Nuno Valente recorda o triunfo sobre o Man. United na estreia europeia do Dragão: «Uma noite memorável de Benni McCarthy»
A celebração de Benni McCarthy com Maniche e Nuno Valente a abraçá-lo. Sul-africano foi o herói do FC Porto-Man. United, em fevereiro de 2004

Nuno Valente recorda o triunfo sobre o Man. United na estreia europeia do Dragão: «Uma noite memorável de Benni McCarthy»

À boleia do antigo lateral-esquerdo, A BOLA recuou até 25 de fevereiro de 2004 e à épica vitória do FC Porto sobre os 'red devils', no primeiro jogo da UEFA no Estádio do Dragão; saiu dos seus pés a assistência primorosa para um de dois golos do avançado sul-africano, um golpe de cabeça fulminante

No caminho até se sagrar campeão europeu em Gelsenkirchen, em 2004, o FC Porto eliminou nos oitavos de final um dos favoritos à conquista do troféu, o Man. United. Foi a estreia europeia do Estádio do Dragão – a fase de grupos foi jogada nas Antas – e o jogo ficou gravado na história pelos dois grandes golos apontados por Benni McCarthy, numa noite de superação dos dragões, que venceram por 2-1, com reviravolta.

«Foi a partir dessa eliminatória que começámos a acreditar que tudo era possível», recorda Nuno Valente, autor do cruzamento para o fabuloso golpe de cabeça do sul-africano – e para o 2-1 que se revelaria fundamental para depois, em Old Trafford, o FC Porto empatar com golo de Costinha, ao 90’. O gatilho perfeito para a celebração icónica de José Mourinho na casa dos 'red devils'.

Foi a partir dessa eliminatória da Champions com o Man. United que acreditámos que tudo era possível

Voltemos à noite de 25 de fevereiro de 2004, no Dragão. «Foi especial. Sofremos o golo quando estávamos a jogar bem e isso trouxe ao de cima o ADN do FC Porto, de equipa que nunca se entrega, que vai à luta até ao fim. Foi memorável, uma noite fantástica do Benni [McCarthy], dois golaços dele, e um grande jogo de toda a equipa», recorda Nuno Valente.

Nuno Valente num duelo com o francês Louis Saha. Mais tarde, seriam companheiros no Everton

Esquerdino incansável, a assistência para  o bis do sul-africano não surgiu por acaso. «O Benni tinha um movimento característico, saía do segundo para o primeiro poste para ocupar a zona entre o guarda-redes e os defesas. Quando levantei a cabeça vi aquele espaço, sabia o quanto é difícil anular uma bola que cai ali. Tive essa felicidade. O golo do Benni é incrível, hoje em dia raramente se vê pontas de lanças a finalizarem daquela maneira», constata. Antes deste momento, McCarthy marcou aos 29', num remate à meia volta, com assistência de Alenichev.

O abraço de José Mourinho ao goleador sul-africano

Jorge Costa, atual diretor do futebol profissional, fazia parte de um onze com nomes que forraram os cofres do FC Porto com muitos milhões: Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Deco, Maniche e o próprio Nuno Valente, transferido para o Everton, em 2005, onde reencontraria Louis Saha, seu adversário nesse FC Porto-Man. United.

«MAN. UNITED NÃO ESTÁ BEM»

Nuno Valente considera que o FC Porto pode explorar «a crise evidente» que o Man. United atravessa. «Nota-se que o United não se encontra bem, não tem bons índices de finalização, portanto, conhecendo o ADN do FC Porto, considero que pode assumir favoritismo, porque joga em casa e pode aproveitar essa fase menos boa do adversário», aponta. «Nunca é fácil jogar contra o United, certamente haverá mudanças nos dois onzes, devido ao desgaste, mas é nestes grandes jogos que o FC Porto mais forte aparece», lembra.