Toto Wolff: «O palavrão com ‘f’ não é grave, não o proibiria»
Diretor de equipa da Mercedes F1 desvaloriza o palavrão utilizado por Max Verstappen em conferência de imprensa, que custou castigo de trabalho comunitária do piloto e que está a motivar acesa polémica
O diretor de equipa da Mercedes F1, Toto Wolff, desvaloriza o palavrão dito por Max Verstappen na conferência de imprensa de antevisão do Grande Prémio de Singapura, no dia 19 de setembro, e discorda da sanção de trabalhos comunitários aplicada ao tricampeão mundial pela Federação Internacional do Automóvel (FIA).
O neerlandês da Red Bull afirmou que seu carro estava f***** na classificação do GP do Azerbeijão, na semana transata, custando-lhe o referido castigo, ainda não especificado. À controvérsia que se seguiu, com vários pilotos a defenderem Verstappen, tal como alguns chefes de equipa, e entre estes Toto Wolff.
«Não considero que o palavrão usado por Verstappen seja um exagero, mesmo em conferência de imprensa. É comumente usado, e depende do contexto em que as pessoas o usam», começou por afirmar o diretor da Mercedes.
«Queremos ver as emoções, as emoções cruas, e entendemos que os pilotos trabalham em condições extremas», continuou o austríaco. «Eu não proibiria a palavrão com ‘f’. Há palavras muito, muito piores. Portanto, dizê-lo em conferência de imprensa não é assim tão mau, mas se tivermos de nos adaptar, adaptar-nos-emos. Isso também se aplica a nós, como chefes de equipa, e teremos de analisar a questão», argumentou Wolff.
Wolff passou pela mesma situação no GP de Las Vegas de 2023, assim como o chefe de equipa da Ferrari, Frédéric Vasseur, também devido a palavrões proferidos em conferência de imprensa. Na altura, ambos tiveram de comparecer perante os comissários e ficaram-se pela advertência. «Tive de comparecer perante os comissários de pista e devo dizer que achei a experiência bastante divertida», disse Wolff ao Motorsport.com.
«Fréd [Vasseur] e eu estávamos lá ao mesmo tempo e ele estava um pouco mais preocupado. Eu disse-lhe: 'é um pouco como ser chamado à direção da escola pela primeira vez. Basta dizer: prometo que esta é a última vez'. Dito isso, creio que poderá haver regra para proibir palavrões ou outra linguagem inadequada nas comunicações rádio. Especialmente quando é tão desrespeitoso que passa do limite. Afinal, milhões de pessoas estão a assistir», defendeu Toto Wolff.