Benfica Penáltis: estatuto de Di María 'afasta' João Mário
O estatuto de Di María enquanto estrela do futebol mundial superou a especialidade do argentino na hora de se tornar no principal marcador de grandes penalidades do Benfica. Apesar da longa experiência como futebolista profissional, o esquerdino soma poucos golos da marca dos 11 metros, mas isso não impediu Roger Schmidt de lhe dar essa responsabilidade.
O facto de ter sido ele a executar o castigo máximo no jogo com o Gil Vicente, em Barcelos, com João Mário em campo (o anterior marcador principal de penáltis na equipa), foi elucidativo: a partir de agora, e salvo alguma decisão em contrário, será o número 11 a converter as grandes penalidades da equipa, sempre que esteja no relvado.
Esta patente é uma novidade em 18 anos de carreira como sénior. Porque Di María teve sempre outros nomes à frente dele nos clubes que representou. Na primeira passagem pelo Benfica, por exemplo (entre 2007 e 2010, a primeira experiência na Europa), viu jogadores como Rui Costa e Óscar Cardozo assumirem-se como os marcadores principais de penáltis.
No Real Madrid sucedeu o mesmo com Cristiano Ronaldo, no Manchester United apanhou Wayne Rooney e Van Persie como líderes na hora da grande cobrança, seguiu-se o PSG onde esse direito esteve reservado a craques como Ibrahimovic, Cavani, Neymar, Mbappé e Messi. Na Juventus ameaçou ganhar esse estatuto, mas as lesões impediram-no de dar-lhe sequência - Vlahovic marcou mais que ele.
João Mário melhor
Di María tentará melhorar na Luz a taxa de conversão de penáltis na carreira. Até agora foi chamado a executar apenas nove remates (excetuando desempates por grandes penalidades) e marcou apenas cinco, isto é, falhou 44,4 por cento. O primeiro castigo não convertido na carreira sénior ocorreu na final dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008: Stojkovic (ex-Sporting) parou o remate do esquerdino. Ainda assim, a albiceleste venceu (2-0) e arrecadou o ouro.
O anterior marcador principal de penáltis no Benfica, João Mário, apresenta números melhores que o argentino na carreira sénior: falhou os mesmos quatro (três pelo Benfica e um pelo Sporting) mas em 18 tentativas (22,2% de insucesso). Mas foi preciso chegar à Luz e com Roger Schmidt ao comando para o médio assumir um posicionamento até aí inexistente - até 2022/2023 o internacional português de 30 anos só fora chamado a executar três penáltis, todos ao serviço do Sporting, marcando dois e falhando um.
Se a tendência da época passada se mantiver, Di María pode melhorar o registo nos 11 metros com base na quantidade. Em 2022/2023 João Mário foi eleito para executar 15 grandes penalidades - marcou 12 e falhou três. O estatuto, agora, parece pertencer a outro.