Rafa: não é difícil perceber porque é protegido por Schmidt

Benfica Rafa: não é difícil perceber porque é protegido por Schmidt

NACIONAL01.08.202322:11

Derrotas com Burnley (0-2) e Feyenoord (1-2) fizeram soar os alarmes, provavelmente não tanto em Roger Schmidt, jogadores e estrutura do Benfica, mas sobretudo nos adeptos, mal habituados depois de quatro vitórias consecutivas e daquilo que mais parecia a fotocópia do conto de fadas que foi a pré-temporada do ano passado.


Resultados negativos, acompanhados por exibições descoloridas, sobretudo por parte das equipas montadas de início e com clara missão para ensaiar o jogo da final da Supertaça com o FC Porto, que está marcada para dia 9, em Aveiro, expuseram alguns jogadores. Kokçu e Aursnes, que não funcionaram bem a meio-campo, David Jurásek, que, afinal, ainda não fez esquecer Grimaldo, e Rafa.


O atacante português de 30 anos, francamente mal no jogo com o campeão dos Países Baixos, falhando o último passe ou o desvio subtil para a baliza, não escapa ao rol de críticas e à discussão generalizada, mais a mais quando para a sua posição há um nome como David Neres, em forma, ou um novato a despontar, Andreas Schjelderup. Ou até mesmo a possibilidade de colocar ali Di María, ou fazer entrar Musa para combinar com Gonçalo Ramos.
Rafa é, todavia, indiscutível para Schmidt, como se viu claramente na temporada passada, e não é assim tão difícil perceber de onde vem a proteção do treinador alemão do Benfica. Basta, pois, um olhar atento para os golos do avançado na temporada de estreia de Roger Schmidt.


Fez 14 golos, 11 deles em 2022, apenas 3 em 2023, após o Mundial, quando o seu nível de jogo baixou e esteve igualmente no centro das críticas dos adeptos do Benfica, sobretudo quando as coisas não correram bem à equipa.
Foram poucos, pois, este ano, mas bons: marcou na partida do título, ofereceu a vitória sobre o SC Braga, provavelmente a que determinou a conquista do troféu, e ainda festejou com o Club Brugge, nos oitavos da Liga dos Campeões.
Mesmo em 2022, quando marcou em boa quantidade, Rafa não fez muitos golos irrelevantes. Surgiram quase sempre em momentos importantes, Champions, jogos importantes de Liga, campos tão complicados como Vila Nova de Famalicão ou... Dragão.


Ali ofereceu a Schmidt a única vitória sobre o FC Porto e num jogo contra os grandes - empates com Sporting e derrota na Luz com portistas - e ali ofereceu ao Benfica mais uma vitória sobre o FC Porto em ano de título. Já marcara o golo decisivo no 2-1 com Bruno Lage. Rafa é, pois, artista de palcos principais, jogador que responde  quando sente a honra em causa e que parece funcionar quando está mais pressionado. Com a final da Supertaça à porta custa a crer que Schmidt abdique, pois, de quem raramente desilude quando a equipa mais precisa.