Hora de união e afirmação
Espaço de opinião quizenal do diretor financeiro da Liga Portugal
O artigo publicado há dias neste jornal pelo Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, a propósito do início das competições profissionais (Liga Portugal Betclic e Liga Portugal Meu Super), é um genuíno e motivador manifesto de crença, esperança e ambição em relação ao presente e ao futuro do Futebol Português.
Seja em Portugal ou em qualquer outro país, esta indústria é necessariamente um complexo ‘puzzle’ onde se cruzam os interesses dos diferentes agentes desportivos, Clubes, Associações de Classe e Associações Distritais e Regionais. Conseguir que todas estas peças se encaixem de forma natural é o grande desafio que se coloca a quem tem de liderar, exigindo-se sempre apurada sensibilidade, exemplar frieza e um enorme sentido de Estado.
O primeiro passo é incutir uma cultura de agregação e fomentar a construção de canais de diálogo. Foi precisamente o que Pedro Proença fez desde que assumiu os destinos da Liga Portugal, em 2015, e tem vindo a colher os frutos dessa união plantada e regada ao longo dos anos, com o momento que vivemos a representar, talvez, o expoente máximo da congregação de vontades e de interesses das partes.
É cada vez maior a vontade dos Presidentes das Sociedades Desportivas de se sentarem à mesa e, em conjunto, traçarem os melhores caminhos para esta atividade, como se comprova pelo recente encontro entre Pedro Proença e alguns dos responsáveis máximos dos Clubes, assim como é cada vez maior a proximidade do Futebol Profissional com o Futebol Não Profissional, num justo reconhecimento da importância da base da pirâmide para quem procura a excelência no topo. Este espírito de partilha e cumplicidade tem de ser o fio condutor que agrega Clubes, Associações de Classe e Associações Distritais e Regionais. Porque ninguém pode ficar para trás!
Há, efetivamente, sinais de novos tempos no Futebol Português, capazes de potenciar a paixão dos nossos Adeptos e o Talento dos nossos jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes, e esta mentalidade coletiva é a chama que alimenta a nossa ambição de sermos mais, de sermos melhores dia após dia.
A revolução de mentalidades está há muito em curso e foi acelerada com a criação da Cimeiras de Presidentes, em 2018, um espaço para discutir os temas estruturais desta indústria, para encontrar plataformas que a façam crescer de forma sustentável, que contribuam para o reconhecimento que lhe é devido por parte do poder político, fruto do incontornável impacto económico e social do sector, e que aumentem os níveis de competitividade internacional.
Relativamente a este último ponto, aliás, importa vincar que a recuperação no ranking da UEFA é um dos objetivos para esta temporada, com as excelentes campanhas europeias de SC Braga e Vitória SC a constituírem, até ao momento, um auspicioso arranque rumo a esse desígnio para o qual a Liga Portugal continuará, em conjunto com os Clubes, a trabalhar de forma afincada.
Nem de propósito, «O Futebol que nos Une» é o lema da nova temporada. Porque está na hora de nos unirmos, mais do que nunca, em torno da afirmação do Futebol Português.