Benfica e o respeito pelos fundadores

OPINIÃO28.02.202205:55

Os encarnados continuam sob fogo cerrado de inimigos implacáveis, ao qual devem responder com coesão e firmeza

O Benfica celebra hoje o 118.º aniversário num dos contextos mais complexos da sua história. Mais do que uma crise desportiva - e estas são como as marés, vêm e vão - o clube está a pagar o preço dos danos reputacionais herdados, ao mesmo tempo que, na sequência da devassa de que foi vítima, continua exposto e sob ataque feroz de inimigos que são muito competentes, como comprova a recente exumação do alegado caso Bruno Paixão, que emergiu cirurgicamente no auge da discussão sobre os incidentes do clássico entre dragões e leões.
A Justiça, que não se questiona, tem os seus tempos próprios e, um dia destes haverá de dar por concluídos os diversos processos onde o nome do Benfica está envolvido.
Até lá, o clube fundado há 118 anos com o nome de Sport Lisboa, que absorveu, quatro anos depois, o Grupo Sport Benfica, mudando então a denominação para Sport Lisboa e Benfica, tem um desafio importante pela frente: os seus sócios e adeptos precisam de encontrar a ponderação certa entre o livre direito à crítica, que legitimamente lhes assiste, e a necessidade de preservar a união que tornará o clube mais forte em tempos de beligerância. É aqui que, ao dia de hoje, reside a prova mais exigente para o benfiquismo. No que respeita ao futebol, cortados os laços com a lógica de negociar sem nexo desportivo, pode dizer-se que é uma questão de tempo até que o potencial máximo seja atingido, devendo ficar absolutamente claro que sem tempo, mesmo que as boas práticas sejam recuperadas, nada se faz.
Na prática, o ano um da presidência de Rui Costa tem sido mais um ano zero do que outra coisa, de tal forma tem andado a apagar fogos que não ateou. Porém, para a época de 2022/2023 não fará sentido continuar a brandir a bandeira da pesada herança do vieirismo: a administração encarnada tem mais do que tempo para definir um rumo e agir em conformidade, embora se saiba que o previsível défice, a rondar os 40 milhões, que se adivinha para a SAD, obrigue a refrear os ímpetos.
José Rosa Rodrigues, primeiro presidente dos encarnados, tem em comum com Rui Costa, 34.ª personalidade a sentar-se na cadeira da liderança, o facto de ter jogado pelo Sport Lisboa. Rui Costa tem hoje como principal missão devolver o Benfica ao rumo definido pelos seus fundadores…
 

ÁS – CONCEIÇÃO/CARVALHAL 

Os compromissos eram difíceis, daí que o prémio final tenha sido mais saboroso. FC Porto e SC Braga souberam marcar um tempo para jogar, e outro para sofrer, e estão na fase seguinte da Liga Europa onde medirão forças com adversários franceses. Bom para o futebol português, assediado em várias frentes no ranking/UEFA.  
 

ÁS – RAMOS/DARWIN 

Tenho defendido, vezes sem conta, especialmente em A BOLA TV, que não há nada mais difícil (e valorizado) no futebol do que meter a bola dentro da baliza do adversário. Ontem, Gonçalo Ramos e Darwin Núñez evidenciaram essa verdade, com golos de grande qualidade, que acabaram por decidir a sorte do jogo.  
 

DUQUE – GIANNI INFANTINO 

A FIFA não consegue abandonar a lógica do politicamente correto e mantém a sua postura de espinha de gelatina face ao que o mundo lhe traz. Contudo, haverá memória futura quanto à ambivalência com que tem tratado a questão russa. Creio que, neste momento, até Sepp Blatter terá vergonha da cobardia de Infantino.