O valor do futebol profissional visto pelo Anuário

Futebol#nãoPára é o espaço de opinião quinzenal de Vasco Pinho, Diretor Executo da Liga Portugal

Na quinta-feira, a Liga Portugal organizou mais umas Jornadas Anuais, com os diferentes grupos de trabalho constituídos pelas sociedades desportivas e a Liga Portugal a apresentarem as conclusões de um ano de trabalho, que poderão resultar em propostas de alteração regulamentar. Estamos perante mais um momento de união em prol do futebol profissional.

Estas Jornadas contaram, na cerimónia de abertura, pela 1.ª vez com a presença institucional de um presidente da Federação Portuguesa de Futebol, onde Pedro Proença efetuou um discurso agregador e de união de toda a comunidade do futebol, num sinal importante de alinhamento, compromisso da FPF com os clubes e de mudança no futebol português.

As Jornadas Anuais serviram, de novo, para a apresentação da oitava edição do Anuário do futebol profissional português, referente à temporada 2023/24. Elaborado em parceria com a consultora EY, o Anuário transformou-se num documento fundamental para entender o papel do futebol profissional na economia. Não apenas nas dimensões em que o futebol sobressai, como a cultura ou o lado afetivo, mas também a dimensão económica de uma indústria qualificada, que contribui para a economia nacional e emprega famílias.

Na temporada passada, o futebol profissional assegurou mais 932 postos de trabalho em relação à época 2022/23. No total, entre impactos diretos, o futebol profissional gerou 4436 empregos. Ao nível de impostos diretos, o setor contribuiu com 268 milhões de euros em impostos diretos, em linha com o exercício transato, com um contributo de 662 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB).

Os registos aqui citados são importantes para aferir da importância do futebol profissional. Não basta dizer, é preciso demonstrar. O impacto da indústria é ainda mais assinalável quando constatamos o enquadramento desfavorável em que competem as nossas sociedades desportivas, sobretudo na Europa. Em sede própria, a Liga Portugal e os clubes que a compõem têm alertado para os custos de contexto e apresentado uma série de propostas para tornarem a indústria mais competitiva.

17 março 2025, 07:15

Futebol que inspira mudança

Futebol#nãoPára é o espaço de opinião quinzenal de Vasco Pinho, Diretor Executo da Liga Portugal

Na semana passada, por exemplo, vimos a nossa Seleção Nacional, constituída por jogadores formados nas sociedades desportivas, apurar-se para as meias-finais da Liga das Nações, juntamente com Alemanha, França e Espanha. Tal como assinalou Helena Pires, presidente da Liga Portugal, no discurso de abertura das Jornadas, importa lembrar: que outras indústrias nacionais conseguem competir com os mais fortes da Europa?

A cerca de seis semanas das eleições legislativas, entramos em campanha eleitoral. Altura para ouvir as propostas dos partidos. O desporto em geral, e o futebol profissional em particular, legitimam uma atenção maior por parte da classe política. Ferramentas como o Anuário do Futebol Profissional são fundamentais para compreender que este reconhecimento é completamente justificado.