A segunda volta começa escaldante...

OPINIÃO30.01.202305:35

O Sporting não pode ter memória curta e deve valorizar a estabilidade em que tem vivido, após anos de balcanização, que levou ao populismo

Asegunda volta da edição 2022/2023 da Liga portuguesa começa a escaldar. Por um lado, há processos judiciais, tendo sobretudo o Benfica (embora figuras ligadas ao FC Porto sejam protagonistas no caso dos emails) como pano de fundo, à espera de sentença, ou em investigação, por outro foram exumados recentemente, de forma estratégica, alguns casos a que nada, a não ser o ruído, foi acrescentado. Este é o campeonato que se joga nos bastidores, feito de tentativas de meter algum pedregulho na engrenagem do rival. Nada de novo, o que não é de estranhar, mas que só mostra como as velhas fórmulas continuam a fazer parte do portefólio desenterrado ciclicamente.
 

OBenfica, perante um calendário inicial que não é dos mais difíceis, pode cimentar a liderança, tendo em conta os cruzamentos próximos entre Sporting, SC Braga e FC Porto. Porém, para fazê-lo, terá de mostrar mais proatividade e menos gestão da que fez em Paços de Ferreira, onde  podia perfeitamente ter acabado com o credo na boca uma partida que tinha tudo para ter ficado arrumada em tempo útil. Não deixar que a equipa adormeça em certos períodos do jogo é o trabalho de Roger Schmidt, que recebeu de braços abertos Gonçalo Guedes, que encaixou como uma luva na forma de jogar do técnico alemão.

Ao mesmo tempo, perante o impedimento de Gonçalo Ramos, será tempo do dinamarquês Tengstedt mostrar por que foi contratado.
 

JÁ o Sporting vai enfrentar, até meio de fevereiro, duelos com SC Braga e FC Porto que podem determinar o que será o resto da temporada leonina. Sem Paulinho, castigado, e sem Porro, de abalada, Rúben Amorim vai ter de baralhar e voltar a dar, num contexto em que escasseiam os trunfos no baralho. Ao mesmo tempo, já se percebeu que sempre que os resultados não são os melhores, continua ativa uma quinta coluna que tem como alvo Frederico Varandas, mas que não hesitará em atingi-lo através de Rúben Amorim. Nada disto será bom para os leões, e os sportinguistas não devem ter memória curta e recordar o que aconteceu ao clube nos anos da balcanização, a que se seguiu um populismo que ia destruindo o clube. Estabilidade nas horas difíceis, é o que faz falta.


IVÁN MARCANO

Aos 35 anos, o espanhol de Santander, que já vai na oitava época ao serviço do FC Porto (com um devaneio romano pelo meio), parecia destinado ao banco de suplentes com a chegada de David Carmo por 20 milhões. Afinal, continua a ser um esteio da equipa e na final com o Sporting até marcou o golo da tranquilidade... 


ANTÓNIO ADÁN

O guarda-redes do Sporting não tem de provar qualidade a ninguém, porque a carreira que fez fala por ele. Mas não há como esconder a influência que o erro que cometeu no primeiro golo do FC Porto teve no desenrolar da partida. Como dizia João Saldanha, antigo selecionador do Brasil, «goleiro não ganha jogos, só perde».


TIAGO MARTINS

No deficiente trabalho da equipa de arbitragem na final da Taça da Liga, o pior desempenho foi o do VAR, que esteve longe de ser a ajuda de que João Pinheiro necessitava. Uma desagradável surpresa, uma vez que Tiago Martins desempenha habitualmente bem essas funções, com reconhecimento internacional.