Entrevista «Quando a bola me bate na mão, fico dez segundos no chão e digo: 'Meu Deus, não marques'»
Abel Xavier foi protagonista de um dos episódios mais simbólicos da história de Portugal nos Europeus; em 2000, uma bola na mão do defesa português ditou o destino da Seleção Nacional e, também, o do internacional português. Uma entrevista imperdível de um atleta que teve de reinventar-se após o pior momento da carreira.
Venha comigo até ao ano 2000. Pela primeira vez, o Campeonato da Europa foi organizado por dois países, pela Holanda, na altura, hoje, Países Baixos, e pela Bélgica. Portugal pertenceu ao Grupo A. Foi primeiro. Acabou por cair nas meias-finais frente à França. Foi um Europeu imperdível, com Relato na Primeira Pessoa de Abel Xavier. O antigo defesa de Portugal cometeu um penálti que foi fatal para Portugal neste Euro 2000, mas quisermos começar a nossa conversa por outros momentos daquele dia 28 de junho que ficou na história da Seleção Nacional.
As memórias são muitas, mas, já lá vamos às más. Gostaria de começar pelas boas. Qual é a melhor recordação daquele Europeu de 2000?
Se existe algo que nós, os jogadores, não esquecemos quando representamos a Seleção Nacional, é o hino. Para mim, entre alegrias e tristezas, derrotas e vitórias, acho que aquilo que nos marca mais é sentirmos de estamos a representar um país. Portanto, o momento muito solene do hino acaba por ser a parte mais importante.
Se Barthez não tivesse voado como voou naquela tua cabeçada após livre da direita do Luís Figo, a história daquela meia-final com a França teria sido completamente outra.
Irene, vou-te contar uma coisa espetacular e curiosa. Eu, depois desse incidente, ao longo do tempo, a pergunta intemporal que me fazem é o lance do penálti. E foi engraçado que, na geração do Cristiano Ronaldo, que disputou o Euro 2016 em França, houve um jornalista francês que, pela primeira vez, me fez a mesma pergunta que tu me estás a fazer. Depois de tantos e tantos anos, de eu responder à pergunta que teve mais impacto negativo na minha carreira, que foi o lance do penálti, poucas vezes me fizeram essa pergunta que tu me estás a fazer... Se aquela bola de cabeça e aquela grande defesa que foi considerada a melhor defesa por parte do guarda-redes francês Barthez entra, não haveria penálti. O lance do penálti é uma consequência de um contra-ataque em que a equipa fica desequilibrada, e nós, jogadores, temos de nos apoiar uns aos outros. Nesse trabalho defensivo acabei por ir para uma posição que normalmente não era a minha, ao colocar-me no poste do lado esquerdo. Em situações normais eu deveria ter voltado para o poste do lado direito… E pronto, depois deu-se o lance que mais me marcou, pela tristeza, e por aquilo que nós tínhamos estado a fazer, não só na competição, mas ao longo dos anos. Aquele Euro era especial, porque era uma junção de duas gerações campeãs do mundo, 89 e 91. E foi um Euro, basicamente, construído de balneário, porque tínhamos uma mística muito própria, tínhamos jogadores já com um perfil de líder, e nós crescemos na competição. Nós sempre tivemos esse estigma, que agora já está um pouco minimizado, de sentir a competição. E, se tu reparares bem, nós temos um jogo extremamente importante, que é o Portugal-Inglaterra, no início da competição, em que nós entrámos muito mal no jogo, aos 20 minutos estávamos a perder 2-0 e quando olhávamos uns para os outros, temíamos o pior. Temíamos uma goleada. Há um momento fundamental naquela competição: um remate fantástico do Figo, que deu no 2-1. As probabilidades daquele remate a 30 metros da baliza, passar entre as pernas do Tony Adams, o central, e entrar num ângulo e alimentar-nos a esperança para a segunda parte, foi o momento mais marcante do Euro.
Já lá vamos a esse primeiro jogo da fase de grupos. Gostava que nos centrássemos naquela meia-final em Bruxelas e naquele minuto 117 em que cortas a bola com a mão na área. Esse lance foi mais fatal para Portugal ou foi mais fatal para ti, enquanto internacional?
Acho que foi mais fatal para o país, para a equipa, para o grande objetivo que nós tínhamos. A memória daquele lance, e se recuperarmos bem nas imagens, eu sinto que a bola bate na mão. Não tenho intencionalidade, mas a bola bate-me na mão. É um remate que vem a mais de 100 km por hora. O árbitro não vê o lance, porque está na grande área, não tem campo de visão. O fiscal de linha não vê o lance, porque o Trezeguet quando chuta está no enfiamento do remate. A pressão dos jogadores franceses, depois de um ou dois minutos do lance, faz com que haja efetivamente essa decisão. Quando a bola me bate na mão, eu fico uns dez segundos no chão e digo: Meu Deus, não marques. O que fica na minha memória é esse meu pensamento. E se repararem, quando eu estou no chão, eu paro mesmo, durante uns dez segundos no chão, e digo Meu Deus, não marques. Eu senti a bola ao bater-me na mão, e senão tem batido entrava na baliza. A alteração do regulamento para morte súbita é cruel. Nós nem tivemos espaço, nem manobra, para poder dar a volta àquela injustiça. Se aquela bola tivesse sido na área francesa, se tivesse sido um defesa francês, eu tinha enormes dúvidas que o árbitro pudesse marcar. Nós estávamos a quebrar uma certa lógica, que estava instalada durante muito tempo quando nós falamos de rivalidade geracional, entre Portugal e França. Portanto, não é só o jogo. Nós já sabíamos que há algo mais do que o próprio jogo. Nós éramos uma geração muito forte e muito difícil de ser liderada por qualquer estrutura diretiva e qualquer estrutura técnica. Mas aquele Euro foi um Euro de união. Pela primeira vez aquele grupo era verdadeiramente uma equipa.
«Fui castigado nove meses e nem estava no túnel, estava a chorar na casa de banho»
Portugal, naquela altura, a 28 de junho de 2000, não tinha o peso que tem hoje internacionalmente?
Nós temos um processo de crescimento e de evolução. Havia matéria-prima, havia qualidade de jogadores, mas tínhamos de crescer em muitas outras áreas, como o conhecimento, liderança e infraestruturas. Por isso é que nós, quando falamos muito das seleções de um determinado momento, falamos que matéria-prima sempre existiu. Então, o que é que nos faltava? Algumas questões que eram importantes para assegurar que nós éramos realmente fortes. Uma certa história também, porque tivemos uma geração muito forte nos anos 80, que teve as mesmas consequências. Portanto, nós parecia que tínhamos este estigma de que morríamos na praia. Tivemos muito tempo a lutar por qualificações e só recentemente é que nós estamos presentes sempre, porque nos afirmamos como realmente fortes, não só em campo, mas também fora, a nível da estrutura e de dimensão internacional.
E era muito grande aquela seleção portuguesa frente a uma seleção francesa também muito grande. Quando viste o Zidane, naquele momento decisivo, a preparar-se para bater aquele penálti, rezaste muito para que ele falhasse?
Claro! (Risos). Nós focámo-nos na bola e no Vítor Baía e desejámos que ele defendesse. Nós sabíamos que a rivalidade com a França, desde a formação, sempre foi temível. Repara, tivemos as gerações de 89 e 91 campeãs do mundo. De 91 para 2000 foram nove anos e a França conseguiu dois títulos europeus e um mundial. Significa que a França soube crescer através de títulos e nós soubemos crescer através de derrotas. Até chegar um determinado momento, as coisas reverterem-se e nós sermos mesmo realmente fortes para chegar a França e finalmente a geração de Fernando Santos e de Cristiano Ronaldo poderem vencer um pouco por todos. E tu não imaginas o quanto é que eu celebrei, mesmo não estando lá fisicamente, o quanto eu celebrei o facto de Portugal ter vencido em França. Da forma como venceu, da alteração do regulamento, porque Portugal passou em terceiro, houve uma alteração que se fossem só duas equipas apuradas na primeira fase, Portugal não era apurado e cresceu na competição até vencer.
Sentiste como se a tua geração tivesse sido vingada?
Eu não sei se os meus colegas têm o mesmo sentimento que eu. No fundo, quem foi o mais prejudicado, verdadeiramente, à parte, obviamente, do país, mas aquele sentimento que eu carrego, obviamente, até os dias de hoje, fui eu. Houve um reconhecimento da qualidade de futebol que nós apresentámos naquele Euro 2000. 14 jogadores daquele Euro transferiram-se para outros clubes depois do Euro. Eu fui o jogador que ficou ligado à situação do penálti, mas também não pude ser transferido por ter sido castigado por nove meses, mesmo não tendo feito nada no túnel. Totalmente injusto.
Aquele 28 de junho de 2000, foi um peso ou um pesadelo na tua carreira?
É muito similar… Quando olho para trás penso que se aconteceu foi por alguma razão. E, não posso dizer que teria feito diferente. Mas que condicionou o percurso da minha carreira, condicionou. Mas, devo dizer-te que tive uma capacidade de reação muito grande para refazer a minha vida e a minha carreira. Eu fui castigado nove meses por incidentes que foram atribuídos à minha pessoa no túnel, quando eu nem sequer estava no túnel. Já estava na casa de banho, fechado, a chorar sobre a situação, ouvindo, obviamente, barulhos que se estavam a passar no túnel. Mais tarde, estive arrolado num processo extremamente duro, extremamente difícil, onde não tive nem uma chamada de um colega, nem uma chamada de um diretor, quando eu estive nos recursos a lutar contra a UEFA. Foi uma tremenda injustiça. Mas eu sabia quem foram as pessoas, quais foram os jogadores, e jamais falei sobre essas circunstâncias.
Porquê?
Porque eu não vivo com o mal dos outros. Nós não podemos viver com o mal dos outros, ou nós não podemos culpar os outros para poder ter razão. Recordo-me que tivemos uma reunião. Publicamente foram castigados o Paulo Bento, o Nuno Gomes e eu. Os outros foram ocultados. Disseram que não iam fazer nada, pela honra das pessoas. Mas eu sempre disse que me ia defender até as últimas consequências. Depois de ter sido prejudicado nos aspetos desportivos no lance do penálti, eu não ia ser castigado nove meses sem ter feito nada. Depois, no TAS, na Suíça, ganhei a minha posição de ser livre e de recuperar a minha carreira. Eu simplesmente queria jogar e não queria estar envolvido em situações quase políticas. Queria simplesmente retornar a minha carreira. Entretanto, desapareci durante três meses, fui para o deserto, fui refletir sobre a minha vida, fui encontrar amigos que me puderam também iluminar e dar força, e voltei muito forte. E voltei muito forte, passo do Everton para o Liverpool e sou novamente convocado à Seleção Nacional, passado uma semana da suspensão do meu castigo. Embora tenha vindo em letras muito pequeninas, mas eu ganhei a minha ação contra a UEFA. Podia ter pedido uma indemnização pelos danos criados, do ponto de vista desportivo e contratuais, não fiz rigorosamente nada. Estava focado em continuar a minha carreira e foi isso que aconteceu. Fui para o Liverpool, Liga de Campeões, e voltei à Seleção. Quando voltei à Seleção, vi exatamente as mesmas caras e todos me abraçaram e disseram que eu era um campeão.
Conseguiste arrumar isso na tua vida?
Para mim, está muito bem arrumado. As pessoas conhecem-me e eu também conheço melhor as pessoas.
«Apareci no balneário com o cabelo amarelo e foi uma risada»
Essa meia-final, que te marca a vida para sempre, acaba por ser o teu segundo jogo no Campeonato da Europa. Como titular, tinhas feito o primeiro precisamente frente à Inglaterra, em que Portugal ficou a perder logo desde os 3 minutos, num golo com a assistência do teu amigo David Beckham. Era uma grande Inglaterra que Portugal conseguiu eliminar nesse grupo A.
E eu jogava em Inglaterra e era um jogador marcante em Inglaterra. Portanto, o campeonato onde eu mais me revi pela qualidade do próprio campeonato, pela fisicalidade do próprio jogo, a que vinha de encontro às minhas próprias características e a particularidade de naquele Europeu eu ter pintado o cabelo. O impacto da imagem que hoje se fala. Naquela altura eu construí a imagem do cabelo amarelo por brincadeira de balneário. Eu não tinha nenhuma equipa por trás de mim. Oxalá eu pensasse dessa forma e podia ter ganho alguns dividendos porque fui o primeiro africano a pintar o cabelo numa competição internacional.
E porquê é que o fizeste?
Por uma brincadeira de balneário. Sabes que nós, muitas vezes, interagimos entre grupos e queremos sempre trazer algo diferente. Eu sempre fui um irreverente. Eu vim do bairro, mas com regras. O bairro também transmite regras e disciplina. Também tem coisas que não são muito boas, mas tu tens o poder de escolha. E é a partir do bairro, e da forma como tu estruturas a tua carreira, que tu consegues mudar. A irreverência marcou a minha carreira desde o dia em que eu fui jogador da formação até ao futebol sénior como internacional. Irreverência não quer dizer indisciplina. E alguém me disse, estás sempre a mudar o cabelo, porquê é que não pintas o cabelo? E eu, olha, encarei isso como um desafio e um mês antes do Euro apareci no balneário com o cabelo amarelo. Foi uma risada e até um choque para toda a gente. Mas aquilo criou um bom ambiente, com alcunhas e essas coisas todas que acontecem dentro daquilo que é ambiente de balneário… Após o lance do penálti era fácil para mim voltar a ter o cabelo natural, mas depois de eu ter ficado refém daquilo que aconteceu, não seria correto comigo próprio, nem com as minhas próprias convicções, não me manter com o cabelo loiro. Era uma espécie de dizer, olha, ele ainda está vivo.
Fizeste questão que te continuassem a reconhecer?
Fiz questão que até ao final da minha carreira me conhecessem que aquele jogador que num determinado momento foi zelado de uma certa forma, ainda continuava pelos palcos.
24 anos depois, essa continua a ser uma imagem de marca?
Continua, porque depois acaba por ser uma questão pessoal, acaba por fazer parte de mim e por ser a minha própria identidade. Defendo porque no fundo tens de ser da forma que te sentes melhor, respeitando a opinião dos outros, mas não é a opinião dos outros que vai me fazer mudar.
A nossa geração era do ouro escovado
O primeiro jogo da fase de grupos foi o Portugal-Inglaterra. Vencemos por 3-2 e u foste titular.
O jogo Portugal-Inglaterra é jogado com a maior parte dos jogadores ingleses que eu já os conhecia, por jogar em Inglaterra. Foi engraçado… Por exemplo, com Steven Gerrard jogava no Liverpool. Eu tinha uma rivalidade pessoal com vários eles, e depois passou a ser uma rivalidade coletiva. Com o Beckham era um dos grandes dérbis, Liverpool-Manchester United. E depois acabamos por ser colegas mais tarde, em Los Angeles. Sabes, porque existe rivalidade em campo, mas depois não somos rivais fora do campo. Existem amizades, relações e esse é o lado bom e positivo. Mas em competição nós não temíamos nenhuma seleção. Esse primeiro jogo foi muito importante. No balneário, no intervalo, nós já sabíamos que íamos até ao fim no Euro.
Tinham uma confiança em vocês próprios?
Nós tínhamos um espírito de grupo fantástico, o que tornava o ambiente muito difícil.
Nesse Grupo A, Portugal foi o primeiro e a Roménia passou em segundo. Pelo caminho ficou a Inglaterra e a Alemanha.
Sim, acho que as seleções naquela altura eram muito fortes, com jogadores marcantes. Mas nós estávamos talhados para ganhar aquele Euro. Ficámos todos com uma sensação muito amarga por não termos ganho aquele Euro. Era bonito. Fazia sentido que nós ganhássemos aquele Euro.
O que é que falhou nessa chamada Geração de Ouro para conseguir também ganhar em seniores?
A nossa geração era do ouro escovado. A geração que ganhou de ouro polido foi esta do Cristiano Ronaldo e do Fernando Santos. Na memória das pessoas nós criámos uma empatia fantástica com o povo. Até hoje, aquela geração, aquela Seleção era especial. Éramos malandros, quando tínhamos de ser malandros. Éramos profissionais quando tínhamos de ser profissionais. Éramos líderes, quando tínhamos de ser líderes. E também éramos muito difíceis para os treinadores quando eles tinham de fazer a escolha de quem é que jogava. Talvez um dos grandes problemas era na altura da decisão das escolhas de quem é que jogava. Era um balneário muito quente e muito difícil de ser liderado. E por isso é que muitas vezes era complicado.
«Havia jogadores muito marcantes em termos de clubite»
Fazes parte de um grupo de jogadores nesse Euro 2000, que foram referências nos respetivos clubes, símbolos do futebol português. Todos juntos por uma só camisola… Não foi fácil?
Irene, eu cresci, desde a formação, percebendo exatamente aquilo que era a clubite dentro da Seleção Nacional. Eu pertenço à geração onde os jogadores do Benfica ficavam de um lado, os jogadores do Sporting ficavam noutro lado, e os do FC Porto jogavam noutro. E estávamos dentro do espaço Seleção. Desmistificar isto, juntar isto, a bandeira, o hino... Não foi fácil. Houve decisões importantes, como por exemplo sair do Jamor, descentralizar, que foram positivas para nós sermos uma verdadeira equipa. E eu faço parte dessa transição. Depois vem uma nova geração muito diferente, com um outro sentimento também de obediência. No meu grupo havia jogadores muito marcantes em termos de clubite e isso fazia com que a competitividade de um simples treino fosse vivida a mil à hora.
Muitos egos num grupo só?
Egos muito, muito grandes. Mas nós pensávamos de forma coletiva. O grande problema é que todos queriam jogar. E isso, para qualquer selecionador nacional, era muito difícil.
Pela primeira vez, esse Euro 2000 foi realizado por dois países. Como é que foi para vocês também o apoio dos emigrantes na Bélgica e na Holanda, agora Países Baixos.
Há um povo muito particular, que é o povo do emigrante. Que sai do país, por uma ou por outra razão, para se afirmar e que muitas vezes não encontra as melhores condições, e que vê no futebol, e na seleção, um escape de alegria e afirmação. E, esse Euro, quando nós olhámos para as bancadas repletas de imigrantes, não há ninguém que pudesse ficar indiferente.
Vocês, dentro de campo, sentem mesmo o apoio daqueles que cá fora estão a torcer, a vibrar, a sofrer e a sonhar com vocês?
Sim. Nós acabamos por estar num patamar de privilegiados. Os selecionados estão a representar 10/12 milhões. Isto é um peso grande. Estar ao serviço do país. Mas se nós analisarmos entre as gerações e entre os momentos da evolução do nosso futebol, tudo se enquadrou. Houve uns que desbravaram um determinado caminho, houve outros que continuaram a fazer essa mesma etapa, para nós chegarmos a um momento em que nós somos fortes a vários níveis. Percebe-se a mais valia que Portugal tem neste momento, até pelos títulos que já conseguiu.
A camisola de Portugal foi a mais importante que vestiste ao longo da tua carreira?
Sim, sim. Sem dúvida. E podia não se ganhar nada em termos financeiros. O valor de representar a Seleção Nacional não tem nenhuma relação económica. Nós através da Seleção somos valorizados para fazer melhores contratos nos clubes.