A imparável bola de neve

1 As claques do Sporting, depois de lhes terem  retirado todos os benefícios, portaram-se ontem como se deviam ter portado antes do Conselho Diretivo liderado por Frederico Varandas ter ripostado às atitudes inqualificáveis de sábado à noite. O direito à indignação é inerente à condição humana, mas quando se protesta com o presidente, independentemente do resultado do jogo -  em Alverca a equipa de Silas perdeu; frente ao Leões de Porto Salvo os leões ganharam e por muitos - desconfia-se sempre das reais motivações.  

2 Sousa Cintra tem repetido a frase que Varandas não tem jeito para ser presidente do Sporting e não andará muito longe da verdade, mas, na guerra com as claques, o atual líder leonino até  pode ser o cordeiro entregue ao sacrifício de algo que deveria ter sido há muitíssimo tempo.

3 A exibição do Sporting ontem voltou a ser sofrível. Como serão quase todas esta temporada, tendo em conta a (falta de) qualidade do plantel. Há uma expressão muito em voga: win-win, quando se diz que num determinado negócio ambas as partes ficam a ganhar. A relação da equipa de Silas com os adeptos, de momento está mais no lose-lose. A equipa não cativa os adeptos; os adeptos não puxam pela equipa, a relação vai-se deteriorando em efeito de bola de neve que não pára de descer a montanha, sem que ninguém saiba onde se vai deter e que estragos vai causar pelo caminho. Perante o gigantismo da bola de neve, serão precisos imensos para a travar. Há uns que a vão tentar parar; outros fingirão que a querem travar mas não farão grande coisa por isso; mais alguns que ainda cavarão à sua frente para que passe mais depressa e por fim haverá alguns que apenas vão esperar pelo momento em que ela pare. Mas esses, quando virem com maior atenção o nível de devastação já pode ter significado perdas irreparáveis. Mas, como sempre, vão dizer que já tinham avisado para o que aí vinha...