Cristiano Ronaldo, o maior de sempre!
Mais de 200 jogos e 125 golos pela Seleção e já mais de 850 golos como profissional
Cristiano Ronaldo vive num tempo em que ser-se consensualmente admirado é muito mais difícil do que há três ou quatro décadas, quando a vida das grandes figuras não era ainda escrutinada como é hoje e quase seguida passo a passo, seja através dos meios de comunicação social, seja pelas redes sociais. Mais: Cristiano atingiu uma tal dimensão universal que quase seria impossível agradar a todos com o que diz, como diz, e com o que faz e como faz. Cristiano Ronaldo é humano, imperfeito como todos, suscita emoções e reações, naturalmente agrada e desagrada, fala-se dele a toda a hora, comenta-se o futebolista e o homem, tudo serve para o avaliar, seja o desempenho em campo ou as opções na vida privada.
Olhe-se, porém, para Cristiano como se olhar, muito difícil é, em todo o caso, imaginarmos o que será estar na pele de Cristiano Ronaldo do ponto de vista da pressão mediática a uma escala absolutamente estratosférica. Cristiano é a figura mundial com maior número de seguidores nas redes sociais - atingiu, em agosto, os 600 milhões de fiéis só no Instagram - e certamente não deixará de continuar a merecer o reconhecimento dessa notoriedade muito para lá do dia em que decidir fechar o ciclo como jogador profissional de futebol. Um brilhante jogador profissional de futebol!
Não é, evidentemente, preciso estarmos todos de acordo sobre as qualidades ou defeitos de Cristiano Ronaldo. O que, com toda a franqueza, me parece cada vez mais difícil é não sermos capazes de reconhecer que ele é o maior atleta da história do desporto português e um dos maiores atletas mundiais de sempre.
Aos 38 anos, acaba de vestir a camisola da Seleção por 202 vezes, de fazer o golo 125 com o emblema das quinas e de chegar ao golo 857 como jogador profissional de primeiro plano. Absolutamente notável.
Para o capitão da equipa de Portugal, parece certo que nada disto acaba aqui. Ele é, realmente, uma exemplar e cada vez mais inqualificável força da natureza e respondeu sempre, como ninguém, ao próprio desígnio de ter querido tornar-se o melhor do mundo. Obstinado, determinado, decidido, implacavelmente empenhado, é provavelmente o mais perfeito exemplo do que habitualmente designamos como animal de competição, porque se dispôs a sacrificar todos os impulsos ao rigor do trabalho, do treino, do descanso, da alimentação.
Quando o ouvimos, por exemplo, afirmar - como tantas vezes já afirmou - ser o treinador mental dele próprio, o nutricionista dele próprio e, admitindo até o exagero, o médico dele próprio, não é assim tão difícil compreendermos o que isso significa no dia-a-dia de Cristiano Ronaldo.
Perguntam-lhe: «Cristiano, qual é o segredo?» E ele, simplesmente, responde: «Dedicação e trabalho duro. Talento sem trabalho não é nada.» Alguém, no seu perfeito juízo, será capaz de o contrariar?!
Cristiano Ronaldo elevou realmente a dedicação a um nível raramente visto na história do desporto e só assim é possível que o continuemos a ver no topo do futebol mundial praticamente há 20 anos.
Nenhum fã se esquece da primeira grande explosão internacional da estrela portuguesa, no Europeu realizado em Portugal, em 2004, e, por exemplo, daquele entusiasmante duelo que protagonizou com o defesa inglês Ashley Cole, no mágico e memorável jogo entre as duas seleções, nos quartos de final da prova, que a equipa das quinas viria a vencer somente no desempate por penáltis.
Quase 20 anos depois, Cristiano continua, pois, a desafiar todos os limites e a mostrar como só um verdadeiro campeão, mais do que chegar ao topo, consegue por lá manter-se com a notoriedade, dimensão, importância, impacto e resultados que ele continua a manter.
Podem nem todos o reconhecer hoje, mas creio que a história não o deixará negar e acabará por exibir Cristiano Ronaldo como o maior atleta de sempre.
Ele bem o merece!