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Dérbi vai decidir o título

OPINIÃO27.03.202509:20

Benfica conta com a vantagem de ter melhor plantel, enquanto o Sporting tem, em teoria, um calendário mais acessível. Este é o 'Livre sem barreira', espaço de opinião de Hugo do Carmo

A Liga está de volta, após o interregno para os compromissos das seleções, com o Benfica a deslocar-se já esta sexta-feira a Barcelos para acertar o calendário. O jogo com o Gil Vicente é referente à 24.ª jornada, mas como o Sporting visita o E. Amadora logo no dia seguinte, a contabilidade do campeonato só ficará em dia na quarta-feira, quando os encarnados receberem o Farense.  Aí, sim, será o momento mais indicado para começar a fazer prognósticos sobre o que sucederá na reta final, com ênfase, naturalmente, nas contas do primeiro lugar.

Diria que se tudo correr dentro da lógica, Sporting e Benfica, que considero os dois únicos candidatos ao título — FC Porto e SC Braga discutirão entre eles o último lugar no pódio —, entrarão para as últimas sete jornadas lado a lado. Favorito? Não arrisco.

Do meu ponto de vista, o Benfica conta com a vantagem de ter um melhor plantel. Mais extenso e com mais opções de qualidade para as várias posições, com exceção para a de lateral-direito, para a qual não se precaveu na reabertura do mercado e que se agravou com a lesão, grave, de Bah. Tomás Araújo tem resolvido bem a situação, mas não deixa de ser uma adaptação e o central poderá a qualquer momento ter de regressar ao eixo da defesa, na ausência de Otamendi ou António Silva. O mercado de inverno foi bem aproveitado, com Dahl, Bruma e Belotti a revelarem-se mais-valias — Manu Silva também o mostrou ser, mas uma lesão, também grave, traiu-o.

Treinador dá exemplos de Manu Silva e Florentino para falar da competitividade do plantel depois das várias contratações
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Já o Sporting continua a debater-se com muitas contrariedades, nomeadamente físicas. Mas mais do que as lesões, o problema do plantel dos leões é estrutural, uma vez que foi construído por e para Ruben Amorim, com excesso de opções para umas posições e défice para outras. A ideia era clara, mas apenas para o atual treinador do Manchester United... Com a saída deste para Inglaterra tudo, naturalmente, se complicou e Rui Borges, inteligentemente, tem tentado minimizar os estragos. Como na adaptação do central Debast ao meio-campo e, principalmente, ao ter abandonado o seu 4x3x3 e ter regressado ao 3x4x3 de Amorim, no qual, indiscutivelmente, os jogadores se sentem mais confortáveis.

A reabertura do mercado não foi aproveitada para equilibrar o plantel, acredito que por razões, sobretudo, financeiras. As contratações resumiram-se a Rui Silva, uma garantia de segurança para a baliza, e Biel, cuja contratação continuo sem perceber.

Análise de César Mayrinck à contratação dos leões no mercado de Inverno.
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Os encarnados têm também a ser favor o maior tempo de trabalho de Bruno Lage, que substituiu Roger Schmidt à 5.ª jornada, e a fase ascendente da equipa. São já seis vitórias consecutivas para o campeonato. Já em Alvalade a época tem sido atípica. O que parecia um mar de rosas no início, num ápice se transformou em dias de tempestade, com João Pereira, o eleito pela Administração para manter a equipa em águas calmas, a não conseguir segurar o barco. Os leões caíram a pique no final do ano após a saída de Amorim e Rui Borges chegou no Natal para evitar que se afundassem. Isso conseguiu-o.

A qualidade do futebol está bem longe da apresentada nos primeiros meses da temporada, mas os resultados são aceitáveis, a nível interno, entenda-se.  O ex-treinador do V. Guimarães estreou-se à 16.ª jornada e já cumpriu 11 jogos para o campeonato, com sete vitórias e quatro empates. A que soma um triunfo para a Taça de Portugal e uma vitória e um empate (com sabor a derrota, no desempate por penáltis com o Benfica) na Taça da Liga. Contas feitas, leva 18 jogos de leão ao peito e só foi derrotado na UEFA Champions League, na qual não venceu — dois desaires e dois empates.

Importante para as contas finais é também o calendário, com o Benfica a ter, em termos teóricos, uma ponta final mais complicada, com saídas, além de Barcelos, a Dragão, Guimarães, Estoril e BragaFarense, Arouca e Aves SAD são os adversários em casa. Já o Sporting, depois da Reboleira, tem de visitar Santa Clara e Boavista, recebendo SC Braga, Moreirense, Gil Vicente e V. Guimarães.  Os encarnados, contudo, têm neste capítulo a vantagem de defrontarem, nas meias-finais da Taça de Portugal, o Tirsense, o que permitirá gerir a equipa, com todo o respeito para a equipa do Campeonato de Portugal, enquanto os leões vão medir por duas ocasiões forças com o Rio Ave.

Fica a faltar um jogo, no qual, acredito, tudo vai decidir-se: o Benfica-Sporting, da penúltima jornada. Vantagem para as águias por jogarem na Luz e... vantagem para os leões — se, claro, até maio as atuais circunstâncias se mantiverem —, que poderão beneficiar de um eventual empate, já que na 1.ª volta venceram (1-0), em Alvalade, o dérbi.