Martínez: «Ronaldo? Há muita conversa de café, ele mantém a sua consistência»
Selecionador fala ao AS de Ronaldo, Félix e mais
Roberto Martínez não tem dúvidas de que a presença de Cristiano Ronaldo na Seleção é imprescindível, apesar da idade, 39 anos, e a mudança para um campeonato menos competitivo, na Arábia Saudita, para o Al Nassr.
«A força de um balneário não está no que um treinador diz aos jogadores, mas nos exemplos do dia a dia. O Cristiano, e também o Pepe, são uma referência incrível. Criam um ambiente muito positivo. São tão exigentes como os outros jogadores», explicou o Selecionador Nacional em entrevista ao jornal espanhol AS sobre a presença do capitão com Portugal à beira do seu sexto Euro.
O selecionador falou especificamente da Arábia: Convido os adeptos a interessarem-se pela liga árabe. Como vão organizar o Mundial 2034 têm um projeto a dez anos e o nível é elevado. Em todo o lado é difícil marcar golos, e o Cristiano foi para lá e marcou 35 esta época. Mantém a sua consistência. A Arábia permite que os objetivos individuais sejam cumpridos. Para mim, foi uma surpresa muito positiva.»
Sente-se apoiada por ele? «Quando há uma mudança de regime, há sempre um novo momento. As primeiras impressões são importantes. Ele, como capitão, foi muito natural em relação à sua situação. No futebol há muita conversa de café, mas as decisões são tomadas em campo. Foi o futebol que tomou as decisões por ele. Ele voltou a sentir-se feliz.»
«Félix nunca desistiu»
Martínez falou ainda das épocas de Gonçalo Ramos, com menos utilização no PSG e ainda João Félix e João Cancelo, emprestados ao Barcelona.
«Não existe uma situação perfeita. É impossível ter jogadores que ganharam tudo chegarem frescos à seleção. Se jogaram, estão cansados; se não jogaram, falta-lhes alegria. O importante é que todos os jogadores se adaptem e estejam felizes. Estamos perante um sonho que todos temos desde crianças. Estou mais preocupado com os jogadores que perdemos ou que se lesionaram. Dar a lista é o único período que dói como treinador», explicou, debruçando-se mais sobre Félix: «É um jogador que se mede se é titular ou não, mas valorizo-o se estiver pronto para entrar nos jogos a qualquer altura. O João tem sido decisivo em alturas em que era mais complicado entrar do que ser titular. Passou por situações que o ajudam a amadurecer. Um jogador emprestado está sempre numa situação difícil porque não tem margem de erro. Vi-o empenhado e sem desistir. Ele nunca desistiu.»