Portugal-Irlanda, 3-0 Destaques de Portugal: Ronaldo entra no plano A, B, C, D... e de todo o alfabeto
Capitão voltou e com ele chegaram as boas exibições e o crescimento de toda a equipa; Bruno Fernandes nuclear e João Neves a marcar posição; Mais confiança e certezas quanto ao futuro
Melhor em campo: Cristiano Ronaldo (8)
Associativo. Parece um adjetivo estranho, não? Principalmente quando falamos de um jogador único, planetário. Assinou ontem a melhor exibição da era Roberto Martínez, não só pelos dois golos (isso até já parece normal para o jogador que ontem somou 130 golos por seleções), mas pelo que tentou assistir, ligar o jogo à restante equipa, até procurar o colega quando se exigia maior risco. Dois tiros de pé esquerdo (é obrigatório apreciar o primeiro…), remate ao ferro após livre (22’), uma exibição de mão cheia. E se Roberto Martínez procura ainda aquele que será o plano A ou B no Euro… tem uma certeza: Ronaldo caberá (sempre) neles todos…
Diogo Costa (6)
Tranquilo. Um ou outro sobressalto, tímidas ameaças irlandesas, uma noite de muito pouca agitação para o número 1 de Portugal no Europeu. Terá, por certo, muito mais trabalho na Alemanha. Ontem saiu ileso. E sem marcas.
António Silva (7)
Confiável. Perfeitamente confortável num sistema de três centrais, muito atento nas movimentações de Idah (corte determinante aos 35’), somou 90 minutos num nível elevado.
Pepe (6)
Apreensivo. Não só com algumas hesitações nos timings de pressão sobre os adversários. E de apreensão também das… bancadas sempre que foi ao relvado, com queixas físicas, após um duelo mais intenso, como aconteceu aos 35’. Não voltou para a segunda parte, não sem antes um corte arrojado sobre Idah (45+3’).
Gonçalo Inácio (6)
Prudente. Por vezes até em demasia dada a pouca produtividade ofensiva irlandesa. Uma cautela que levou a algumas precipitações como o mau passe (24’) que Szmodic quase aproveitou. Cresceu, ganhou confiança e esteve bem mais seguro no segundo tempo.
Diogo Dalot (7)
Assertivo. Muita largura e profundidade no corredor direito, com critério nas subidas, um dos mais audazes, sempre com bom entendimento e leitura do jogo.
João Neves (8)
Completo. Para grandes planos de futuro, um pequeno ‘detalhe’ no coração da equipa portuguesa: um médio sempre ligado à corrente, dinâmico, capacidade de passe (recuem a fita ao minuto 20’, num lançamento para Dalot), construção acima da média (muitas vezes a partir ao lado de Pepe…), ganhou pontos e condições para entrar em todas as ideias de Martínez.
Bruno Fernandes (8)
Nuclear. É, sem margem para dúvida, a peça que faz movimentar toda a máquina. Uma espécie de faz-tudo na… perfeição. Qualidade no transporte, mudanças de velocidade, a pautar os ritmos do jogo, letal a assistir (como no golo de Félix), mas também a Gonçalo Inácio (45+3’) e Ronaldo (45+3’) que não foram tão eficazes. Faltou-lhe o golo, mas não foi por falta de empenho… tantas foram as vezes em que ameaçou a baliza de Kelleher.
João Cancelo (6)
Livre. Muito ativo no corredor esquerdo, a dar metros à equipa na frente, mas nem sempre com as melhores decisões em zonas de maior perigo.
Rafael Leão (6)
Explosivo. No capitulo físico ganha a toda a concorrência. Mas precisa de bola no pé, de estar no lugar correto para arrancar pelo corredor, ou seja, de vários pontos para se tornar… imparável. Esta noite, em 45’ minutos, teve vários pontos altos e… baixos. E são estes últimos que preocupam, pois será necessária consistência e regularidade na Alemanha, algo que voltou a mostrar a espaços.
João Félix (7)
Entusiasta. Com vários pormenores e arrancadas de classe no primeiro tempo. Marcou um belo golo de pé esquerdo, após um pontapé de canto, com liberdade para atacar e pouca… preocupação defensiva dada a produtividade irlandesa.
SUPLENTES
Diogo Jota (7)
Perspicaz. Na forma como ataca o adversário. Condicionando movimentações, expondo-o ao erro, obrigando a precipitar dada a velocidade e o timing de pressão. Foi dessa forma que construiu o terceiro golo, assistindo, depois, Ronaldo para o 3-0. Ganhou a Rafael Leão na luta pela titularidade.
Nélson Semedo (6)
Sagaz. Em todas as movimentações. Ritmo elevado, com frescura física, outra aposta saída do banco a somar pontos.
Danilo (6)
Irregular. Entra no lote de opções como central e demonstrou fulgor e apenas perdeu um duelo, com Thomas Cannon (62’), que quase deu golo…
Rúben Neves (7)
Esplêndido. Aquele passe, de muitos metros, para o golo de Ronaldo (50’). Uma excelente entrada, determinado, combativo, recuperador e com uma capacidade de passe a longa distância verdadeiramente notável.
Nuno Mendes (6)
Disciplinado. Apesar do arrojo ofensivo, nunca perde noção do espaço e recupera com enorme fulgor e eficácia. Mais uma aposta certeira.
Matheus Nunes (5)
Solidário. Muito empreendedor no miolo, com boas movimentações, quando o jogo já estava mais que fechado e… resolvido.