabe no protocolo). Se tivesse havido penálti, a decisão seria revertida e o jogo recomeçaria com pontapé-livre indireto favorável aos visitantes.

60' Remate de Leo Cordeiro desviou (muito ao de leve) nas costas de Nico González. Não houve qualquer toque de braço na bola. Pontapé de canto. Bem o árbitro.

71' A entrada de Varela sobre Otávio foi negligente, ainda que tocando depois na bola. Ficou por exibir amarelo ao avançado dos forasteiros.

74' Danilo Veiga foi bem expulso por acumulação de amarelos depois de pisar o pé de Francisco Moura com negligência. Decisão correta de Miguel Nogueira.

76' Rúben Lima foi bem advertido após agarrar ostensivamente Fábio Vieira, impedindo ataque prometedor.

77' Amarelo por exibir a Bucca após abordagem negligente (bota/sola) sobre a coxa de Galeno.

90+3' Golo do FC Porto, a aumentar a vantagem no Dragão: no momento da assistência de Rodrigo Mora, Gonçalo Borges (que marcou) estava em posição regular. Análise correta do árbitro assistente.

NOTA: 5