Cimeira de Presidentes rumo ao futuro
O Futebol Profissional tem sido exemplar do ponto de vista do espírito agregador
A 12.ª Cimeira de Presidentes, que se realizou na quarta-feira, mais uma vez em Coimbra, será para sempre recordada como um momento histórico e marcante para o Futebol Profissional português, o qual teve direito, em termos internacionais, ao reconhecimento que tantas vezes lhe é negado em termos nacionais, chegando mesmo a revestir-se de preconceito em relação a uma atividade com inigualável peso social e cultural, com um tremendo impacto económico e com uma capacidade ímpar de promoção do País além-fronteiras.
As participações, na Cimeira, do Presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, do Presidente da ECA (European Club Association), Nasser Al-Khelaifi, e do Diretor de Competições da UEFA, Tobias Hedstück, foram uma demonstração da força e do respeito que a Liga Portugal e os Clubes portugueses têm sabido granjear ao longo dos últimos anos e que tem como uma das faces mais visíveis, atualmente, o facto de Pedro Proença ter chegado à liderança da European Leagues, um dos principais ‘stakeholders’ do edifício do Futebol europeu, e de ser membro do Comité Executivo da UEFA, além de continuar a desempenhar as funções de Presidente da Liga Portugal.
Pedro Proença foi, por isso, o grande anfitrião da Cimeira, elemento aglutinador e ponto de interceção destas duas vertentes, interna e externa, nas quais se joga o futuro do Futebol Profissional e do Futebol português como um todo, para mais quando está a iniciar-se um novo ciclo governativo e, em breve, um novo ciclo desportivo. Proença foi, de resto, alvo dos mais rasgados elogios nas intervenções de Aleksander Ceferin e Nasser Al-Khelaifi, pela sua capacidade de estabelecer plataformas de cooperação e encontrar soluções que sirvam, de forma transversal, os interesses comuns dos principais parceiros, sejam eles no âmbito de Portugal ou da Europa.
A presença do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, cujo trabalho foi igualmente enaltecido por Aleksander Ceferin e Nasser Al-Khelaifi, deu à Cimeira uma robustez institucional incontornável, como vincou no final o Presidente do Benfica, Rui Costa, que falou em «privilégio» e numa Cimeira «muito produtiva e motivadora» com vista ao grande objetivo de todos os Presidentes das Sociedades Desportivas: tornar o Futebol Profissional português cada vez mais sustentável, competitivo e atrativo, com presença e voz nos espaços e momentos de decisão, assim como unido contra a Superliga, projeto que ameaça a ‘alma mater’ deste desporto.
O Futebol Profissional tem sido exemplar do ponto de vista do espírito agregador em relação a todos os outros parceiros, sejam as Associações de Classe, sejam as Associações Distritais e Regionais, ou seja, o Futebol Não Profissional, e é este o perfil que se deseja para pegar nas rédeas do Futebol português num momento tão decisivo, em que estão em cima da mesa temas tão diversos e estruturantes como a Centralização dos Direitos Audiovisuais, o alívio do quadro fiscal, a modernização das infraestruturas ou o combate à violência no desporto.