OPINIÃO Estádio do Bolhão: Admirável mundo novo
O FC Porto não podia continuar na cauda do pelotão em termos de comunicação, dominado por cismas e teorias da conspiração e descobrindo em cada esquina um inimigo
Há todo um mundo novo a abrir-se aos sócios e adeptos do FC Porto. Os que se queixavam – e eram muitos – que a informação sobre o dia a dia da equipa de futebol era escassa e muito pobre comparativamente àquela que era fornecida pelo Sporting, Benfica e SC Braga, seguem hoje um roteiro muito claro e objetivo. Pela primeira vez em muitos anos, o FC Porto anunciou, objetivamente e sem subterfúgios patéticos, o que vai fazer na pré-época, quais os adversários que irá defrontar e em que moldes, o que vai acontecer no estágio em Bad Tatzmannsdorf, na Áustria.
Assistiu-se a assomos de espanto nas redes sociais – para se ver em que ponto isto estava. Sócios são hoje chamados a levar troféus ao museu, a presenciar, em dia dos respetivos aniversários, à apresentação do novo treinador, em suma, convidados a aproximar-se do clube, porque são eles os verdadeiros motores do FC Porto. Pagar quotas e cadeiras anuais representa, para muitos deles, um sacrifício que fazem em nome do amor que têm pelo clube e do orgulho de fazerem parte de uma grande família. Uma família que não é do norte nem do sul. É de todo o lado e ultrapassa fronteiras. Um clube global com uma marca e identidade fortes e definidas, sem ódios ou discursos bafientos por parte daqueles que, em tempos, o quiseram aprisionar a um cantão.
«A SAD não está a entender a vontade dos sócios», afirmava Villas-Boas, na campanha. Em muitos domínios não percebia mesmo e a parte comunicacional era um deles. No Ano da Graça de 2024, o FC Porto não podia continuar na cauda do pelotão, dominado por cismas e teorias da conspiração e descobrindo em cada esquina um inimigo. Tem um compromisso com os associados e, já agora, com os patrocinadores, que agradecem a oportunidade de terem mais visibilidade sem serem obrigados a engolir em seco certos eventos com entrada limitada. Transparência? Venha ela.