30 novembro 2023, 20:27
Pinto da Costa: «Villas-Boas achou que eu ia morrer mais cedo»
Presidente do FC Porto falou à margem do Congresso de Agências de Viagem e Turismo, na Alfândega do Porto
Ao contrário dos últimos 40 anos, não é possível ter certezas quanto ao vencedor
É legítimo dizer-se que Pinto da Costa foi vencedor na última assembleia geral do FC Porto para aprovação de contas. Mas não existirá a mesma legitimidade em concluir que o presidente do FC Porto tem, como desde há quarenta anos, a sua eleição assegurada.
Em primeiro lugar, porque uma assembleia geral de clube é, por tradição, um órgão institucional de difícil acesso a gente mais jovem, que já não tem a mesma ideia de sentido do dever de participação associativa; depois, porque as contas foram votadas num pequeno universo de menos de um milhar de pessoas, muito longe do número de associados que tinham estado na primeira sessão e que pelos mais diversos motivos, entre os quais, o menor não será o de evitarem meter-se em sarilhos, não marcaram presença; ainda porque as contas foram aprovadas por cerca de cinquenta e três por cento dos sócios presentes, sendo que 434 votaram a favor e 385 ou votaram contra, ou decidiram-se por uma abstenção que não deixaram de significar reservas.
Estes são números mais do que suficientes para apoiar a direção portista, mas nem são os números arrasadores de outros tempos, nem são sequer números que garantem grande margem de confiança aos atuais dirigentes.
30 novembro 2023, 20:27
Presidente do FC Porto falou à margem do Congresso de Agências de Viagem e Turismo, na Alfândega do Porto
Até abril, altura em que se realizarão as próximas e já muito participadas eleições, o comportamento desportivo da equipa de futebol será, como sempre, determinante, mas a principal novidade é que, ao contrário das últimas quatro décadas, não é possível, por agora, ter certezas quanto ao vencedor.
Pinto da Costa parte de uma posição privilegiada. É obviamente o favorito, até porque na altura de votar é provável que muitos portistas lhe perdoem erros e sinais de cristalização do poder à conta dos muitos títulos que construiu no clube. Porém, nunca, como agora, surgiu um candidato de oposição tão popular e tão forte. Villas-Boas tem por si um portismo igualmente inquestionável e a vantagem de simbolizar ar fresco e mudança de um regime que, como todos os longos regimes absolutistas, perdeu a noção da realidade e da sua própria mortalidade.
Percebe-se, pois, que a dúvida maior no que respeita a uma mudança inevitável é apenas o tempo que levará a concretizar-se e na forma como o poder ainda instalado se irá comportar.