Benfica: rumo ao Pavilhão 2!
Adeptos do Benfica. Foto: IMAGO/Sports Press Photo

Benfica: rumo ao Pavilhão 2!

OPINIÃO11.06.202409:50

As crises são os momentos ideais para construir e cimentar cultura interna

Os sócios benfiquistas devem ter recebido com agrado a dupla convocatória para estarem presentes no próximo sábado, dia 15 de Junho, para discutirem o primeiro passo daquela que será a futura alteração dos Estatutos (Assembleia Geral Extraordinária) a par do orçamento para a época 2024/25 (Assembleia Ordinária) que se iniciará oficialmente no dia 1 de Julho seguinte.

O único senão reside no facto do presidente da mesa da assembleia geral ter convocado dois assuntos distintos para o mesmo sábado que todos os anos finaliza uma semana composta por feriados e que os sócios aproveitam, normalmente, para agendar férias.

Mas como o atual momento vermelho e branco exige plena intensidade e ativismo, desejo e acredito que os sócios se irão mover em massa como se de um verdadeiro dia à Benfica (do passado) se tratasse. Ora, a eventual problemática em torno do dia escolhido para a realização de ambas reuniões magnas não se levanta quanto ao debate sobre o orçamento anual de despesas e receitas (que será, relembro, a segunda AG do dia) pois a redação do n.º 1 do artigo 35.º e a alínea b) do n.º 2 do artigo 55.º dos Estatutos em vigor impõem a apreciação e votação sobre o mesmo até ao dia 15 de Junho de cada ano. É, portanto, uma obrigação incontornável.

Mas poderá dizer-se o mesmo quanto ao processo de alteração estatutária?

Quais são as condições e prazos que os Estatutos do Clube determinam com vista à alteração prometida por Rui Costa e que foi uma das suas principais bandeiras de campanha em 2021?

Num momento tão sensível como o atual, por os sócios terem catalogado de insucesso desportivo a época 2023/24, não teria sido mais prudente agendar uma assembleia geral desta envergadura para um dia isolado, com tempo e comunicação prévia suficientes para que os sócios se inteirassem sobre o respetivo procedimento e para que no próprio dia do debate inexistam quaisquer constrangimentos, incluindo relacionados com horários?

Por um lado, note-se que a primeira Assembleia (extraordinária) deste sábado que versará sobre os Estatutos estará inevitavelmente limitada, desde logo, em termos de horário visto que os sócios terão que se reunir, umas horas mais tarde, para o planeamento e respetivas verbas pensadas pela direção para a próxima época.

Por outro lado, se é verdade que os sócios conhecem a habitual forma como ocorrem as assembleias ordinárias dos orçamentos anuais, a verdade é que desconhecem, por completo, como irá o presidente da mesa da assembleia geral lançar a discussão da ordem de trabalhos que convocou para a primeira assembleia e que terá que ser composta, necessariamente, pela admissão das propostas de alterações dos Estatutos a apresentar devidamente fundamentadas (por exemplo: da própria direção, da comissão estatutária constituída para o efeito há uns anos, do Movimento Servir o Benfica e de todos os sócios interessados) e das propostas de metodologia e respetivo procedimento para discussão e aprovação das alterações pretendidas.

Num universo como o benfiquista, o presidente da mesa da assembleia geral já devia ter concedido uma entrevista à BTV e ao próprio jornal do Clube (ainda vai a tempo) para dar a entender a sua visão sobre o que pretende para este dia tão único e raro, apelar ao associativismo, pela participação ordeira de todos e, acima de tudo, para que seja dado um exemplo único de união invejável a nível global.

As crises são os momentos ideais para construir e cimentar cultura interna e os sócios lembrar-se-ão do que os líderes fazem por eles nestes momentos.

E um dos pontos chave neste dia passa pela análise do primeiro ponto da segunda Assembleia (ordinária) quanto à aprovação das atas.

Lembro que, contrariamente à transparência defendida ao longo da sua história, a mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica deixou de proceder à aprovação das atas relacionadas com as anteriores assembleias realizadas desde o dia 27 de setembro de 2019, data em que o seu ex-presidente, Luís Filipe Vieira, perante o silêncio e omissão cobarde pelos seus pares nos órgãos sociais em funções à data, decidiu agredir um consócio que utilizava da palavra para depois dirigir impropérios conforme assistiram todos os presentes.

Chegou a hora de se ouvir e confirmar os factos.

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